Sílvia Duarte não pára. Depois de uma corrida de atletismo, no ano passado, em que chamou a atenção dos portugueses para o drama que está a ocorrer em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, a cabeleireira do Estoril vai realizar uma nova acção solidária e desta vez vai oferecer o seu próprio ganha-pão para ajudar a matar a fome das vítimas do terrorismo. Para isso, vai abrir as portas do seu próprio salão e oferecer todo o seu trabalho, dia 13 de Maio, para a Fundação AIS.
Primeiro foi uma corrida dura de atletismo em Lisboa, para chamar a atenção do mundo para o drama humanitário que se está a viver em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Foi em Maio do ano passado e a notícia galgou fronteiras.
Meses depois, em Outubro, de passagem por Lisboa, o próprio Bispo de Pemba fez questão de se encontrar com Sílvia Duarte para lhe dar um abraço sentido em nome de todos os moçambicanos que enfrentam o flagelo do terrorismo na sua diocese, que já causou mais de cinco mil mortos e mais de 1 milhão de deslocados.
Sílvia Duarte fez a corrida com as cores da Fundação AIS e conseguiu arrecadar com esse gesto solidário cerca de 5 mil euros. Isso foi no ano passado. Na altura, ela confessou que estes gestos lhe enchem a alma e dão sentido à vida. “É isto que me faz sentir útil ao mundo”, disse à Fundação AIS ao saber que a sua corrida tinha sido um sucesso e que o seu esforço, o seu suor e cansaço se tinham transformado em ajuda concreta para muitas famílias desesperadas, que foram forçadas a fugir dos terroristas, que estão ligados ao Daesh, a organização jihadista Estado Islâmico, e que continuam muito activos na região.
O sucesso da sua corrida e as palavras de agradecimento de D. António Juliasse, o Bispo de Pemba, incentivaram-na a não parar. E desde logo ficou no ar a ideia de uma nova acção solidária. Mas o quê? Uma nova corrida?
“DAR UM PEDACINHO DE MIM…”
Sílvia, que é cabeleireira de profissão, decidiu que, agora, iria oferecer o seu trabalho, no fundo aquilo que faz todos os dias, o seu próprio ganha-pão, para ajudar a matar a fome dos que, no norte de Moçambique, ficaram sem nada, foram forçados a fugir de suas casas, das suas terras que cultivam, as machambas, e que agora vivem totalmente dependentes da solidariedade da Igreja e de outras instituições.
“Dar o meu próprio trabalho é dar também um pedaço de mim”, diz Sílvia Duarte à Fundação AIS, justificando esta nova iniciativa em favor dos cristãos perseguidos em Cabo Delgado, em favor das vítimas do terrorismo. “Sei que os ataques continuam na região, e que todos os dias há pessoas em fuga e sei também que a Igreja não tem mãos a medir para ajudar tantas e tantas pessoas em necessidade. Por isso, decidi desta vez oferecer o meu dia de trabalho, a 13 de Maio, para minimizar um pouco esse sofrimento humano”, acrescenta.
A ideia é abrir as portas do seu salão, situado na avenida Aida, no Estoril Garden, muito perto do Casino Estoril. “Todas as pessoas que lá forem neste dia 13 ao meu salão estarão a ajudar as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado. Seja cuidando do cabelo, das mãos, dos pés… tudo o que fizerem, tudo o que pagarem reverterá para a Fundação AIS, para que esta obra da Igreja, que tem uma missão tão bonita, de ajudar os cristãos perseguidos, possa canalizar mais e mais ajuda para a Diocese de Pemba, em Moçambique”, explica Sílvia Duarte, sublinhando que a escolha da data, 13 de Maio, não foi um acaso. “Escolhi esta data tão especial, em que Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos, pois esta é uma forma também de invocar e agradecer à Mãe de Deus tudo o que tem feito por mim ao longo da minha vida.”
É IMPORTANTE DIVULGAR ESTA INICIATIVA
O desafio está lançado. Quantas mais pessoas foram dia 13 de Maio ao salão da Sílvia Duarte no Estoril, estarão não só a tratar de si, cuidando do cabelo, por exemplo, mas estarão directamente a ajudar a Fundação AIS nesta missão tão concreta de apoio à Diocese de Pemba que procura auxiliar as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado.
Para garantir que todas as pessoas que desejem participar neste desafio solidário da Sílvia consigam lugar, o melhor é mesmo agendar, telefonando para o número: 918 612 151.
Uma forma também de ajudar é divulgando esta iniciativa. É preciso passar palavra, para que mais pessoas tenham consciência do drama humanitário que está a afectar a região de Cabo Delgado, e também da urgência do apoio à Fundação AIS para que mais ajuda possa ser canalizada para a Igreja Católica, para a Diocese de Pemba, que procura socorrer todas as vítimas do extremismo islâmico. Os deslocados de Cabo Delgado agradecem…
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt