PAQUISTÃO. Senado chumba mudanças na lei que protege as minorias, apesar dos constantes ataques aos cristãos

O Senado do Paquistão rejeitou no passado dia 2 de Fevereiro fazer qualquer alteração na lei que protege as minorias religiosas no país, nomeadamente os cristãos e os hindus, baseando-se no argumento de as minorias religiosas já gozarem de “ampla liberdade”, tendo havido quem afirmasse – como o senador Sirajul Haq, líder do partido islamita Jamaat-e-Islami –, que esta mudança na lei se devia a “uma agenda de organizações não-governamentais”.

Os frequentes casos de sequestro de jovens raparigas cristãs e hindus, forçadas a casar com homens muçulmanos mais velhos e a converterem-se ao Islão – situações que a Fundação AIS tem denunciado sistematicamente –, não foram suficientes para que os legisladores mexessem na lei.

Segundo dados confirmados à Agência Fides pela Comissão Nacional “Justiça e Paz” da Conferência dos Bispos Católicos do Paquistão, haverá cerca de 1.000 casos de sequestros de raparigas neste país.

As acusações de blasfémia são outro grave problema em que enferma a sociedade paquistanesa. Só no ano passado calcula-se que cerca de duas centenas de pessoas foram acusadas de blasfémia, havendo vários casos de mortes por execuções extrajudiciais.