PORTUGAL: Ajudar a Igreja na Ucrânia é o compromisso da Fundação AIS para esta Quaresma

O que têm em comum o Bispo D. Stepan Sus, o padre Andriy e o irmão Bernard? Todos eles são protagonistas da Campanha da Quaresma da Fundação AIS em Portugal, destinada a ajudar a Igreja da Ucrânia que procura estar ao lado dos que mais sofrem desde que o país foi invadido em Fevereiro de 2022.

“Por vezes, sentimo-nos sós, torturados, exaustos e pensamos que o resto do mundo está a viver a sua própria vida, enquanto a nossa se resume à guerra”, disse D. Stepan Sus, Bispo ucraniano que veio a Portugal para participar no lançamento da Campanha da Quaresma da Fundação AIS.

No final da Missa na Igreja da Ramada, no domingo passado, 10 de Março, o prelado tomou a palavra para comparou a “via-sacra ucraniana” com a de Cristo. Numa breve intervenção, que chegou a comover muitos dos fiéis presentes, D. Stepan lembrou que o povo ucraniano, tal como Cristo teve um José de Arimateia e uma Santa Verónica, também não está sozinho no seu sofrimento. A Campanha que a Fundação AIS está a promover nesta Quaresma em Portugal é sinal da proximidade entre os dois povos, sinal de que mesmo nas situações mais dramáticas é possível sempre ver a luz da esperança.

O Bispo referiu expressamente a ajuda que a Fundação AIS tem vindo a canalizar para a Ucrânia graças à generosidade dos seus benfeitores e amigos em Portugal e em todo o mundo. Uma ajuda que tem permitido “curar as feridas causadas pela guerra, reconstruir igrejas destruídas pelas armas russas, e consolar mulheres e crianças que choram”. A mensagem de D. Stepan Sus terminou com um apelo: “não se esqueçam de nós!”

A ‘VIA-SACRA’ DE UM POVO RESILIENTE

A campanha da Quaresma da Fundação AIS quer precisamente manter viva a solidariedade para com este povo que no coração da Europa procura resistir à agressão que o seu poderoso vizinho lançou no dia 24 de Fevereiro de 2022.

Desde então, dia após dia, a Ucrânia tem vivido debaixo de bombardeamentos, de ataques com mísseis e drones, com cidades destruídas, milhares de mortos e feridos, milhões de deslocados e refugiados. É a “via-sacra” de que fala D. Stepan Sus. Uma “via-sacra” que tem revelado também um povo resiliente, que resiste ao invasor e ao infortúnio, mas também uma Igreja que tem estado na linha da frente junto aos que mais sofrem, aos que estão em desespero, aos que têm de lidar com a perda, com a morte de ente-queridos, com famílias destruídas, com vidas arruinadas.

Falar desta Igreja, mostrar alguns destes rostos, padres, irmãs, seminaristas, catequistas, é um dos propósitos da Campanha que a Fundação AIS lançou em Portugal e em que se procura sensibilizar milhares de benfeitores e amigos da instituição.

A MISSÃO ESPECIAL DO PADRE ANDRIY

São rostos como o do padre Andriy Bodnaruk. Todos os dias, desde Fevereiro de 2022, quando começou a invasão, que ele tem assumido o seu papel de sacerdote durante todas as horas do dia, todos os dias da semana, numa missão muito especial. Procurar acudir pessoas traumatizadas, pessoas que não conseguem lidar com o stress da guerra, dos bombardeamentos, das sirenes que avisam o perigo iminente.

Bodnaruk é um padre incansável procurando estar presente junto dos que mais precisam de ajuda, dos que mais precisam de um ombro amigo, de uma palavra de conforto. O seu rosto é cada vez mais conhecido em Kiev, a capital ucraniana. Ao longo destes dois anos de guerra, Andriy Bodnaruk tem visitado pessoas, famílias inteiras nas suas casas, mas também soldados que estão longe, em postos de controlo, por exemplo.

Tem celebrado missas em abrigos, até no metropolitano, e tem organizado actividades para distrair as crianças do ambiente de guerra. Não é difícil vê-lo a usar por cima da sua batina negra, que o identifica como padre, um colete à prova de bala.

É assim, quase parecendo um soldado, que tem visitado as pessoas que estão nos abrigos antiaéreos e é com ou sem o colete à prova de bala que visita os seus paroquianos, que lhes leva a comunhão e também alimentos e produtos básicos para a sobrevivência do dia-a-dia. Produtos que são, tantas vezes, adquiridos por ele através dos fundos recebidos da Fundação AIS.

A MALGA DE SOPA DO IRMÃO BERNARD

São rostos como o do irmão Bernard, um homem que se consagrou a Deus para olhar pelos últimos da sociedade. A casa dos Irmãos Albertinos em Lviv é um exemplo da ajuda que a Fundação AIS procura dar à Igreja da Ucrânia. Desde que a guerra começou, que tem aumentado o número dos que procuram ali sossegar o estômago nem que seja apenas com uma sopa e um naco de pão.

No Inverno, quando as temperaturas ficam escandalosamente muitos graus abaixo de zero, parece que se acentuam ainda mais os sinais que identificam os pobres e os indigentes de Lviv. O frio empobrece as pessoas. É por isso que lá dentro da casa dos Irmãos Albertinos o vapor do quente da panela da sopa ou o aroma do café parecem, para quem está cá fora na fila, uma verdadeira promessa de banquete.

O irmão Bernard conhece a maior parte dos que acorrem ao abrigo desta congregação. Todos eles são os últimos da sociedade, são a razão de ser destes irmãos. É para eles que trabalham, que se levantam todos os dias, é para eles que mobilizam boas-vontades para terem sempre pelo menos uma panela a fumegar ao lume. É para eles que vivem.

“O homem da rua, com problemas, alguém que está com frio, alguém que passa fome, é o nosso dia-a-dia. É para isso que estamos aqui”, explica-nos o irmão Bernard. “Esta é uma cadeia de solidariedade onde não pode faltar um elo”, acrescenta.

 

Nada faríamos sem a Fundação AIS. Sem vós, não existiríamos. Temos de estar ao lado dos oprimidos, devido à situação familiar ou à pobreza, devido à doença mental, ao vício ou à guerra. Temos de os acompanhar, e não abandoná-los, para mostrar que a vida é mais forte do que a morte...”

Todos eles, o irmão Bernard, o padre Andriy Bodnaruk, ou o Bispo D. Stepan Sus são rostos de uma Igreja que continua a cuidar dos que sofrem num país em guerra. São rostos de uma Igreja que a Fundação AIS procura ajudar todos os dias graças à solidariedade dos seus benfeitores e amigos em Portugal e em todo o mundo.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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O maior desafio à liberdade religiosa na Ucrânia é a situação nos territórios ocupados. Na área controlada pelas autoridades de Kiev, os casos de discriminação religiosa são, até à data, sobretudo incidentes perpetrados contra indivíduos, e não violações sistémicas da liberdade religiosa.
Tragicamente, a guerra parece ter-se enraizado cada vez mais. As violações dos direitos humanos, incluindo as violações da liberdade religiosa, não diminuirão. As perspectivas continuam a ser negativas.

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