PORTUGAL: Exposição de artigos religiosos profanados revela as marcas do ódio contra os cristãos no Iraque

PORTUGAL: Exposição de artigos religiosos profanados revela as marcas do ódio contra os cristãos no Iraque

A exposição promovida pela Fundação AIS na Basílica dos Mártires, de artigos religiosos profanados e danificados no Iraque, durante os anos negros de ocupação das terras bíblicas pelos jihadistas do Estado Islâmico, tem provocado muita curiosidade entre os milhares de jovens que participam na JMJ de Lisboa. Hoje haverá também os testemunhos de um iraquiano e de um jovem oriundo da Palestina. Ambos falarão sobre a dificuldade que os cristãos enfrentam nos seus países.

Os objectos estão em silêncio, mas é como se gritassem. Cada um dos objectos em exposição na Basílica dos Mártires, ao Chiado, conta uma história e é, por si, um testemunho real, concreto, do que foi a violência contra a comunidade cristã iraquiana na Planície de Nínive quando os jihadistas do auto-proclamado estado Islâmico ocuparam estas terras bíblicas. Foi há precisamente nove anos.

Os primeiros dias de Agosto de 2014 foram a personificação do terror para os cristãos do Iraque. Quando os homens de negro chegaram não restou qualquer alternativa. Os cristãos ou fugiam, ou ficavam, pagando um imposto, a Jysia, ou morriam. Milhares, cerca de cem mil, deixaram de um dia para o outro as suas casas, as suas terras, as suas memórias. A Planície de Nínive esvaziou-se de cristãos no final da primeira semana de Agosto. Foi há nove anos.

A violência dos jihadistas ficou patente em todo o lado. Nada foi deixado ao acaso. As habitações foram marcadas, uma a uma, com a letra “N”, em árabe, identificando o proprietário como cristão, como “Nazareno”, para poderem ser confiscadas pelos militantes islâmicos. Os templos foram saqueados, destruídos. Algumas igrejas foram transformadas em campos de tiro ou armazéns para bombas. O ódio aos cristãos ficou patente em todos os lugares. Casas, igrejas, hospitais e escolas foram saqueadas e destruídas durante a ocupação do Estado Islâmico.

A memória desses tempos de violência, em que os terroristas procuraram erradicar a presença cristã da região, está presente agora na Basílica dos Mártires, numa exposição promovida pela Fundação AIS e inserida na Jornada Mundial da Juventude.

Exposição e testemunhos

A histórica Igreja do Chiado, uma das mais icónicas da cidade de Lisboa, foi o local escolhido pelo secretariado português da Fundação AIS para acolher esta exposição que revela muito do que tem sido o martírio dos cristãos no Iraque nos últimos anos. O público é convidado a ver vários artigos religiosos profanados e danificados e que vieram propositadamente do Iraque, de vilas e aldeias que foram ocupadas pelos jihadistas do Estado Islâmico, no mês de Agosto de 2014.

Estes artigos são uma oferta da Igreja Caldeia e Sírio-Católica do Iraque à Fundação AIS, para que os jovens da JMJ, mas também os portugueses possam compreender bem a dimensão da violência causada pelo ódio e extremismo religioso. Cada um destes objectos é um sinal também do enorme perigo em que se encontra a comunidade cristã no Iraque. Em 2003 havia cerca de 1, 4 milhões de cristãos neste país. Hoje, calcula-se que serão menos de 250 mil.

Além da exposição, a Fundação AIS convidou também, e no contexto da JMJ e da temática da perseguição religiosa, dois cristãos para darem o seu testemunho. E um desses testemunhos é, precisamente sobre o Iraque. Joseph Fadelle nasceu neste país do Médio Oriente no seio de uma família muçulmana xiita abastada. Depois de se ter convertido ao Cristianismo, foi preso e torturado nas prisões iraquianas. Fugiu para a Jordânia com a sua mulher e dois filhos, onde o seu tio e os seus irmãos tentaram assassiná-lo devido à sua conversão. A autoridade religiosa máxima pronunciou contra ele uma fatwa. O livro ‘best seller’ “Preço a Pagar” conta a sua história de conversão e perseguição. É essa história que ele vai contar na Basílica dos Mártires.

Além de Fadelle, haverá ainda, na quinta-feira, dia 3 de Agosto, o testemunho de um palestiniano. Trata-se de Rafi Ghattas – jovem cristão palestiano que contará através da sua experiência como é viver, ser jovem e cristão na Terra Santa, terra de Jesus, onde apenas 1% da população é cristã. Gattas, que é secretário da Juventude Cristã na Palestina, irá falar dos desafios e das dificuldades e expectativas de vida para os jovens na Terra Santa.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

No período em análise não se registaram casos significativos de discriminação por motivos religiosos nem abusos da liberdade religiosa que pudessem ser imputáveis ao Estado ou a outras entidades governamentais. Além disso, certos fenómenos nas sociedades ocidentais chegaram a Portugal, nomeadamente a progressiva marginalização da religião na vida pública e a legalização de certas práticas, como a eutanásia, que são contrárias aos princípios de várias religiões.

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