"Obrigado benfeitores da Fundação AIS"
Irmã Joséphine Toyi
A Fundação AIS celebra o Dia do Benfeitor na Festa do Sagrado Coração de Jesus. Este ano foi a 7 de Junho. Especialmente neste dia, celebrámos uma Missa por todos os benfeitores e pelas suas intenções, pois é graças à vossa generosidade, que podemos chegar a milhares de pessoas necessitadas, levando o amor e a misericórdia do Sagrado Coração a todo o mundo. O vosso compromisso inspira-nos e fortalece a nossa missão de servir os outros com o mesmo amor de Jesus. Obrigado!
Toda a ajuda, toda a generosidade dos benfeitores da Fundação AIS em Portugal e no mundo dão origem a belas histórias de amor.
É o caso da Irmã Joséphine Toyi. Ela nasceu no meio do caos e de uma crise política no Burundi, em África e agradece todo o apoio dado pelos benfeitores da Fundação AIS!
“A Fundação AIS formou-me e acompanhou a minha missão como uma mãe”
Com a ajuda da Fundação AIS, pôde estudar e tornou-se uma das primeiras religiosas burundesas a obter um doutoramento em Teologia. Actualmente, é a superiora geral de mais de 400 religiosas do Instituto das Irmãs Bene Tereziya. Segundo a Irmã Joséphine, a vida consagrada no Burundi não seria o que é actualmente sem o apoio da Fundação AIS, que formou os apóstolos de uma nova evangelização no país.
“Nasci em Mugera, em Dezembro de 1970, dois anos antes da crise política que provocou a morte de muitos membros da minha família. Sempre me guiei pelas palavras de Jesus: “que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei” (João 15,12). Santa Teresa do Menino Jesus disse: “No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor”, e também “quanto mais eu estiver unida a Jesus, mais amarei os meus irmãos”.
Este é um amor que vai até ao fim: “Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos”, como disse Jesus! Tenho respondido a este chamamento como consagrada desde Agosto de 1996, no Instituto das Irmãs Bene Tereziya, no Burundi. Dar amor por amor, deixando-me “consumir” como um pequeno pão dado àqueles que Jesus coloca no meu caminho! Porque, enquanto eu viver, sinto-me obrigada a amar as pessoas e a conduzi-las a Jesus. Foi por isso que senti um forte desejo de estudar teologia, mas isso era impossível no Burundi!
A Fundação AIS chegou até mim
Sete meses depois dos meus primeiros votos – a 14 de Março de 1997 – foi-me dada uma dispensa especial para ir estudar filosofia e depois teologia, nos seminários maiores de Bujumbura e Guitega. Deus é verdadeiro e “não nos dá sonhos impossíveis”, mas eu precisava de uma bolsa de estudos. Depois de rezar uma novena a Santa Teresinha do Menino Jesus, dirigi-me à Ajuda à Igreja que Sofre (Fundação AIS), que aprovou o meu pedido, primeiro para uma licenciatura em filosofia, e depois para estudar teologia no Burundi.
Sabendo que havia falta de evangelizadores formados no Burundi, a Fundação AIS concordou também, excepcionalmente, em financiar a minha especialização em teologia espiritual, o que me levou à Faculdade Pontifícia Teresianum, onde obtive uma licenciatura e um doutoramento em teologia espiritual, bem como formação em consultoria em bioética. A Fundação AIS apoiou-me durante todo o processo e foi assim que me tornei numa das primeiras mulheres do Burundi a fazer um doutoramento em teologia.
A Fundação AIS permitiu-me adquirir as ferramentas necessárias para este apostolado. Como é que eu teria podido cumprir a missão que me foi confiada após os meus estudos, entre 2011 e 2019, de supervisionar a formação inicial e contínua no Instituto das Irmãs Bene Tereziya, bem como noutras instituições religiosas do Burundi? Como é que eu teria podido dirigir mais de 50 sessões e vários retiros, um centro para religiosas consagradas e retiros, sem esta formação financiada pela Fundação AIS? A qualidade da vida consagrada no Burundi de hoje deve-se também à Fundação AIS, que formou os apóstolos para uma nova evangelização, que só conhecereis no Céu. Quantas vocações foram despertadas, fortalecidas e iluminadas graças a vós, queridos benfeitores da Fundação AIS? “Para Deus, nada está perdido; a vossa recompensa será grande no Céu!”
Deus não deixa de surpreender
Quando somos felizes na nossa vocação, tudo o que queremos é fazer os outros felizes também! Através do meu profundo desejo de servir e formar os outros, senti um chamamento do Espírito Santo: “Cuida deste rebanho, do qual o próprio Jesus é o Bom Pastor!” Em Julho de 2019, fui eleita superiora geral da nossa comunidade de 430 religiosas.
Esta é uma alegria que partilho com a Fundação AIS, que vê os seus “filhos” crescer e partir para ajudar outros a crescer também! E a Fundação AIS não só me formou, como também continua a acompanhar a minha missão, que enfrenta inúmeros desafios. Como poderia ter servido a Deus e ao Instituto sem a formação e o acompanhamento paciente da fundação pontifícia, como o de uma mãe que ouve o sofrimento do Povo de Deus, dos doentes nos hospitais, dos jovens sem instrução, dos catecúmenos, dos atribulados que precisam de repouso e de se fortalecer, dos missionários no Chade, nos Camarões e na Tanzânia? Quão grande é o alcance dos vossos esforços, meus queridos amigos da Igreja que Sofre!
E agora, formadas e fortalecidas pela Fundação AIS, vamos lançar-nos em águas profundas! Os nossos corações estão dispostos a trabalhar pelo amor e pela reconciliação, como pequenas faíscas que brilham na noite do mundo! O amor do Senhor nunca se esgota, a Sua compaixão renova-se a cada manhã. Obrigado por nos ajudarem a manter as nossas lâmpadas acesas para que, convosco, possamos aproximar o Reino de Deus das pessoas.
Obrigada, queridos benfeitores que sustentam a Fundação AIS, por permitirem que Jesus realize este milagre de ressuscitar o mundo! Rezamos por vós todos os dias!”
Irmã Joséphine Toyi
Uma das nossas fiéis benfeitoras é Maria Antónia Cabral, de 97 anos. Para aliviar o sofrimento dos Cristãos perseguidos no mundo, ela faz e vende “Registos”, um trabalho artesanal de arte sacra, habitualmente imagens de santos que se guardam numa caixa artisticamente emoldurada. Os lucros da actividade artística desta mulher, uma das primeiras licenciadas em Arquitectura em Portugal, revertem para a Fundação AIS, como aconteceu com uma exposição em Novembro do ano passado, em Benfica.
Também Sílvia Duarte não se cansa de fazer o bem e de ajudar a Fundação AIS. Cabeleireira, de 56 anos, casada, mãe de três filhos, participou numa difícil corrida de 22 km em Monsanto, Lisboa, com o objectivo de ajudar o povo martirizado de Moçambique. “O grito de socorro das pessoas de Cabo Delgado vítimas dos ataques terroristas comoveu-me”, diz Sílvia. Ao correr por esta causa, procurou não só alertar o mundo para a tragédia humanitária que está a acontecer nesta região, mas também chamar a atenção dos Portugueses para a missão da Fundação AIS no mundo.
Irmã Joséphine com algumas das crianças que estão ao seu cuidado.