PORTUGAL: Secretário-geral da Fundação AIS recorda compromisso do Papa Francisco em defesa dos cristãos perseguidos

Em entrevista ao programa “La Linterna”, da cadeia espanhola de rádio Cope, Philipp Ozores recordou a figura do Papa Francisco e o seu papel na defesa da liberdade religiosa no mundo e dos cristãos perseguidos.

Philipp Ozores, secretário-geral da Fundação AIS Internacional, sublinhou em declarações ao programa “La Linterna”, da cadeia espanhola de rádio Cope, que o Papa Francisco ao longo do seu pontificado de 12 anos nunca se esqueceu de que há muitos cristãos que sofrem por causa da sua fé em muitos países e regiões do planeta, e que essa foi uma das razões pelas quais ele escolheu ir às periferias do mundo.

Durante a entrevista citada pela AIS de Espanha, Ozores explicou que o Papa seguiu, em grande parte, o exemplo de São Francisco de Assis, que promoveu o diálogo inter-religioso, permanecendo fiel à ideia de que a verdadeira esperança está em Cristo.

Sobre episódios de grande violência que afectaram a comunidade cristã nos últimos anos, foi recordada a ocupação de vastas regiões da Síria e do Iraque, com especial destaque para a invasão e ocupação de terras cristãs da Planície de Nínive, em 2014, que forçaram milhares de pessoas a uma fuga apressada para o Curdistão iraquiano. Nesse contexto, foi referida a grande campanha de emergência lançada a nível internacional pela Fundação AIS – e que teve uma grande expressão em Portugal – em socorro a todas as famílias forçadas a deixar num espaço de poucas horas as suas casas e terras ancestrais.

“PAPA FRANCISCO, UM PAI”

Philipp Ozores lembrou que o Papa Francisco não só acompanhou com preocupação essa situação, como alertou o mundo para a crise humanitária que se estava a desenrolar no Iraque e que afectava directamente a comunidade cristã, como fez inclusivamente a sua própria contribuição financeira para aliviar o sofrimento de todas essas pessoas.

Graças a esse gesto do Santo Padre, muitos sentiram-se encorajados a contribuir também para que esses cristãos deslocados do Iraque pudessem receber algum apoio de emergência. “Para nós, o Papa foi como um pai”, descreveu Philipp Ozores, lembrando que Francisco “sempre nos teve em consideração” e apoiou vários projectos promovidos pela Fundação AIS, alguns ainda antes da sua eleição para a cadeira de Pedro. Por tudo isso, Ozores não tem dúvida em afirmar que “sentiremos muito a sua falta”.

LIGAÇÃO PROFUNDA COM A FUNDAÇÃO AIS

De facto, como salienta o secretário-geral da Fundação AIS, a ligação do Papa Francisco à instituição ficou visível logo após a sua eleição em que, numa audiência geral, se referiu à AIS com palavras que, agora, são já recordadas com profunda saudade.

Queridos amigos, que o Senhor torne cada vez mais fecundas as vossas orações e o vosso empenho em apoiar a missão da Igreja no mundo inteiro, especialmente onde ela sofre de carências espirituais e materiais e onde é discriminada e perseguida. De todo o coração, vos abençoo a todos.”

Mas já antes, havia uma ligação com a fundação pontifícia. Em Fevereiro de 2001, o então Arcebispo de Buenos Aires escrevia uma carta ao Padre Werenfried, fundador da Ajuda à Igreja que Sofre, a descrever o imenso labor da Igreja local e a pedir ajuda à instituição, prometendo, já então, que iria rezar pelos benfeitores da AIS espalhados pelo mundo.

“PEÇO-LHE QUE REZE POR MIM…”

O então Cardeal Jorge Mario Bergoglio explicava, na carta, o trabalho que se estava a realizar e a que chamava de “missão arquidiocesana”, com “visitas de casa em casa, de pessoa a pessoa, até que o anúncio do Evangelho chegue a todas as áreas pastorais: crianças, jovens, família, mundo operário, responsáveis da política, enfermos, presos, etc.”.

E a breve carta continuava sinalizando que este era “um trabalho muito duro” e que já tinha sido iniciado pelo seu antecessor, o Cardeal Qarracino. A missiva terminava com a promessa de que iria rezar “pelos colaboradores e benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre”, lembrando que ambos, Jorge Mario Bergoglio e padre Werenfried, já se tinham cruzado há muitos anos. “Nunca me esqueço do encontro que tivemos há mais de vinte anos”, disse, concluindo com um pedido de oração: “Por favor, peço-lhe que reze por mim”.

Como Cardeal de Buenos Aires, Bergoglio pediu à Fundação AIS vários milhares de exemplares do Pequeno Catecismo “Eu Creio”, assim como da “Bíblia para as Crianças”, entre outros títulos, assim como ajuda para a construção da casa de noviciado dos Jesuítas, em San Miguel.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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