CAMPANHAS
UCRÂNIA: O mosteiro de portas abertas
Um povo que carrega a sua cruz
Quando chegaram, Luba Petrivna e Vasyli Pawlovych estavam assustados. Os cabelos brancos dele e os cabelos brancos dela, que uma coloração artificial não disfarça, revelam que já são, pelo menos, sexagenários. Pouco depois da guerra ter começado na Ucrânia, em Fevereiro de 2022, com a invasão das tropas russas, milhares de pessoas viram, de um dia para o outro, as suas casas serem bombardeadas, serem destruídas.
De um dia para o outro, a artilharia russa desfez vidas, desfez sonhos, reduziu a escombros tudo o que muitas famílias possuíam. De um dia para o outro, milhares de pessoas como Luba e Vasyli tiveram de se fazer à estrada à procura de abrigo, praticamente com a roupa que traziam vestida. Passaram a ser deslocados dentro do próprio país.
Então, estas religiosas contemplativas, da Ordem Beneditina, optaram por algo absolutamente radical: abrir as portas do mosteiro, privando-se do silêncio e da solidão, para acolherem pessoas que fugiam por causa dos combates, da violência, da guerra. Desde que começou a invasão das tropas russas, já dezenas de famílias passaram pelos claustros das Irmãs de Solonka, na região de Lviv. “É assim que vemos a nossa missão agora”, dizia-nos a Irmã Klara.
Estamos empenhados em continuar a nossa ajuda.
PODEM CONTAR CONSIGO?
Entretanto, já passaram muitos meses, mas nada mudou nessa vontade, nessa decisão radical das irmãs. Acolher os que chegam, recebê-los de braços abertos, dar abrigo a estas famílias em sofrimento, confortá-las… passaram a ser palavras comuns nos pensamentos destas mulheres consagradas a Deus.
Quando a guerra começou, decidimos unanimemente que aquilo que poderíamos fazer pelas pessoas, pelo país, era abrir as portas do nosso mosteiro a quem fugia da guerra. Há ano e meio que acolhemos refugiados.”
Irmã Bernardette Venglovska
Muitas pessoas passaram, entretanto, pelo mosteiro. Ao longo de todo este tempo, as irmãs escutaram já muitas histórias, viram o horror estampado nos olhares de quem presenciou a violência da guerra no seu estado mais puro, comoveram-se com as lágrimas dos refugiados.
Os claustros do mosteiro são, agora, o sinal de que por ali vivem outras pessoas que não apenas as irmãs. Há roupa estendida, ouvem-se risos e brincadeiras de crianças, e no refeitório há pessoas comuns, casais, homens e mulheres. São todos hóspedes. As próprias irmãs muitas vezes estão lá, dando comida aos mais pequenos, acarinhando todos estes habitantes improváveis do mosteiro.
Luba e Vasyli fazem parte deste grupo. Eles ajudam nas tarefas do dia-a-dia, para estarem ocupados, mas também como uma forma de agradecimento pela hospitalidade. Hoje, os dois, casados há 37 anos, já conseguem sorrir, já estão serenos. Mas quando chegaram vinham assustados. “Tal como a maioria dos deslocados quando fugiram da guerra, estavam assustados e escondiam-se do mundo”, recorda a Irmã Bernadette.
Mas tudo mudou com paciência e muito amor. E oração também. “Chegaram aqui e começaram a rezar”, recorda a religiosa beneditina. “Esta família foi uma das primeiras a abrir verdadeiramente o seu coração a Deus”, acrescenta a irmã. Luba confirma estas palavras. E até agradece a Deus terem um dia entrado naquela casa, terem sido acolhidos por aquelas irmãs. As suas vidas transfiguraram-se. “Graças a Deus que viemos aqui parar. E que nos ensinaram a ser gratos a Deus e a procurar Deus na nossa vida. O meu marido e eu não nos casámos pela Igreja. Para nós, isso não tinha muita importância. Quando aqui chegámos, a este mosteiro, foram as irmãs que nos ensinaram a rezar…”
Quero agradecer a todos os que nos ajudam e apoiam com a oração. É muito importante nestes tempos difíceis não estarmos sozinhos. Deus faz grandes coisas.”
Irmã Bernardette
Os claustros do mosteiro são, agora, o sinal de que por ali vivem outras pessoas que não apenas as irmãs. Há roupa estendida, ouvem-se risos e brincadeiras de crianças, e no refeitório há pessoas comuns, casais, homens e mulheres. São todos hóspedes. As próprias irmãs muitas vezes estão lá, dando comida aos mais pequenos, acarinhando todos estes habitantes improváveis do mosteiro.
Luba e Vasyli fazem parte deste grupo. Eles ajudam nas tarefas do dia-a-dia, para estarem ocupados, mas também como uma forma de agradecimento pela hospitalidade. Hoje, os dois, casados há 37 anos, já conseguem sorrir, já estão serenos. Mas quando chegaram vinham assustados. “Tal como a maioria dos deslocados quando fugiram da guerra, estavam assustados e escondiam-se do mundo”, recorda a Irmã Bernadette.
Mas tudo mudou com paciência e muito amor. E oração também.
“Chegaram aqui e começaram a rezar”, recorda a religiosa beneditina. “Esta família foi uma das primeiras a abrir verdadeiramente o seu coração a Deus”, acrescenta a irmã. Luba confirma estas palavras. E até agradece a Deus terem um dia entrado naquela casa, terem sido acolhidos por aquelas irmãs. As suas vidas transfiguraram-se. “Graças a Deus que viemos aqui parar. E que nos ensinaram a ser gratos a Deus e a procurar Deus na nossa vida. O meu marido e eu não nos casámos pela Igreja. Para nós, isso não tinha muita importância. Quando aqui chegámos, a este mosteiro, foram as irmãs que nos ensinaram a rezar…”
A Igreja, um lugar de misericórdia
Centenas de religiosos e sacerdotes continuam a servir os mais pobres e abandonados na Ucrânia. A guerra não acaba… mas a caridade da Igreja também não tem fim. Ajudem-nos. Não os esqueçam.
Ajude os religiosas que acolhem os desalojados
Podem apoiar os padres e as congregações que acolhem famílias, apoiando projectos como estes:
• Apoio à subsistência de 18 irmãs beneditinas em Zhytomyr e Lviv: 9.000€
• Apoio à subsistência de 140 religiosas em Kiev-Zhytomyr, ao serviço de crianças e jovens órfãos: 70.000€
Neste momento, a guerra continua e não há perspectivas de qualquer acordo que leve ao fim dos combates. Para Luba e Vasyli o regresso também é improvável. Vieram de Kramatorsk, na região de Donetsk, uma das mais bombardeadas. O mais certo é a sua casa ter sido já destruída. Tanto para eles como para todos os que vivem no mosteiro, não vale a pena fazer grandes planos. Num país em guerra é sempre uma incerteza prever como vai ser o dia de amanhã.
Para as irmãs, o mais importante é poderem continuar a acolher os que precisam, os que perderam tudo o que tinham, os que precisam até de refazer a própria vida. Para as irmãs, o mais importante é terem transformado o silêncio do mosteiro numa grande casa de Deus.
Elas contam com a generosidade dos benfeitores da Fundação AIS que permite suportar muitos dos gastos relacionados com a presença de tantas pessoas, de tantas famílias. Gastos com a energia, com os alimentos, com tudo…
E Deus seguramente que estará encantado com este mosteiro beneditino, que tem agora as portas abertas a quem precisa de ajuda…
Descarregue o Boletim especial Ucrânia.
Oração pela Ucrânia
Deus Todo-Poderoso, Pai de todos:
Unidos como irmãos, pedimos-Te hoje pela paz na Ucrânia, que sofre com a barbárie da guerra.
Ilumina aqueles que têm o poder de pôr termo a esta violência, acima dos seus interesses partidários.
Tem piedade dos mais indefesos, de tantas vidas humanas inocentes.
Que os mais vulneráveis sintam o Teu abraço através dos padres, religiosos e leigos que formam a Igreja na Ucrânia.
Dá-lhes a força e a graça de serem consolação e esperança nestes tempos de tanta irracionalidade e sofrimento.
Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Rainha da Paz, intercede pela Ucrânia, pela Europa e pelo mundo inteiro. Ámen.