Faz hoje, dia 28 de Fevereiro, precisamente 100 dias que o Padre Hans -Joachim Lohre foi raptado em Bamako, a capital do Mali, quando ia celebrar uma missa.
Continua desconhecido o paradeiro do padre alemão Hans-Joachim Lohre, raptado a 20 de Novembro do ano passado, perto da escola onde trabalhava, em Bamako, a capital do Mali, e num momento em que se preparava para celebrar uma missa numa Igreja na cidade. O seu automóvel foi encontrado abandonado e a cruz que ele trazia sempre consigo estava no chão.
Desde o seu sequestro, que a situação deste sacerdote tem vindo a ser acompanhada com preocupação pela Fundação AIS. Aliás, mal se soube da notícia, o presidente executivo internacional da Ajuda à Igreja que Sofre apelou logo às orações de todos pela libertação do padre Joachim, conhecido também como Ha-Jo.
“Pedimos orações a todos os nossos benfeitores e amigos para a libertação imediata do Padre Ha-Jo. Ele é um construtor de paz no meio da violência e do terrorismo. A nossa Fundação tem apoiado a sua missão nos últimos anos e agora ele precisa das nossas orações e solidariedade”, afirmou Thomas Heine-Geldern sobre este sacerdote da Sociedade dos Missionários de África.
O Padre Hans-Joachim Lohre, desenvolvia há cerca de três décadas um importante trabalho ao nível do diálogo inter-religioso, leccionando no Instituto de Educação Cristã-Islâmica. O sequestro deste missionário foi visto como mais um sinal da deterioração das condições de vida da comunidade cristã neste país africano, fruto da actuação violenta de diversos grupos jihadistas que operam com relativa impunidade na região do Sahel, que inclui países como o Mali, Níger ou Burquina Fasso, por exemplo.
O padre alemão estava bem ciente, no entanto, dos riscos que corria. Numa mensagem gravada durante uma visita à sede internacional da Fundação AIS, o Padre Hans-Joachim Lohre falava do seu trabalho e da importância de se cultivar o diálogo entre religiões, mesmo que num ambiente relativamente hostil como acontece desde há vários anos no Mali.
Além do padre alemão, haverá ainda pelo menos um outro sacerdote sequestrado e que estará nas mãos de grupos jihadistas nesta região. Trata-se do Padre Joël Yougbaré, raptado no Burkina Faso a 17 de Março de 2019. Nos últimos anos foram também raptados e continuarão em cativeiro cidadãos romenos, australianos, norte-americanos e italianos.