Moses Sense Simukonde, um jovem missionário zambiano de apenas 34 anos de idade, foi morto a tiro na quarta-feira, dia 29 de Março, na capital do Burquina Fasso, por militares que, alegadamente, tentavam impedir um indivíduo de ultrapassar uma zona de segurança. O jovem missionário viajava num veículo que passava na ocasião pelo local e terá sido alvejado, embora se desconheçam ainda pormenores do que terá acontecido.
Moses Simukonde nasceu em Monze, na Zâmbia, a 28 de junho de 1988. Era missionário há seis anos, e já tinha estado antes ao serviço da Igreja no Níger. Actualmente trabalhava na casa de acolhimento dos Padres Brancos, como também são conhecidos os Missionários de África, em Ouagadougou, a capital do Burquina Fasso.
Este é o segundo elemento da Igreja que perde a vida de forma violenta neste país de África desde o início do ano. Logo no dia 2 de Janeiro, o Padre Jacques Yaro Zerbo, de 67 anos de idade, foi assassinado às mãos de homens armados em Soro, na região noroeste do país.
Durante quase uma década, o Burquina Fasso tem vindo a ser palco de violência, principalmente desde 2011, quando a Líbia mergulhou na anarquia após a queda do coronel Muammar Gaddafi. Quase em simultâneo, a região norte do Mali caiu também nas mãos de grupos radicais islâmicos.
O ambiente de insegurança que se vive neste país não é indiferente às actividades terroristas, quase sempre com a marca do Islão radical, que sobressaltam também países vizinhos como o Níger ou a Nigéria. Em toda esta vasta região de África estão activos diversos grupos jihadistas ligados à Al Qaeda ou ao Isis, o Estado Islâmico.
O próprio Burquina Fasso atravessa um período de instabilidade que decorre de sucessivos golpes militares. O mais recente foi em 30 de Setembro do ano passado, apenas oito meses após o tenente-coronel Damiba ter tomado o poder do ex-presidente Kaboré. O novo homem forte do país é, agora, o capitão Ibrahim Traoré.