SOS SÍRIA: “A situação da população é de absoluto desespero e angústia” afirma Bispo de Homs, após forte sismo

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Tristeza e desolação. Estas são as palavras que me vêm à mente para qualificar o violento sismo que atingiu o sul da Turquia e o norte da Síria, na madrugada de segunda-feira, dia 6. Neste momento (actualização 14 Fev), mais de 37 mil pessoas já perderam a vida. Mas, infelizmente, o número será tragicamente maior…
Pensamos em todas as vítimas, nos feridos, nos que perderam os familiares, nos que ficaram sozinhos, nos que já não têm casa, nos que estão com medo, frio e fome. Todos eles estão no nosso pensamento, mas muito especialmente nos nossos amigos de Alepo, Latakia, Hamã e Idlib, as cidades mais duramente atingidas na Síria. Este país, que já tanto sofreu, com a guerra, a perseguição, as sanções económicas e a pandemia, vê-se agora esmagado por um sismo brutal que ceifou milhares de vidas em pouco mais de um minuto!

Logo depois do terramoto, recebemos mensagens desses nossos amigos, parceiros de projecto da Fundação AIS, padre, irmãs, bispos. Todos tinham lágrimas nas palavras. Dois deles, foram especificamente de D. Jean Abdo Arbach, Arcebispo de Homs e do Arcebispo Maronita de Alepo, D. Joseph Tobji:

D. Jean Abdo Arbach
“A situação da população é de absoluto desespero e angústia. Há muitas pessoas a vaguear pelas ruas sem saber para onde ir, desesperadamente à procura de familiares e amigos (…) Além da falta de comida e do Inverno rigoroso, do frio, da neve, agora milhares de pessoas ficaram sem um tecto, com as suas casas totalmente destruídas pelo sismo. (…) Imploro as vossas orações para termos força, a fim de ajudarmos a população, para estarmos com eles”.
D. Jean Abdo Arbach

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“As pessoas estão em estado de choque!” A expressão de D. Joseph Tobji, o Arcebispo Maronita de Alepo, traduz o estado de ansiedade de quem sobreviveu ao sismo e agora se depara com a morte de familiares e amigos, e cidades em ruína e cheias de destroços, que sepultaram tantas e tantas pessoas. “As pessoas estão com muito medo. O que aconteceu é muito difícil porque o terramoto durou mais de um minuto sem interrupção. Centenas de edifícios ficaram danificados ou destruídos. Por favor, rezem por nós, porque ao nível humano não podemos lidar com esta catástrofe. Que o Senhor tenha misericórdia de nós!”

D. Joseph Tobji

D. Joseph Tobji

A Igreja mobilizou-se de imediato no socorro às vítimas. Escolas, igrejas e mosteiros estão abertos 24 horas por dia para acolher os desalojados. Mas está frio e não há eletricidade durante grande parte do dia…

Juntamente com a Igreja local, a Fundação AIS está a avaliar continuamente a situação, recolhendo o máximo de informação possível junto dos seus parceiros no terreno sobre as necessidades imediatas da Igreja, para que esta possa cumprir a sua missão de ajuda de emergência junto destas populações.

A URGÊNCIA DO SOCORRO
É na distribuição da comida e de abrigo que, neste momento, se centram as necessidades mais prementes. Para já, diz D. Joseph Tobji, é preciso “fornecer refeições quentes e cobertores às pessoas, mas depois será necessário dar-lhes um tecto, porque muitas já não podem voltar para suas casas, por terem ficado destruídas ou porque o prédio ficou fragilizado, por isso é muito perigoso! Por favor, ajudem-nos a reconstruir as casas, porque é o mais dispendioso e é urgente. Está frio, à noite a temperatura chega aos 3 e 4 graus negativos, por isso as pessoas não podem ficar ao relento.”

Este sismo está a levar a Síria para o abismo. Sobreviver era já uma tarefa difícil. Mas agora, tudo ficou ainda pior. Podem contar consigo?

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Todos os projectos que a Fundação AIS já desenvolvia na Síria ganham agora uma importância ainda maior. São os cabazes alimentares, as roupas quentes, os cobertores, o leite para as crianças, a ajuda aos idosos e o auxílio médico…
Tudo isto continua a ser essencial e urgente, mas, neste momento, o apelo que nos fazem é para ajudar na reconstrução das casas que não ruíram, mas que sofreram danos estruturais. As famílias precisam de voltar a ter um tecto. Só em Alepo é necessário reparar mais de 600 casas.

A Fundação AIS apoia as comunidades cristãs na Síria há muitos anos e, mais do que nunca, queremos e iremos estar ao seu lado! Graças à sua generosidade, temos ajudado famílias a reiniciarem as suas vidas e alimentado a fé incrível deste povo. Mas só consigo poderemos enfrentar esta nova calamidade que assola este país.
Os cristãos da Síria precisam de nós, da nossa solidariedade e das nossas orações. Juntos rezemos pelas vítimas da tragédia que abalou a Síria e a Turquia e que as nossas orações consolem todos aqueles que choram.

“Esperemos que o sismo abale e abra o coração
da comunidade internacional e de todos os
líderes mundiais, para que ajudem também a Síria
e não se esqueçam das pessoas que sofrem.”

D. Jean Abdo Arbach, Arcebispo de Homs

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Mais de 11 anos após o início da guerra na Síria, o país continua a ser fortemente afectado. Embora os combates tenham diminuído significativamente e o autoproclamado Estado Islâmico tenha sido expulso como força territorial, a Síria continua dividida a nível regional, o que afecta profundamente a liberdade religiosa.

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