NIGÉRIA: Três religiosas libertadas ao fim de oito dias de cativeiro, após terem sido raptadas no sul do país

Três irmãs, que pertencem à congregação das Filhas Missionárias de Mater Ecclesiae, foram libertadas na sexta-feira, dia 13, após terem sido raptadas oito dias antes, quando iam a caminho de um funeral no estado de Imo, no sul do país. Na ocasião foram também raptados um seminarista e o motorista que conduzia o grupo, tendo a libertação de ambos ocorrido um dia mais tarde, no sábado, 14 de Outubro.

A notícia da libertação dos cinco cativos, as três irmãs, o seminarista e o motorista, foi enviada ontem para a Fundação AIS Internacional. “Obrigado, Senhor, eles foram libertados”, dizia a mensagem.

Foram oito dias de angústia para a comunidade católica nigeriana. Sem informações sobre o paradeiro das três religiosas, do seminarista e do motorista que acompanhava o grupo, houve muitos pedidos de oração para que nenhum mal lhes acontecesse. 

Ainda na passada terça-feira, dia 10, numa nota publicada na Imprensa, a congregação apelava “a todas as pessoas de boa vontade pela libertação segura” das três irmãs, identificadas como Rosemary Osiowhemu, Maria Ngozi Okoye e Josephine Mary Chinyekwuo, assim como do seminarista, Peter Eyakeno Sunday, e do motorista, Awoke Emmanuel.

O rapto ocorreu a caminho de Mbano, no estado de Imo, no sul da Nigéria, quando todos se dirigiam para as cerimónias fúnebres da mãe de uma das religiosas da congregação. Mal se soube da notícia do rapto, as Filhas Missionárias de Mater Ecclesiae apelaram a quem tivesse “qualquer informação vital”, para a fazer chegar à congregação.

Violência sem fim

Este caso é apenas um sinal do enorme clima de insegurança que se vive na Nigéria, muito especialmente desde 2009 quando começaram os ataques violentos por parte do grupo jihadista Boko Haram, que tem como um dos alvos preferenciais a comunidade cristã.

No entanto, as ameaças ao nível da segurança são muito mais vastas e incluem outros protagonistas, nomeadamente os pastores nómadas fulani, cada vez mais radicalizados e também muitos grupos armados que fazem do rapto de pessoas um lucrativo negócio. Ainda em Setembro, a Fundação AIS dava conta do rapto por homens armados que, segundo a imprensa local, seriam precisamente militantes fulani do Padre Marcellinus Obioma Okide, em Udi, Diocese de Enugu.

Apesar de ter sido libertado ao fim de apenas quatro dias, este caso lançou uma enorme inquietação entre a comunidade cristã, pois ocorreu apenas uma semana depois da morte horrível de um seminarista na Diocese de Kafanchan. Na’aman Ngofe Danlami, de 27 anos de idade, que foi literalmente “devorado pelas chamas”, em consequência de um ataque, no dia 7 de Setembro, à reitoria da Paróquia de São Rafael, onde se encontrava.

Na origem desta tragédia, esteve mais uma vez uma tentativa de rapto de um sacerdote. Neste caso, como os bandidos não conseguiram entrar no edifício, deitaram-lhe fogo que acabaria por ceifar a vida do jovem seminarista.

Cenas de “partir o coração”

Infelizmente, a violência contra os Cristãos parece ter-se tornado no padrão normal da vida na Nigéria nos últimos tempos. Ainda recentemente, a 10 de Agosto, a Fundação AIS dava conta de um ataque à comunidade cristã em Heipang, situada perto da cidade de Jos, na região centro-norte do país. Nesse ataque, de extrema violência, da responsabilidade também de militantes fulani, registaram-se 21 mortos e mais de uma dezena de feridos. Masara Kim, um jornalista que vive em Jos, explicou então à Fundação AIS que, depois de incendiarem as casas, os extremistas apontaram as suas armas aos que tentavam fugir. Kim, que visitou o local depois do crime, fala de uma cena “de partir o coração”. Cerca de metade das vítimas “estavam queimadas de forma irreconhecível” e pelo menos cinco eram crianças.

Foram enterrados numa vala comum encharcada pela chuva. Trata-se de aldeões pobres que nem sequer têm dinheiro para comer, quanto mais para caixões.”

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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