O Cardeal Mauro Piacenza, presidente da Fundação AIS, sublinha a proximidade de sempre entre o Papa Francisco, que faleceu na manhã desta segunda-feira, 21 de Abril, e a instituição Ajuda à Igreja que Sofre. “Ele sempre nos estimou e apoiou e nós sentimos claramente esse afecto”, diz o prelado numa mensagem para um “Boletim” especial que a fundação pontifícia vai publicar em Portugal.
São palavras breves, mas que mostram a proximidade entre o Santo Padre e a Fundação AIS. Num “Boletim” especial que vai ser distribuído pelos benfeitores e amigos da Ajuda à Igreja que Sofre em Portugal, o Cardeal Mauro Piacenza, presidente da Fundação AIS, sublinha a ligação entre Francisco e a AIS e dá como exemplo o facto de o Papa ter “promovido, com alegria”, a iniciativa “um milhão de crianças rezam o Terço pela Paz no mundo”, que a fundação pontifícia promove há vários anos.
“Houve e continua a haver uma ligação evidente entre a nossa Fundação AIS e o Papa Francisco”, escreve o Cardeal Piacenza. “Isto é sublinhado pelo nosso carisma e pelo nosso trabalho quotidiano na cena mundial da Igreja. Ele sempre nos estimou e apoiou e nós sentimos claramente esse afecto. Isso também ficou evidente no facto de ele ter promovido com alegria, a partir da sua elevada posição, a nossa abençoada iniciativa “um milhão de crianças rezam o terço pela paz no mundo.”
OS “PRIMEIROS SOCORROS” DA IGREJA
Na mensagem, o Cardeal Piacenza, que foi até Abril do ano passado penitenciário-mor da Penitenciária Apostólica – o mais alto tribunal da Igreja –, recorda que o Papa Francisco utilizou muitas vezes a oração dominical do Angelus como “ocasião privilegiada” para ajudar a promover esta iniciativa da AIS que reúne já, efectivamente, mais de um milhão de crianças em oração em todo o mundo, e que tem na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, o seu coração espiritual pois foi o local onde Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos e lhes pediu que rezassem pela paz.
Mas o Cardeal Mauro Piacenza, presidente da fundação pontifícia desde 2011, acrescenta mais pontos de contacto entre o Santo Padre e a AIS. “Mas como não ver a sua proximidade em relação a nós e a nossa proximidade em relação a ele nos ‘primeiros socorros’ a todas as necessidades da Igreja que sofre pelo mundo inteiro? Também experimentámos o Papa Francisco como guardião do nosso carisma na forma como nos fortaleceu no nosso princípio orientador de nortear sempre as nossas acções para as necessidades pastorais da Igreja necessitada”, diz o Cardeal no texto principal do “Boletim” especial que vai começar nos próximos dias a chegar a casa de milhares de benfeitores e amigos portugueses da Ajuda à Igreja que Sofre.
CARTA DO CARDEAL BERGOGLIO
De facto, o Papa Francisco foi, desde sempre, amigo e apoiante da Fundação AIS. Uma ligação que, importa sublinhá-lo, começou muito antes do arranque do pontificado a 13 de Março de 2013. Em Fevereiro de 2001, o então Arcebispo de Buenos Aires escrevia uma carta ao Padre Werenfried, fundador da Ajuda à Igreja que Sofre, a descrever o imenso labor da Igreja local e a pedir ajuda à instituição, prometendo, já então, que iria rezar pelos benfeitores da AIS espalhados pelo mundo. O então Cardeal Jorge Mario Bergoglio explicava, na carta, o trabalho que se estava a realizar e a que chamava de “missão arquidiocesana”, com “visitas de casa em casa, de pessoa a pessoa, até que o anúncio do Evangelho chegue a todas as áreas pastorais: crianças, jovens, família, mundo operário, responsáveis da política, enfermos, presos, etc.”.
E a breve carta continuava sinalizando que este era “um trabalho muito duro” e que já tinha sido iniciado pelo seu antecessor, o Cardeal Qarracino. A missiva terminava com a promessa de que iria rezar “pelos colaboradores e benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre”, lembrando que ambos, Jorge Mario Bergoglio e Padre Werenfried, já se tinham cruzado há muitos anos. “Nunca me esqueço do encontro que tivemos há mais de vinte anos”, disse, concluindo com um pedido de oração: “Por favor, peço-lhe que reze por mim”.
“QUERIDOS AMIGOS…”
Ao longo dos 12 anos de pontificado, foram muitos os momentos em que o Papa Francisco manifestou a sua proximidade perante a missão da Fundação AIS no mundo. Como salientou o Cardeal Piacenza, a oração do terço pelas crianças foi mesmo um dos eventos mais acarinhados pelo Santo Padre.
Em 13 de Outubro do ano passado, e como fez tantas vezes logo após a oração do Angelus, Francisco pediu a intercessão de Nossa Senhora aos “povos que sofrem com a guerra e todas as formas de violência e miséria”, e lembrou que era já dali a dias que a Fundação AIS iria organizar mais um momento global de oração do Terço pela paz. “Obrigado a todas as crianças que estão a participar, juntemo-nos a elas”, disse então o Papa.
No “Boletim” especial que a Fundação AIS está a preparar sobre o Papa Francisco, são recordadas várias histórias que atestam a ligação entre o Sumo Pontífice e a Ajuda à Igreja que Sofre. Uma ligação que ficou logo absolutamente clara, alguns meses após o início do pontificado, numa audiência geral em que se referiu à AIS com palavras que, agora, são já recordadas com profunda saudade.
Queridos amigos, que o Senhor torne cada vez mais fecundas as vossas orações e o vosso empenho em apoiar a missão da Igreja no mundo inteiro, especialmente onde ela sofre de carências espirituais e materiais e onde é discriminada e perseguida. De todo o coração, vos abençoo a todos.”
Papa Francisco
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt