Esteve em Moçambique e na Zâmbia e agora é um dos responsáveis pela formação de seminaristas em Balaka, no Maláui. Para o Padre José Joaquim Araújo, nada se constrói sem a acção do Espírito Santo e por isso pede, numa mensagem enviada para a Fundação AIS, as orações de todos pelo trabalho da Igreja neste país africano. Um país onde a Fundação AIS está presente em diversas dioceses.
“Estou numa casa de formação de seminaristas, de postulantes, que estão a estudar filosofia. São 23, alguns, quase metade, são da Zâmbia, e estamos a acompanhá-los porque são dons de Deus, são vocações. Mesmo que não tenhamos meios suficientes para estas estruturas funcionarem, para os acompanharmos, para os estudos, mas vamos procurando fazer o melhor possível”, diz o Padre José Joaquim, um comboniano de Vila Nova de Famalicão em missão no Maláui.
Em mensagem enviada para a Fundação AIS, o sacerdote português explica a importância de a Igreja ter presente nas suas orações o trabalho missionário, pois é isso que garante a sua eficácia. E pede também gestos de solidariedade para a superação das dificuldades materiais sempre tão presentes onde as comunidades são mais pobres. “Temos de ter confiança na providência e procurar todos os meios por onde for possível. A vós peço-vos, antes de mais, a oração porque a missão não vai para a frente sem a força da oração da Igreja e sem a acção do Espírito Santo. Mas também qualquer outro apoio que possa ser dado é bem-vindo e eu agradeço a vossa atenção desde já e desejo tudo de bom”, afirma o sacerdote, sublinhando que todos “trabalhamos em conjunto porque somos família de Deus”.
UM DOS PAÍSES MAIS POBRES DO MUNDO
O trabalho junto dos seminaristas no Maláui é apenas a missão mais recente deste comboniano português ordenado sacerdote em Braga em 1990. Três anos mais tarde seria enviado para Moçambique, onde trabalhou nas dioceses de Nampula e Nacala até 2002, ano em que regressou ao nosso país. Cinco anos depois, em 2007, voltou a fazer as malas rumo ao Maláui. Em 2009 foi enviado para a Zâmbia e desde 2021 regressou ao Maláui.
Este é um país situado no sudeste de África, num enclave entre Moçambique, Zâmbia e Tanzânia, e é também um dos mais pobres do mundo. Por lá, é possível ver em diversas dioceses a presença solidária da Fundação AIS. Por exemplo, na Paróquia de Benga, Diocese de Lilongwe, situada na zona este, relativamente perto do lago Maláui.
Esta é uma paróquia muito particular. Erigida em 2013, numa zona muito pobre, tem, apesar disso, uma enorme actividade pastoral. No espaço de 10 anos, realizaram-se por lá pelo menos cerca de 6 mil baptismos. No entanto, só cerca de 20% dos seus habitantes professam a fé católica. A população é, na sua maioria, protestante ou muçulmana.
Esta paróquia estende-se por um vasto território formado por numerosas aldeias muito afastadas umas das outras, como acontece com frequência em África, pelo que foram construídas pequenas capelas em alguns desses lugares para que as pessoas se pudessem reunir em oração. E muitos desses espaços de culto simples são construídos apenas com argila pelos próprios fiéis. E em duas das aldeias da Paróquia de Benga, os fiéis tiveram uma necessidade urgente de novas capelas.
É o que acontece em Lachule e em Njiza, em que a Fundação AIS avançou com um projecto depois de um pedido nesse sentido pelo Arcebispo de Lilongwe. Também na Diocese de Karonga se materializou a ajuda da Fundação AIS que o Padre José Joaquim sublinhou como tão necessária para o apoio missionário no Maláui.
Nesta Diocese, situada no norte do país, há 24 padres, dos quais 17 são diocesanos. A Diocese é grande, tem cerca de 12.000 km2, o que significa que ocupa uma área superior a alguns países, como é o caso do Líbano, Kosovo ou Jamaica.
O grande problema, neste caso, é a falta de meios de transporte para que os sacerdotes consigam chegar a todas as comunidades, a todas as paróquias. Como as estradas locais são muito más, a Fundação AIS optou, neste caso, pela entrega à diocese de nove motocicletas que são, seguramente, um precioso auxiliar na locomoção não só de padres, mas também de irmãs e catequistas na sua missão evangélica.
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt