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Refugiados Líbano - Vidas nas nossas mãos...

Tem 12 anos e vive com os pais em Zaleh, no Vale de Bekaa. É um refugiado sírio no Líbano. É apenas um entre os cerca de milhão e meio de sírios que nos últimos 10 anos passaram a fronteira para o Líbano, fugindo de um país em guerra onde sobreviver todos os dias é cada vez mais difícil.

Mas o Líbano está também em profunda crise, a qual se agudizou após a explosão no porto de Beirute em Agosto de 2020. A história da família de Majed é um exemplo da situação dramática em que se encontram tantas famílias, tantos cristãos neste país.

A fronteira entre o Líbano e a Síria separa dois países mas não a tragédia que desespera pessoas, famílias. De ambos oslados da fronteira há relatos semelhantes de pobreza, fome, de miséria absoluta. Se para os Libaneses a vida se transformou um tormento, com a economia destruída, que leva já famílias a procurar comida até nos caixotes do lixo, imagine- se como será para os refugiados sírios que procuraram abrigo neste país… Fizeram-no já em desespero, depois de terem visto o seu país mergulhado numa guerra, com grupos terroristas matando, destruindo e perseguindo as minorias religiosas como os Cristãos.

Muitos não aguentaram e fugiram. O Líbano era o país mais próximo, o caminho mais curto para muitas famílias que partiram muitas vezes apenas com a roupa que traziam vestida.

Tem 12 anos e vive com os pais em Zaleh, no Vale de Bekaa.

A cidade de Zaleh, no Vale de Bekaa, tornou-se numa pátria emprestada para milhares de cristãos sírios. Foi aí que Basman Abboud se refugiou com os seus três filhos e a mulher. O filho, Majed, tinha apenas 3 anos quando fugiram. Apenas conhece da Síria aquilo que os pais lhe contam. “Agora vivo com a minha família no Líbano, mas o meu pai diz-me que somos originários da Síria e que a nossa verdadeira casa está lá”, explica Majed à Fundação AIS.

Majed já ouviu vezes sem conta o pai contar como foram aflitivos os últimos dias antes de se terem feito ao caminho. “Pelo menos 50 pessoas da nossa aldeia morreram em seis meses, enquanto outras foram raptadas… Aguentámos durante um ano, vivendo um inferno, sem trabalho, sem electricidade, sem escolas, sem comida…” Basman Abboud, nunca conseguirá esquecer. “Atacaram-nos com armas, apesar de estarmos completamente indefesos. Mataram 15 jovens e incendiaram cinco casas. Todos fugiram. Corremos, juntamente com todos os outros, sem levar nada connosco, excepto as roupas que trazíamos vestidas…”

Quando chegaram ao Vale de Bekaa devem ter estranhado o silêncio, a ausência do estralejar das balas, das bombas, o cheiro da pólvora, a ausência de gritos, de dor… Apenas lágrimas. Os refugiados sírios, os cristãos que fugiram para o Líbano, levaram as mãos vazias. Sem nada, as suas vidas teriam de recomeçar. Majed era apenas uma criança de 3 anos de idade. Não se apercebeu certamente da aflição dos pais.

Foram à procura de um familiar, refugiado como eles, que tinha chegado ao Líbano meses antes. Abriu-lhes a porta de uma casa. Era um abrigo para 15 pessoas. Dormiam por turnos, pois não havia quartos que chegassem, nem camas, nem cadeiras, nada.

Foi então que ouviram falar no apoio que a Igreja Católica estava a prestar aos refugiados. “O que nos teria acontecido sem esta ajuda da diocese?”, pergunta o pai de  Majed. Foi uma ajuda  preciosa.

Ao fim de algum tempo, de alguns meses, Basman Abboud conseguiu trabalho e levou a família para uma casa pequena, de dois quartos. Mas o dinheiro não chegava para todas as despesas: o aluguer da casa, o custo da electricidade, a compra dos alimentos… De novo, a ajuda da Igreja revelou-se providencial.

É raro o dia em que o Arcebispo D. darwish, não vai à “Mesa da Misericórdia de São João” servir ele próprio os mais pobres da comunidade, em Zaleh.

O projecto ‘A Mesa da Misericórdia de São João’, promovido por D. Darwish, com o apoio da Fundação AIS, oferece refeições a refugiados sírios que vivem no Líbano e agora também a famílias libanesas que caíram na mais absoluta pobreza. No início do projecto, em 2015, começaram por providenciar 500 refeições quentes por dia aos refugiados sírios. No ano seguinte, já eram 1000 refeições quentes, distribuídas também aos Libaneses que, de outra forma, teriam dificuldade em alimentar-se a si próprios e às suas famílias.

Os números actuais revelam que, mais do que nunca, as pessoas continuam a necessitar de ajuda. Actualmente, a cozinha serve uma média de 1.500 refeições por dia. São 900 refugiados sírios e 600 libaneses que são alimentados com a sua ajuda!


Majed e a sua família beneficiam desta ajuda. “Estamos vivos e estamos gratos por todos os que têm sido tão bons para nós”, diz Basman Abboud, sabendo que a sua família está outra vez numa encruzilhada. “Se os Libaneses não têm trabalho e enfrentam uma situação tão difícil, então o que se pode dizer de nós?”

Majed tem agora 12 anos. Refugiado no Líbano, ele próprio pode agora contar a sua história quase com as palavras emprestadas ao pai. Não fala de guerra como ele, mas sim de uma vida de inferno, onde as pessoas sobrevivem apenas graças à generosidade dos outros. “Às vezes, a minha família fica triste e sente-se nostálgica. E também há lágrimas quando o papá nos diz que uma vez tivemos uma bela casa, com luz e espaçosa, mas agora tudo desapareceu.”, partilha Majed.

Falta pouco para o Natal. Majed sabe que os tempos estão difíceis, mas ainda não desistiu. A esperança é mesmo a última a morrer. “Tornei-me um refugiado, tal como o Menino Jesus, que também teve de fugir com os pais. O meu desejo é que as pessoas pensem nas famílias como a minha e ajudem os refugiados a ter esperança num futuro melhor.”

Apoie este campanha. A sua generosidade irá ajudar todos estes deslocados a sobreviver com dignidade e a ganhar uma nova esperança. Partilhe a alegria do Natal com os Cristãos que sofrem.

→ A nossa ajuda concreta

700.000€

Refeições quentes e acompanhamento espiritual para 1.500 refugiados sírios e libaneses locais, em Zajeh, no Vale de Bekaa

6.700€

Catequese e actividades para jovens, a fim de motivá-los e fortalecer a fé, em Alepo

91.800€

Ajuda de subsistência e médica para as famílias refugiadas durante 6 meses, em Alepo

> Majed e todos os refugiados no Líbano precisam de nós. Vamos ajudar?

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