A Irmã Elisabete Almendra, missionária comboniana presente na Diocese de Wau, destaca, em mensagem enviada para a Fundação AIS, a importância do trabalho com as famílias no Sudão do Sul, onde o número de casamentos católicos é muito baixo. Tal como a religiosa, também o Padre Edgar agradece e pede ajuda para a Igreja, nomeadamente na formação dos catequistas, para o trabalho de evangelização. “Com catequistas fortes e famílias fortes, a Diocese de Wau será uau”, diz a religiosa portuguesa.
São dois rostos da Igreja militante no Sudão do Sul. A portuguesa Elisabete Almendra, mais conhecida como Irmã Beta, e o Padre Edgar, sacerdote diocesano, trabalham arduamente na catequização e evangelização da Diocese de Wau.
No ano passado, Kinga Schierstadt, uma das responsáveis de projectos da Fundação AIS, esteve com eles e acompanhou-os a várias aldeias onde realizam a sua missão pastoral em condições muito difíceis com os jovens, famílias e casais. E acompanhou também um acampamento vocacional com 150 jovens e que decorreu durante três dias.
O apoio da Fundação AIS a estas iniciativas é essencial. E como agradecimento a toda a ajuda disponibilizada, a Irmã Beta e o Padre Edgar decidiram gravar uma pequena mensagem em que explicam em linhas gerais o que fazem e quais os grandes desafios que se colocam à Igreja na Diocese de Wau. Um desses desafios é o da proximidade às famílias, pois é extremamente baixo o número de casamentos que se realizam ali por ano. “Só na nossa Igreja, na Igreja Católica – diz a religiosa portuguesa – há apenas um, dois casamentos por ano. É muito pouco”, acrescenta.
O problema, explica a Irmã Beta Almendra, radica numa questão cultural, na forma como as populações locais entendem e encaram a realidade do próprio casamento. “Uma das coisas que queremos dizer-vos”, sublinha a religiosa na mensagem enviada, entretanto, para a Fundação AIS, “é que é muito importante trabalhar com os casais, com as famílias”.
“Há realmente uma necessidade muito grande disso aqui”, acrescenta, explicando que na região é comum “a poligamia”. Por isso, diz ainda a missionária comboniana, “precisamos dar poder às famílias”.
IMPORTÂNCIA DOS CATEQUISTAS
Além do trabalho com as famílias, a Igreja está também muito focada na Diocese de Wau no trabalho com os catequistas, que são “o braço direito das nossas agências pastorais”, como explica o Padre Edgar. Para este sacerdote diocesano, “são os catequistas que mantêm o trabalho de evangelização”.
Esta é uma realidade não só do Sudão do Sul mas de todo o continente africano. Os catequistas estão presentes nos locais mais distantes, nas aldeias mais isoladas. São eles, muitas vezes, o único rosto visível da Igreja e, por isso, a sua formação é essencial. E é aqui que tem entrado também a Fundação AIS. O Padre Edgar sublinha a necessidade de mais apoio para poder formar mais e mais catequistas.
A nossa diocese precisa de mais formação para os catequistas, e isto é o mínimo que podemos oferecer, mas, mesmo assim, estamos a apelar e a pedir para melhorar a experiência educativa e alargar a experiência pastoral dos nossos catequistas, e depois formá-los para que possam dar o melhor no campo catequético, no campo pastoral, para que tenhamos catequistas fortes, uma igreja forte, e assim possamos continuar a evangelização que Deus nos confiou.”
Agradecendo a ajuda da Fundação AIS, e garantindo que na Diocese de Wau se reza sempre pelos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre, a Irmã Elisabete Almendra termina a mensagem garantindo que todo o apoio disponibilizado vai dar mais força à Diocese. “Com catequistas fortes, com famílias fortes, a Diocese de Wau será uau!”, assegura a missionária portuguesa.
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt