PAQUISTÃO: Duas jovens cristãs foram raptadas, violadas e mortas por recusarem converter-se ao Islão

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PAQUISTÃO: Duas jovens cristãs foram raptadas, violadas e mortas por recusarem converter-se ao Islão

Quinta-feira · 14 Janeiro, 2021

Duas irmãs, Sajida de 28 anos, e Abida, de 26, foram raptadas, violadas e assassinadas por terem recusado a conversão ao Islão. Esta é mais uma história reveladora do clima de forte intimidação e violência contra a comunidade cristã paquistanesa. As duas mulheres, ambas casadas, foram vistas com vida pela última vez a 26 de Novembro quando foram trabalhar numa fábrica de produtos farmacêuticos próxima das suas casas, num bairro residencial em Lahore. Nunca mais regressariam. Os seus corpos mutilados foram descobertos a 7 de Dezembro num canal de esgotos.

Segundo a agência AsiaNews, o proprietário da fábrica, identificado como Mohammad Naeem, e o seu supervisor, Mohammad Imtiaz, teriam pressionado as duas cristãs com propostas de casamento. A recusa de ambas terá sido a causa para o crime. Sajida e Abida “foram raptadas, violadas e brutalmente assassinadas por se recusaram a converter ao Islão e a casar com os seus sequestradores”, escreve a agência do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras.

Os dois principais suspeitos teriam já sido identificados pela polícia. Mohammad Naeem, que terá confessado o crime, foi detido mas depois posto em liberdade sob fiança. O outro cúmplice está em parte incerta. Mushtaq Masih, marido de Sajida, e que tem agora de tomar conta sozinho dos seus três pequenos filhos, exige a prisão de ambos e afirma que este caso só aconteceu porque são cristãos e pobres e pertencentes a uma minoria religiosa.

PAQUISTÃO: Duas jovens cristãs foram raptadas, violadas e mortas por recusarem converter-se ao Islão
Os dois principais suspeitos teriam já sido identificados pela polícia.

Joel Amir Sohatra, um antigo membro do Parlamento Provincial do Punjab, afirma, em mensagem enviada ontem, dia 13, para Lisboa, que o assassinato destas duas mulheres é um sinal de “insegurança para todas as jovens pertencentes aos grupos minoritários, especialmente da comunidade cristã”.

Sohatra lembra que este odioso crime ocorreu em Lahore, a segunda maior cidade paquistanesa e capital da província do Punjab. “Alguém consegue imaginar até onde pode chegar a perseguição baseada no ódio em zonas rurais ou com menos população?”

Para este destacado militante cristão, “infelizmente, a família irá tentar durante anos que seja feita justiça mas nada acontecerá”. O antigo parlamentar diz ainda que “os cristãos vivem em estado de insegurança, sem direitos iguais”, e faz uma pergunta: “onde está o mandato do Estado para proteger as minorias no Paquistão?” Na verdade, acrescenta Joel Amir Sohatra, todos os cristãos, que são uma ínfima minoria, representando apenas cerca de 2% da população total deste país, estão em risco. “Não importa se é membro do Parlamento, como o nosso mártir Shahbaz Bhatti [cristão, ocupava o cargo de ministro das Minorias quando foi assassinado a 2 de Março de 2011], ou uma pobre trabalhadora, como a senhora Asia Bibi, a insegurança e as consequências são as mesmas…”

O problema não é de agora. É uma questão de mentalidade. Escreve Joel Amir Sohatra que ao fim de “sete décadas, nós, cristãos, encontramo-nos em estado de insegurança, ainda à procura de igualdade de direitos”. Todos os dias, acrescenta este responsável, cada pessoa pertencente a alguma das minorias religiosas “estará a pensar no que se seguirá”. “Os nossos amigos do Ocidente estão a tentar criar uma atmosfera de verdadeira harmonia inter-religiosa, mas tal parece ser em vão” no Paquistão. “Não há espaço nem respeito por nós.”

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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