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NIGÉRIA: Raptada há quatro anos, a jovem Leah Sharibu é símbolo da perseguição aos cristãos pelo grupo terrorista Boko Haram
Foi raptada fez sábado, dia 19, há precisamente 1461 dias. A jovem Leah Sharibu tinha apenas 14 anos quando foi levada por homens armados, pertencentes ao grupo terrorista Boko Haram, desde a sua escola, em Dapchi, no nordeste da Nigéria.
Nesse ataque, em Fevereiro de 2018, os terroristas levaram consigo 110 raparigas. No entanto, cerca de um mês mais tarde, todas as alunas foram libertadas com excepção de Leah, que sendo a única cristã do grupo recusou converter-se ao islamismo como os terroristas exigiam. Ficou desde então em cativeiro.
Não há muitos dados sobre o seu estado de saúde e paradeiro. As informações mais recentes que a Fundação AIS obteve junto de Gideon Para-Mallan, muito próximo da família da jovem cristã, indicam que ela está viva. “Essa é a informação mais encorajadora”, afirmou este pastor protestante.
Os pais de Leah, Nathan e Rebecca Sharibu, emitiram, entretanto, um apelo, divulgado nos últimos dias pela imprensa nigeriana, em que pedem aos líderes do país para “agilizarem a libertação” da filha, lançando simultaneamente um pedido de ajuda ao general Farouk Yahaya, chefe do Estado-Maior do Exército, que recentemente garantiu que iria libertar a rapariga cristã.
Há rumores, não confirmados, de que a jovem terá dado à luz pelo menos uma criança e que teria sido “forçada a casar com um líder do Boko Haram”, como explicou há um ano, em mensagem enviada para a Fundação AIS em Lisboa, um responsável da Leah Foundation, uma instituição entretanto criada em apoio à sua libertação.
Kyle Abts, que falava em nome da família da jovem cristã e da Leah Foundation, explicava então que “a última informação verificada em como ela ainda estará viva remonta ao início do ano de 2020”, após a libertação de um refém pelo Boko Haram.
É difícil imaginar o sofrimento por que têm passado os pais de Leah Sharibu durante estes longos dias de cativeiro, sabendo-a frágil e abandonada no meio de um dos mais temíveis grupos terroristas da actualidade.
No último contacto que estabeleceu também com a Fundação AIS, o pastor Gideon, que tem procurado encontrar-se com alguma frequência com a família da jovem, disse que os pais de Leah permanecem “firmes e cheios de fé de que um dia verão a sua filha” em liberdade. “O estado de espírito deles não foi ainda quebrado, mas estão em sofrimento…”
A Fundação AIS tem denunciado desde a primeira hora este caso ao mundo tendo a história Leah Sharibu sido apresentada aos portugueses durante a Quaresma de 2021 como exemplo de “Mártires e Heróis por Amor”, pessoas que levaram ao extremo a sua fidelidade a Deus e à Igreja.
O pedido para a libertação de Leah Sharibu tem mobilizado inúmeras instituições de defesa dos direitos humanos, ampliando os apelos nesse sentido que a Fundação AIS tem promovido desde 2018. Entre essas instituições, destaque para a Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos que tem denunciado também este caso como exemplo de flagrante atropelo aos direitos da comunidade cristã na Nigéria.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt