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SRI LANKA: Autoridades investigam ligação entre os serviços secretos e os atentados bombistas no Domingo de Páscoa de 2019
A suspeita é de enorme gravidade. Em causa está o possível envolvimento de agentes do próprio Estado nos atentados bombistas que ceifaram as vidas de 269 pessoas em ataques suicidas em três igrejas e três hotéis. Desde o princípio que as suspeitas dos ataques têm recaído em dois grupos muçulmanos locais, que alegadamente terão declarado lealdade ao Daesh, o Estado Islâmico.
Na carta enviada a Rajapaksa, o Comité criado para dar assistência às famílias das vítimas – e que é liderado pelo Cardeal Malcolm Randjith –, exorta-o a tomar medidas legais contra o ex-presidente Maithripala Sirisena, que era o Chefe de Estado na altura dos atentados, conforme foi já recomendado no relatório mandado instaurar após os ataques.
O governo de Sirisena foi fortemente criticado por não ter agido de acordo com as informações recebidas pelos serviços secretos de alguns países e que apontavam para a iminência de um atentado terrorista. O Comité da Igreja pediu também que o antigo primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, fosse investigado pela forma como as autoridades lidaram com a ameaça do “extremismo islâmico”.
De facto, nas conclusões da comissão criada para apuramento das responsabilidades dos atentados, depois de terem sido ouvidas mais de quatro centenas de testemunhas, afirma-se que o procurador-geral do Sri Lanka deveria considerar a possibilidade de “instaurar um processo-crime contra o [ex-presidente] Sirisena”, ao abrigo da legislação em vigor no país. O inspector-geral da polícia também poderá vir a ser processado por negligência.
A Igreja tem exigido desde o primeiro momento também o apuramento total das responsabilidades. Em Março do ano passado, o Cardeal Malcolm Ranjith afirmava que a Igreja estava até na disposição de promover manifestações de rua se as autoridades não assumissem todas as responsabilidades relacionadas com os mortíferos atentados bombistas da Páscoa de 2019.
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