Sementes de Esperança: Outubro de 2021

SEMENTES DE ESPERANÇA

Sementes de Esperança: Outubro de 2021

Sementes de Esperança: Outubro de 2021

IRÃO
NOVO PRESIDENTE NA MIRA DOS EUA

Superfície
1.628.750 km2

População
83.587.129

Religião
Muçulmanos: 98,6%
Cristãos: 0,7%
Outras: 0,7% 

SEMENTES DE ESPERANÇA

O ultraconservador Ebrahim Raisi, eleito em Junho presidente do Irão, está na lista negra dos Estados Unidos como um dos responsáveis por violações dos direitos humanos neste país.

Foram as eleições menos disputadas desde a década de 70 do século passado. A fraca participação dos Iranianos na escolha do novo presidente do país foi um sinal claro da desconfiança e talvez mesmo do desânimo face à profunda crise económica que marca o dia-a-dia das populações. Conhecido pelo turbante negro dos seyyed, os descendentes do Profeta Maomé, Ebrahim Raisi, é uma figura polémica, ultraconservador, com uma devoção evidente à memória de Ayatollah Khomeini e uma forte ligação aos massacres dos opositores do regime, nomeadamente em 1988.

Antes de ser presidente do país, Raisi era o responsável pela autoridade judiciária do Irão. Também por isso, a acusação de que foi um dos responsáveis pela execução de cerca de três mil dissidentes do regime no final da década de 80 do século passado, ganha um relevo maior agora que assume a presidência do país. Ele sempre negou qualquer envolvimento nesse crime, mas a verdade é que a própria Amnistia Internacional tem defendido que Ebrahim Raisi deve ser investigado por crimes contra a humanidade.

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O novo presidente do Irão tomou posse num momento particularmente complexo da vida do país e das relações internacionais na região. Israel acusa o Irão de estar praticamente na posse de armas nucleares o que, por si só, representa uma ameaça de um possível conflito armado, dada a posição que o regime israelita tem afirmado sempre sobre essa possibilidade. No entanto, para se compreender melhor o país dos xiitas, é preciso lembrar que o verdadeiro poder está nas mãos de Ali Khamenei, o actual guia supremo da Revolução Islâmica. Foi designado pelo próprio Khomeini e dirige os Guardiões da Revolução desde 1989.

É ele que decide, por exemplo, quem se pode apresentar ou não à presidência da República. “Os Guardiões da Revolução podem deixar passar um moderado de vez em quando, para que a sua política não pareça muito brutal, mas eles detêm um poder que ninguém pode pôr em causa”, explica Michel Makinsky, especialista em geopolítica do Irão. Ele descreve um regime “estalianiano” no qual é proibido criticar o guia supremo e onde todas as administrações actuam sob a vigilância de um representante do guia, homólogo iraniano dos comissários do povo dos tempos soviéticos.

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Oração

Para que através da oração dos Cristãos o Teu Espírito possa tocar o coração e a consciência dos governantes e dos líderes religiosos do Irão, nós Te pedimos Senhor.

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FALHAS NO SISTEMA

O país de Ebrahim Raisi está sob a influência dos ayatollahs há mais de 40 anos e viveu quase outros tantos de embargo económico e enfrenta várias crises, a começar pelas consequências das sanções impostas pelos EUA. No entanto, é na própria cúpula do regime que se poderá vir a revelar uma das mais complexas crises. De facto, vários elementos do poder dos “duros” da Revolução Iraniana estão fragilizados. Por um lado, o guia supremo, de 82 anos – provavelmente doente independentemente do que diga a comunicação oficial – poderá morrer, desencadeando uma guerra de sucessão. Por outro lado, e mais profundamente, a população iraniana despreza os clérigos que supostamente são seus directores espirituais.

As mesquitas iranianas são cada vez menos frequentadas. Por ocasião dos movimentos sociais de 2019 e 2020, os manifestantes acusaram não apenas a República Islâmica, mas também o guia Ali Khamenei, desafiando a proibição. Para os manifestantes, do ideal da Revolução de 1979 resta apenas a casta dos Guardiães da Revolução, que estende o seu poder sobre o exército e sobre toda a economia do país.

Cansados do discurso oficial, um número incalculável de xiitas iranianos põe em causa a sua religião apesar da violência da polícia religiosa. Alguns escolhem o ateísmo, o Zoroastrismo ou o Hinduísmo. A Fundação AIS recebe testemunhos de conversões ao Cristianismo que deixam adivinhar as falhas no sistema da Revolução Islâmica.

Lucas, de 19 anos, conta-nos a história da sua mãe, que descobriu o Cristianismo graças à televisão por satélite. Contrariamente à televisão por via hertziana, que apenas transmite os programas oficiais iranianos, permite aceder aos programas proibidos, especialmente os canais religiosos cristãos. “Pouco a pouco, ela começou a interessar-se pelo Cristianismo, especialmente através de filmes como ‘A Paixão de Cristo’. Num dos programas que assistiu, ouviu dizer que Deus é amor. Essa frase mexeu com ela.” Essas transmissões foram um ponto de partida para uma conversão, juntamente com as comunidades cristãs escondidas no Irão. Lucas também se converteu, mas os dois foram descobertos e presos durante vários meses. Libertados sob caução, refugiaram-se na Turquia, onde vivem actualmente sem poder regressar ao seu país natal.

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Oração

Para que a liberdade religiosa e a harmonia entre os crentes das diversas religiões possa tornar-se uma realidade nesta nação, nós Te pedimos Senhor.

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O IMPASSE SOBRE O ACORDO NUCLEAR

Com a investidura do presidente Joe Biden, a 20 de Janeiro de 2021, os Iranianos poderiam esperar uma mudança de política que lhes permitisse sair do embargo. Mas está tudo parado.
Em Abril, os representantes americanos e iranianos foram confrontados com esta questão, a fim de chegarem a um acordo que permitisse levantar as sanções americanas por um lado e restringir o programa de armamento nuclear iraniano por outro. As duas partes mostraram-se intransigentes, de modo que o impasse continua.

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