O Padre Augustine Amadu era amigo da Fundação AIS e a sua morte é considerada como uma perda trágica para a Diocese de Kenema e para toda a Igreja deste país africano.
O Padre Augustine Amadu foi assassinado, ao que tudo indica na sequência de um assalto na sua casa paroquial, no sábado, 30 de agosto, na Diocese de Kenema, na Serra Leoa. De acordo com a autópsia, o sacerdote recebeu um forte golpe na cabeça e foi estrangulado até à morte pelos agressores, que a polícia acredita terem entrado na casa através de uma janela danificada. A investigação e a busca pelos autores do crime continuam.
Após cinco anos de serviço na Paróquia da Imaculada Conceição, onde ocorreu o assassinato, o Padre Amadu – amigo da Fundação AIS – preparava-se para celebrar a sua missa de despedida no Domingo, 31 de agosto, antes de se mudar para uma nova missão na paróquia de St. John, em Kailahun.
Ulrich Kny, director de projectos para a Serra Leoa da Fundação pontifícia, visitou o Padre Augustine na paróquia da Imaculada Conceição em 2022. Com a ajuda da AIS, a paróquia conseguiu reconstruir o telhado da igreja. Kny expressou choque com o crime e recordou essa última viagem ao país há três anos.
“Quando visitámos a paróquia, a comunidade estava tão entusiasmada com a mudança iminente do Padre Augustine para a reitoria que ele nos mostrou. É muito triste que tenha sido vítima de uma violência tão terrível”, disse Ulrich Kny. “Em nome da Fundação AIS Internacional, queremos expressar as nossas mais sinceras condolências a todas as pessoas afectadas pela morte repentina do Padre Augustine, especialmente a sua família e amigos, os seus irmãos no sacerdócio, os seus paroquianos da Paróquia da Imaculada Conceição, bem como todo o povo de Deus da Diocese de Kenema. Rezamos pelo descanso da sua alma, com a certeza de que ele poderá desfrutar da vida eterna na graça do Deus misericordioso, como é prometido a todos os Seus filhos. Que Deus o recompense abundantemente por todo o seu empenho na Igreja desse país”, disse Ulrich Kny, numa mensagem enviada à Diocese de Kenema.
O assassinato também gerou condenação por parte de outras confissões religiosas na Serra Leoa. Numa declaração enviada à Fundação AIS Internacional, o Conselho Inter-religioso da Serra Leoa afirmou:
O Padre Amadu era um homem de paz, compaixão e compromisso inabalável com a elevação espiritual e social da sua comunidade. A sua morte prematura não é apenas uma perda devastadora para a Igreja Católica, mas também para os organismos religiosos mais amplos e para o tecido social do país. Lamentamos a morte de um servo de Deus cuja vida foi dedicada a promover a unidade, a esperança e a orientação moral.”
A Serra Leoa é um país de maioria muçulmana, em que os cristãos representam pouco mais de 25% da população. As relações inter-religiosas são excelentes, e a edição de 2023 do Relatório sobre a Liberdade Religiosa da Fundação AIS não regista qualquer incidente significativo de perseguição, o que torna este caso de violência extrema contra um padre católico ainda mais chocante e surpreendente.
Filipe D’Avillez | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt