MALI: Padre Maccalli pede libertação de 10 reféns detidos por jihadistas no Sahel, incluindo padre Hans Joachim

Padre Hans-Joachim

São pelo menos 10 os reféns de grupos jihadistas que se encontram actualmente na região do Sahel e para quem o padre Pier Luigi Maccalli pede a libertação. Na véspera de Natal, o padre Pier Luigi – ele próprio vítima de rapto e de cativeiro ao longo de mais de dois anos nesta região de África – lembra a existência de pessoas que caíram nas mãos de grupos terroristas e pede a sua libertação imediata.

Um dos prisioneiros citados pelo sacerdote italiano é o padre Hans-Joachim, cuja libertação foi também já pedida pela Fundação AIS. “No Natal, as famílias estão habituadas a reunir-se e celebrar à volta de uma mesa, mas para alguns haverá um lugar vazio nos seus corações”, escreve Pier Luigi Maccalli num texto citado pela agência Fides.

O sacerdote afirma que a experiência no deserto durante o tempo de cativeiro, deixou-lhe um sentimento de “forte comunhão de coração com todas as vítimas inocentes”. Por isso, decidiu lançar este apelo pela libertação não só dos reféns, mas também para a paz em toda a região do Sahel. “Não posso deixar de sentir solidariedade com as famílias de todos os reféns no Sahel e este ano a minha oração perante o presépio é por eles: que haja Paz e Libertação para eles e para o Sahel.”

Entre os que estão em cativeiro, e que o padre Pier Luigi menciona, está o padre alemão Hans-Joachim Lohre, raptado no Mali a 20 de Novembro de 2022. A situação deste sacerdote tem vindo a ser acompanhada com preocupação pela Fundação AIS. Mal se soube da notícia do seu rapto, o presidente executivo internacional da Ajuda à Igreja que Sofre apelou às orações de todos pela libertação do padre Joachim, conhecido também como Ha-Jo.

“Pedimos orações a todos os nossos benfeitores e amigos para a libertação imediata do Padre Ha-Jo. Ele é um construtor de paz no meio da violência e do terrorismo. A nossa Fundação tem apoiado a sua missão nos últimos anos e agora ele precisa das nossas orações e solidariedade”, afirmou Heine-Geldern sobre este sacerdote da Sociedade dos Missionários de África [também conhecidos como Padres Brancos].

Raptado em Bamako, a capital do Mali, quando ia celebrar uma missa numa igreja na região, o padre Hans-Joachim Lohre, desenvolvia um importante trabalho ao nível do diálogo inter-religioso, leccionando no Instituto de Educação Cristã-Islâmica. A notícia do sequestro deste missionário foi vista como mais um sinal da deterioração das condições de vida da comunidade cristã neste país africano.

O padre alemão estava bem ciente, no entanto, dos riscos que corria por estar no Mali, país onde se encontrava há cerca de três décadas. Ainda recentemente, numa mensagem gravada durante uma visita à sede internacional da Fundação AIS, o Padre Hans-Joachim Lohre falou do seu trabalho e da importância de se cultivar o diálogo entre religiões, mesmo num ambiente relativamente hostil como acontece desde há vários anos no Mali.

Além deste sacerdote alemão, Pier-Luigi Maccalli pede também a libertação de outras nove vítimas da violência dos grupos jihadistas que operam com relativa impunidade na região do Sahel e muito concretamente no Mali e em países como o Níger ou Burkina Faso. Entre esses outros reféns, estão cidadãos romenos, australianos, norte-americanos e italianos.

A agência Fides recorda que há um outro sacerdote às mãos de grupos jihadistas. Trata-se de Joël Yougbaré, raptado no Burkina Faso a 17 de Março de 2019. O romeno Iulian Ghergut, raptado em 4 de Abril de 2015 no Burkina Faso, é quem está há mais tempo privado de liberdade: são já sete anos e quase nove meses longe da família e amigos…

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

O Mali está envolvido numa teia de violência entre os combatentes do Governo de transição, mercenários incluindo o grupo Wagner, e a investida de ataques dos jihadistas. Resta saber se o país regressará a uma “democracia pluralista” no final do período de transição de dois anos em 2024, como originalmente previsto na sua Constituição. Globalmente, a situação actual representa um futuro sombrio para todos os direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa.

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