“Rezemos pela paz”, pediu o Papa Francisco durante a oração do Angelus, ontem, no Vaticano. Francisco mostrou-se muito preocupado com os combates que desde sábado estão a fustigar Israel e a Palestina e que já causaram centenas de mortos e feridos, falando mesmo em “horas de terror e angústia”.
“A guerra é uma derrota: toda guerra é uma derrota! Rezemos pela paz em Israel e na Palestina!” Estas palavras do Papa Francisco, ontem, domingo, logo após a oração do Angelus, no Vaticano, exprimem a profunda preocupação do chefe da Igreja Católica face à violência extrema nesta região após terem sido disparados, na madrugada de sábado, desde a Faixa de Gaza, milhares de foguetes sobre o território de Israel.
“Expresso a minha proximidade às famílias das vítimas, rezo por elas e por todos aqueles que vivem horas de terror e angústia. Por favor, parem com os ataques e as armas, e se compreenda que o terrorismo e a guerra não levam a nenhuma solução, mas apenas à morte e ao sofrimento de muitas pessoas inocentes”, disse o Santo Padre.
Francisco falou deste conflito, o mais recente entre Israel e o Hamas, mas referiu também todos os países em guerra e, muito especialmente, a “martirizada” Ucrânia, “que todos os dias sofre tanto”.
“Não nos cansemos de invocar, por intercessão de Maria, o dom da paz sobre os numerosos países do mundo marcados por guerras e conflitos; e continuemos a recordar a querida Ucrânia, que todos os dias sofre tanto, tão martirizada”, disse o Papa sublinhando que Outubro é para a Igreja Católica o mês dedicado às missões e à oração do Terço.
Mais apelos à paz
Os ataques contra Israel pelo grupo radical Hamas, e a resposta musculada do governo de Tel Aviv causaram várias centenas de mortos só nas primeiras horas, temendo-se que o conflito venha a crescer ainda mais. O Hamas governa o território da Faixa de Gaza e é considerado como uma organização terrorista pela União Europeia e, por exemplo, pelos Estados Unidos.
Por outro lado, durante o fim-de-semana ocorreram também disparos de artilharia contra alvos no norte de Israel por forças do grupo Hezbollah, no Líbano, o que vem tornar ainda mais perigo o conflito nesta região. Esta situação de violência, que pode conduzir a uma guerra profunda, estão a preocupar os responsáveis das Igrejas Cristãs.
O Patriarca Latino de Jerusalém e os outros Chefes das Igrejas Cristãs emitiram uma declaração, citada pelo portal de notícias do Vaticano, na qual apelam à “cessação imediata da violência”, lembrando que as “demasiadas vítimas e demasiadas tragédias que as famílias palestinas e israelenses têm de enfrentar criarão ainda mais ódio e divisão e destruirão cada vez mais qualquer perspectiva de estabilidade”.
Daí o apelo à comunidade internacional, mas também aos líderes religiosos da região e do mundo, para “fazerem todos os esforços para ajudar a acalmar a situação, restaurar a calma e trabalhar para garantir os direitos fundamentais das pessoas na região”.
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt