A Fundação AIS avançou a nível internacional com um pacote de ajuda de emergência para as cerca de 470 famílias cristãs paquistanesas vítimas de ataques por grupos radicais a 16 de Agosto em Jaranwala. A ajuda inclui a distribuição de primeiros socorros e a reparação de danos causados em habitações. O secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre tem sido dos mais activos na mobilização da solidariedade para com esta comunidade religiosa.
Os ataques contra a comunidade cristã em Jaranwala, no Paquistão, ocorridos a 16 de Agosto, ainda provocam muita apreensão e dor junto das centenas de famílias mais atingidas pelo ódio de grupos radicais. O nível de destruição foi de tal forma imenso que exige medidas excepcionais de auxílio. Mais de duas dezenas de igrejas e centenas de casas foram atacadas, destruídas ou vandalizadas.
Face a esta situação, a Fundação AIS decidiu, a nível internacional, avançar com um pacote de ajuda de emergência que inclui primeiros socorros, mas também apoio, por exemplo, para a reparação dos danos causados nas habitações e ainda a aquisição de veículos para as pessoas cujo sustento foi destruído pela violência anti-cristã.
Os ataques desencadeados a 16 de Agosto foram motivados por uma falsa acusação de blasfémia. Rumores de que um homem e seu filho haviam desrespeitado o Alcorão acenderam o rastilho de mais uma onda de violência e ódio.
Multidões atacaram nesse dia os Cristãos, as suas casas e os seus locais de culto. As autoridades locais nada fizeram para conter a violência. Os agressores chegaram inclusivamente a bloquear as estradas para Jaranwala para evitar que qualquer ajuda exterior chegasse às vítimas.
Milagrosamente, nenhum cristão foi morto nestes ataques, mas centenas de famílias tiveram de fugir, perdendo todos os seus bens e meios de subsistência.
Famílias desesperadas
A diocese local identificou 464 famílias em situação mais desesperada e elaborou mesmo um plano para lhes fazer chegar assistência médica imediata. A Igreja procura também providenciar bens e ajuda necessária para a reconstrução da vida de todos os que foram mais afectados. “A vidas dessas pessoas está em perigo. Elas lutam para sobreviver no meio de dificuldades imensas”, explica o Bispo de Faisalabad, D. Indrias Rehmat, em mensagem enviada à Fundação AIS. Segundo a diocese, as famílias precisam, com maior urgência, de vestuário, electrodomésticos de cozinha, roupas de cama e colchões, material escolar para as crianças e até mesmo veículos, nomeadamente motorizadas e riquexós, que foram destruídos nos ataques e eram o instrumento de trabalho de muitos cristãos que se dedicam à distribuição e venda de produtos.
A vida dessas pessoas está em perigo. Elas lutam para sobreviver no meio de dificuldades imensas
D. Indrias Rehmat, Bispo de Faisalabad
Segundo a diocese, as famílias precisam, com maior urgência, de vestuário, electrodomésticos de cozinha, roupas de cama e colchões, material escolar para as crianças e até mesmo veículos, nomeadamente motorizadas e riquexós, que foram destruídos nos ataques e eram o instrumento de trabalho de muitos cristãos que se dedicam à distribuição e venda de produtos.
A ajuda da Fundação AIS
“O Bispo Indrias Rehmat solicitou a assistência financeira da AIS”, explica Marco Mencaglia, director de projectos da fundação pontifícia. A resposta foi imediata, “com o financiamento de um projecto de ajuda para a comunidade cristã e, em particular, para essas 464 famílias, para que possam se reerguer”, acrescentou o responsável. “Estamos prontos para considerar um apoio futuro para a renovação de casas totalmente queimadas e edifícios de igrejas em Jaranwala, se necessário”, disse ainda.
O prelado agradeceu já a ajuda da Fundação AIS, fundamental para “aliviar o sofrimento destas vítimas infelizes” de mais um episódio de violência anticristã no Paquistão. O secretariado português da Fundação AIS tem sido dos mais activos a nível internacional no apoio à comunidade cristã de Jaranwala.
Numa carta enviada no início de Setembro para milhares de benfeitores e amigos da instituição em Portugal, Catarina Martins de Bettencourt explicou a dimensão da tragédia que se abateu sobre esta comunidade cristã, apelando à solidariedade de todos. “Foi um dos mais cruéis ataques contra os Cristãos a que este país alguma vez assistiu”, pode ler-se na carta assinada pela directora do secretariado português da AIS. “Muitos não têm ainda para onde ir, dormem no chão, sem luz eléctrica, sem nada para cozinhar… A situação é dramática.”
A carta de Catarina Bettencourt termina com um apelo à solidariedade dos Portugueses para com as famílias cristãs mais atingidas por esta onda de violência, lembrando que o tempo urge principalmente para quem ficou sem nada…
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt