MALI: Igreja está “a rezar e a agir pela libertação da irmã Gloria”, raptada há 4 anos, diz secretário-geral da Conf. Episcopal

MALI: Igreja está “a rezar e a agir pela libertação da irmã Gloria”, raptada há 4 anos, diz secretário-geral da Conf. Episcopal

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MALI: Igreja está “a rezar e a agir pela libertação da irmã Gloria”, raptada há 4 anos, diz secretário-geral da Conf. Episcopal

Sexta-feira · 5 Fevereiro, 2021
A libertação da irmã Gloria Narvaez Argoti, 57 anos de idade, sequestrada por terroristas em 2017 no Mali, continua a mobilizar a Igreja deste país africano. Para o padre Alexandre Denou, secretário-geral da Conferência Episcopal do Mali, em declarações à Fundação AIS, a igreja continua “a rezar e a agir pela libertação” da religiosa que foi raptada quando se encontrava na missão franciscana em Karangasso, faz este domingo, 7 de Fevereiro, precisamente quatro anos.

Agradecendo a “preocupação e empenho” manifestado pela Fundação AIS no caso da irmã Gloria, o padre Denou afirma que a recente libertação, em Outubro, de Sophie Petronin e de outros reféns que se encontravam também em cativeiro às mãos de grupos terroristas no Mali, veio dar uma luz de esperança para um epílogo positivo para o sequestro da religiosa colombiana.

E também dados concretos. Diz o secretário-geral da Conferência Episcopal do Mali, que “as informações que temos [agora] sobre o estado de saúde da Irmã Gloria Cecília são aquelas dadas pela ex-refém Sophie Petronin. A libertação de Sophie e de outros reféns foi para nós um sinal de esperança. Ela voltou a mobilizar-nos para rezar e agir pela libertação da irmã.”
MALI: Igreja está “a rezar e a agir pela libertação da irmã Gloria”, raptada há 4 anos, diz secretário-geral da Conf. Episcopal
De facto, pouco se sabia sobre o estado da irmã Gloria...
De facto, pouco se sabia sobre o estado da irmã Gloria, que pertence à Congregação das Franciscanas de Maria Imaculada, até que, em Outubro do ano passado, aconteceu a libertação de Sophie Petronin, uma médica francesa que se encontrava em África a desenvolver trabalho humanitário, e de outros reféns, nomeadamente o padre italiano Pier Luigi Maccalli, numa troca de prisioneiros com grupos jihadistas no Mali.

As informações prestadas por Petronin revelaram-se preciosas, pois oferecem pormenores até agora desconhecidos sobre a vida em cativeiro e o estado de saúde em que se encontra a irmã franciscana, a sua “companheira de quarto”, como carinhosamente a médica tratava Gloria Argoti. Falando no dia 9 de Outubro a um grupo de pessoas na sala VIP do aeroporto militar de Villacoublay, na região de Paris, em que se incluía o presidente francês Emmanuel Macron, Pétronin, de 75 anos, disse que só soube que iria ser libertada na “madrugada” de 5 de Outubro.

Um dos jihadistas responsáveis pelo grupo de reféns aproximou-se nesse dia da francesa e disse-lhe: “pegue nas suas coisas, que se vai embora…”. O relato de Sophie Pétronin é significativo pois dá pormenores sobre a vida em cativeiro e o estado de saúde em que se encontra a irmã franciscana, tal como o secretário-geral da Conferência Episcopal do Mali reconheceu agora nas declarações à Fundação AIS. Quando o jihadista dá a indicação à médica francesa para preparar as suas coisas pois iria embora, a irmã colombiana, que estaria a seu lado, pergunta: “E eu?”. A resposta do jihadista, na descrição da ex-refém francesa, permite de facto acalentar todas as esperanças: “Tu ficas para depois!”.

Sophie Pétronin defendeu na ocasião a urgência da libertação da irmã franciscana. “Algo tem de ser feito pela minha companheira de quarto, Gloria, pois ela não está bem”, disse a ex-refém, acrescentando: “a sua cabeça está a falhar…” Sophie Pétronin e a Irmã Gloria Narvaez Argoti partilharam juntas durante algum tempo a experiência de cativeiro às mãos de um dos grupos jihadistas com ligações à Al-Qaeda e que tem vindo a transformar o Mali e alguns dos países da região num reino de terror.

Antes das declarações de Sophie Petronin após a sua libertação, a última vez em que houve notícias sobre a freira colombiana foi em Setembro de 2018, quando foi divulgado um vídeo em que aparece ao lado da refém francesa. Gravado aparentemente no interior de uma tenda, nesse vídeo a Irmã Gloria pede a ajuda do Santo Padre para a sua libertação. O vídeo termina com a religiosa a dizer que “faz todos os dias” a mala e prepara as suas coisas, pois “aguarda todos os dias” também pela sua libertação.

Anteriormente tinham sido divulgados dois outros vídeos, em Julho de 2017 e em Janeiro de 2018. Todos foram entendidos como “prova de vida” que os terroristas estariam a produzir para o exterior, alimentando assim a expectativa de que as autoridades teriam estabelecido linhas de contacto para eventuais negociações com vista à libertação da irmã e dos outros reféns.

Negociações que envolverão pelo menos quatro países: Colômbia, França, Espanha e Vaticano. O sequestro da irmã colombiana, que dedicou os últimos 12 anos da sua vida à missão em África – além do Mali, ela esteve também no Benim –, foi apresentado entre as outras histórias na Campanha da Quaresma do ano passado da Fundação AIS.

A libertação da irmã Gloria Narvaez Argoti continua a mobilizar a igreja em todo o mundo e muito particularmente no Mali. Como disse o padre Alexandre Denou, secretário-geral da conferência episcopal deste país à Fundação AIS, as últimas notícias sobre a religiosa são “um sinal de esperança”. “Continuamos com a oração, com a consciencialização e com os contactos com as autoridades do país para a sua libertação. Qualquer pessoa ou organização de boa vontade que deseje ajudar a libertação da irmã é bem-vinda.”

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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