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CAMPANHAS

UCRÂNIA: Curar as feridas da guerra

Um povo que carrega a sua cruz

No dia 24 de Fevereiro assinalaram-se dois anos da invasão da Ucrânia. Dois anos já desta irracionalidade humana, de morte e de destruição. Cidades, vilas e aldeias foram destruídas, cerca de 10 milhões de ucranianos são hoje refugiados em diversos países ou deslocados internos, e calcula-se que aproximadamente 40 por cento da população depende de ajuda humanitária para sobreviver no dia-a-dia.

A Fundação AIS mobilizou-se de imediato, a nível internacional, para auxiliar o trabalho da Igreja no apoio às populações. Conventos, seminários e igrejas abriram as suas portas às famílias que fugiam do conflito, tornando-se agora lugares onde se pode chorar e curar os traumas. A Fundação AIS fez parte desse esforço de acolhimento através do apoio de mais de 600 projectos, que representam um valor de mais de 15 milhões de euros, com bens essenciais de subsistência, geradores, aquecedores, fornos portáteis, automóveis e minibus – indispensáveis, por exemplo, para a distribuição da ajuda de emergência –, mas também equipamentos para a renovação de cozinhas, nomeadamente em mosteiros e paróquias que passaram a acolher, por vezes, centenas de pessoas, e incluindo o financiamento da construção de 11 centros de auxílio psicológico e espiritual. Nada faltou.

Na recente viagem que a Fundação AIS fez à Ucrânia, conhecemos mulheres e homens que sofreram terrivelmente. Todos os dias, padres, religiosas e leigos dão a sua vida para aliviar o sofrimento deste povo. Nesta dolorosa Via Sacra que estão a percorrer, dão-nos um tremendo testemunho de fé. A Fundação AIS quer dar um rosto a estas pessoas e partilhar o seu testemunho com todos, para que o mundo não esqueça este país martirizado, para que a ajuda não acabe e para que o povo Ucraniano não fique sozinho.

Projectos de apoio à Ucrânia:

A Igreja permanece incansável junto do seu povo, socorrendo milhares de pessoas, e oferecendo apoio psicoespiritual a doentes, feridos e familiares de falecidos, partilhando com eles o trauma do horror da guerra. Mas este trabalho não será possível sem a ajuda de cada um de nós.

Rezemos pela Ucrânia, rezemos pela paz!
“NÃO NOS ABANDONEM
!

Visita ao cemitério Lychakivski, em Lviv, acompanhados pelo Padre Oleg Salomon, capelão militar

“Regressámos com a alma congelada”, foram as primeiras palavras proferidas pela equipa da Fundação AIS após a recente visita às comunidades cristãs na Ucrânia. “Percebemos nos nossos irmãos o horror de viver em guerra. O que vimos nos olhos dos nossos irmãos foi o inferno que significa viver numa guerra aberta, uma guerra que não tem vislumbre de terminar. Profundas feridas no corpo e na alma.”

Não há pessoa que não tenha perdido o marido, filho, pai, irmão, sobrinho ou um amigo, nestes dois anos de guerra, ou que não tenha alguém próximo a lutar na frente de combate sem saber sequer se está vivo. Quantos familiares e amigos estão desaparecidos e quantos corpos sem vida não foram recuperados…

A dor das viúvas, das mães, das crianças, é indescritível. Além de sofrerem graves traumas pelo ruído dos bombardeamentos e pela violência que testemunharam, têm de continuar a sobreviver num ambiente onde as questões sobre o mal, a morte, o ódio, o horror, a justiça, a vingança… gritam e nunca desaparecem.

No cemitério Lychakivski, em Lviv, jazem as últimas 600 vítimas  da frente de batalha. Todos os dias chegam novos caixões. O silêncio é avassalador e a temperatura de 8 graus abaixo de zero afunda-nos num estado de tristeza absoluta. Comove-nos ver os sacerdotes a chorar com o seu povo. Esta guerra ocorre impiedosamente e sem tréguas no leste do país, na fronteira com a Rússia.

No entanto, todo o país sofre também com outra guerra silenciosa, invisível. Todos os Ucranianos sofrem as feridas psicológicas de um absurdo interminável. Com um realismo impressionante, a Igreja na Ucrânia decidiu impulsionar um grande programa abrangente em todas as dioceses do país para a cura de traumas e para ajudar as viúvas e órfãos a seguir em frente. Trata-se da formação de padres, religiosas, professores e leigos para ensiná-los a melhor forma de acompanhar a população e curar as suas feridas psicológicas pela guerra.

O Padre Oleg Salomon, que também é capelão e psicólogo na Arquidiocese de Lviv, trabalha incansavelmente ao serviço dos que sofrem com estes traumas e, como todos os outros padres do país, reconhece que é um trabalho muito difícil. “Sempre me perguntam: Porquê? Porquê o meu filho? Há muita raiva e muita dor”, explica. A procura por esta ajuda não pára de aumentar. Os padres e religiosas aprendem psicologia, embora muitos deles também tenham de fazer terapia depois de ouvir tanta dor.

Estamos empenhados em continuar a nossa ajuda.

PODEMOS CONTAR CONSIGO?

Igrejas da Ucrânia, lugares de lágrimas e de cura

Se, no início da guerra, as paróquias e os conventos se abriram para acolher as pessoas deslocadas, agora as igrejas transformaram-se em lugares de luto e de cura. Dois anos após a invasão russa, a Igreja Ucraniana enfrenta a emergência de curar feridas e traumas. O Bispo Schevchuk sublinha a importância de não esquecer a Ucrânia, cujo futuro está ligado à superação do trauma da guerra.

“Estamos todos traumatizados pela guerra! Eu também. Tenho sempre pesadelos com o som dos mísseis. A questão fundamental agora é saber como vamos lidar com este trauma. O futuro do país passa por aí.”

Arcebispo Sviatoslav Schevchuk,
Líder da Igreja Greco-Católica na Ucrânia

Irmã Faustina, da Congregação das Irmãs Beneditinas, consola um vizinho após a sua casa ter sido destruída pelas tropas russas em Kyselivka, região de Mikolaiv

“Se deixarem de falar de nós, deixaremos de existir”

Arcebispo Sviatoslav Shevchuk, Líder da Igreja Greco-Católica na Ucrânia

A Igreja, com a sua ajuda, é a ESPERANÇA do povo da Ucrânia

Apesar da dor indescritível, encontramos testemunhos comoventes de fé e resistência. Viúvas, mães e filhos partilham o sofrimento de terem perdido entes queridos no conflito.

No meio de tanto sofrimento, a Igreja Católica procura ser uma fonte de fé, resiliência, esperança e perdão, mas sem a sua ajuda nada disto será possível.
Face a tantos traumas, as igrejas tornaram-se refúgios de cura e esperança. A prioridade da Igreja Ucraniana neste momento é a cura do trauma, das feridas psicológicas das pessoas, e é por isso que lhe envia um apelo de ajuda perante uma situação tão traumática e o sentimento de que o mundo se esqueceu deles.

“NÃO NOS ABANDONEM!”

Com a sua ajuda, a Igreja na Ucrânia poderá cumprir a sua missão:

FORMAÇÃO de padres para
a cura de traumas

APOIO
a seminaristas

APOIO às religiosas que cuidam de deslocados

AJUDA psicoespiritual para 
crianças e jovens

olga

Olga

VIÚVA DE GUERRA
NA UCRÂNIA

Sem os sacerdotes, sem a minha comunidade, não estaria de pé"

Perdeu o marido por causa de um míssil russo no Donbas. Ele quis juntar-se ao exército para defender o seu país e a sua liberdade. Ela cuida do filho de 5 anos e ainda não encontrou emprego devido ao trauma que sofre. A filha mais velha, de 16 anos, decidiu voluntariar-se para se juntar ao exército, tal como o pai, para lutar pela sua nação. Olga quase não sorri, mas reconhece que a sua estabilidade psicológica e espiritual depende em grande parte do seu padre, um capelão militar que se ocupa das viúvas.

Apesar da dor indescritível, os Cristãos da Ucrânia são um exemplo de fé e resiliência face à situação traumática que estão a viver. Nestes vídeos, padres, religiosas, seminaristas e jovens transmitem-nos, como é essencial para eles que os ajudem.

O trauma da guerra

A dor das viúvas, das mães e das crianças é indescritível. Não há uma única pessoa que não tenha perdido um marido, um filho, um pai, um irmão, um amigo nestes dois anos de guerra. Quantas pessoas têm os seus entes queridos a combater na frente de combate. Quantos estão desaparecidos e quantos corpos sem vida não foram recuperados… A Igreja está sempre com os que mais sofrem. Mas ela precisa de cada um de nós para continuar.

Formação para apoio psicoespiritual

Podem contribuir para curar as feridas do povo Ucraniano apoiando projectos como estes:

• “A cura das feridas em tempos de guerra” é um programa educativo abrangente para que padres, religiosas e leigos aprendam a tratar a síndrome de stress pós-traumático: 121.000€

• Aquisição de um espaço para organizar actividades para crianças e jovens directamente afectados pela guerra, para sua reabilitação espiritual e psicológica, em Tulsk: 250.000€

• Curso de formação psicológica para padres e religiosas na linha da frente em Kharkiv e Zaporíjia, sobre “Como falar com os soldados e suas famílias”: 2.500€

Apoie a formação de sacerdotes, religiosas e leigos para curar psicoespiritualmente a população traumatizada pela guerra

shevchuk

Se deixarem de falar em nós, deixaremos de existir."

Arcebispo Sviatoslav Shevchuk

LÍDER DA IGREJA GREGO-CATÓLICA NA UCRÂNIA

522 seminaristas na Ucrânia, apesar da guerra

Os 522 jovens que ainda se encontram nos seminários da Ucrânia serão os futuros sacerdotes, deste país ferido. Hoje vão para as paróquias, para ouvir e acompanhar as famílias no seu sofrimento. “Este horror contribuiu para a minha vocação”, diz Oleh, um dos seminaristas. Felizmente, o número de vocações está a aumentar, mas as famílias não podem suportar os custos da formação destes rapazes. Eles precisam de si para continuar a sua formação!

Formação para seminaristas

Podem ajudar os seminaristas que acompanham as famílias no seu sofrimentos, apoiando projectos como estes:

Apoio à formação anual de 17 seminaristas de Lviv-Bryukhovychi: 13.600€
Apoio à formação anual de 156 seminaristas no seminário do Espírito Santo: 124.800€
Apoio de subsistência para 5 formadores no seminário de Vorzel: 6.000€

Com a sua ajuda, estes jovens seminaristas podem ser luz e amor na escuridão da guerra

Eles rezam todos os dias por todos vós que os ajudam a tornarem-se os futuros sacerdotes deste país que percorre uma dolorosa Via Sacra. Ajudem-nos para que nenhuma vocação se perca por falta de meios.

A Igreja, um lugar de misericórdia

Centenas de religiosas e sacerdotes continuam a servir os mais pobres e abandonados na Ucrânia. A guerra não acaba… mas a caridade da Igreja também não. Ajudem-nos. “Por favor nãos nos abandonem.”

Ajude as religiosas e os sacerdotes que acolhem os desalojados

Podem apoiar os padres e as congregações que acolhem famílias, apoiando projectos como estes:

Ajuda de emergência para 223 padres, os Padres Albertinos, ao serviço dos mais pobres na Arquidiocese de Lviv: 111.500€

Apoio à subsistência de 18 irmãs beneditinas em Zhytomyr e Lviv: 9.000€

Apoio à subsistência de 140 religiosas em Kiev-Zhytomyr, ao serviço de crianças e jovens órfãos: 70.000€

Ajude os padres e as religiosas a serem refúgio e esperança para as pessoas deslocadas

A guerra não acaba. A sua caridade também não.

Apoio e retiros para jovens e famílias

Os sacerdotes, as religiosas e os leigos têm a certeza de que estão onde têm de estar. E que, hoje, mais do que nunca, têm de permanecer no país e enfrentar este profundo sofrimento, dando apoio espiritual e psicológico às pessoas. Dedicam-se especialmente aos jovens, que são o futuro da Ucrânia e que estão a crescer no meio de um desastre humanitário, violência e muitas perdas pessoais.

Seja a esperança para o futuro de milhares de crianças e jovens!

• “Regar as sementes da fé e da esperança”, um programa anual de actividades da pastoral juvenil na Diocese de Kiev-Zhytomyr: 15.000€

• “Viver a fé, espalhar o amor”: retiros e cursos de formação para famílias e crianças: 30.000€

Campos de férias “Férias com Deus” para crianças e jovens dos Dekanats de Hayvoron: 8.000€

Com a sua ajuda, estas famílias e estes jovens têm esperança, apesar de viverem no meio da guerra

A Igreja na Ucrânia precisa de si para curar uma população traumatizada. Eles contam consigo!

Descarregue o Boletim especial Ucrânia.

Oração pela Ucrânia

Deus Todo-Poderoso, Pai de todos:

Unidos como irmãos, pedimos-Te hoje pela paz na Ucrânia, que sofre com a barbárie da guerra.

Ilumina aqueles que têm o poder de pôr termo a esta violência, acima dos seus interesses partidários.

Tem piedade dos mais indefesos, de tantas vidas humanas inocentes.

Que os mais vulneráveis sintam o Teu abraço através dos padres, religiosos e leigos que formam a Igreja na Ucrânia.

Dá-lhes a força e a graça de serem consolação e esperança nestes tempos de tanta irracionalidade e sofrimento.

Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Rainha da Paz, intercede pela Ucrânia, pela Europa e pelo mundo inteiro. Ámen.

“A guerra na Ucrânia corre o risco de se tornar uma guerra ‘esquecida’. No entanto, é nosso dever não permitir que caia no silêncio.”

Papa Francisco
na sua carta ao Arcebispo Sviatoslav Schevchuk, Líder da Igreja Greco-Católica na Ucrânia

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