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PAQUISTÃO: “As minorias religiosas já não estão em segurança”, alerta dirigente cristão em mensagem para a AIS
“As minorias religiosas, sobretudo a comunidade cristã, já não estão em segurança no Paquistão.” A afirmação é de Joel Amir Sohatra, um destacado dirigente cristão em mensagem enviada para a Fundação AIS. Este antigo membro do Parlamento Provincial do Punjab manifesta assim a sua preocupação perante o aumento do número de casos de pessoas acusadas falsamente de blasfémia, numa altura em que esta questão volta a estar no centro do debate por força de uma resolução tomada pelo Parlamento Europeu.
Votada a 29 de Abril, a resolução exorta o governo paquistanês a colocar um ponto final na “aplicação das leis relativas à blasfémia”, condenando “inequivocamente o incitamento à violência e à discriminação contra as minorias religiosas do país”. O documento é extenso e refere alguns casos concretos de pessoas vítimas desta lei. Para Joel Amir Sohatra, esta decisão do parlamento comunitário merece o mais profundo aplauso. “Em representação das minorias religiosas, especialmente das comunidades cristãs do Paquistão, eu gostaria de dirigir a minha especial consideração e gratidão ao Parlamento Europeu.”
Na mensagem, Sohatra refere que se vivem “dias de escuridão”, afirmando que “a discriminação religiosa e o abuso da lei de blasfémia estão a aumentar diariamente”. Por isso, acrescenta, “esta resolução constitui uma nova esperança para as minorias religiosas”. “Como o Ocidente e a União Europeia bem sabem, a discriminação contra as minorias religiosas, especialmente [por causa do] uso indevido da lei de blasfémia, está a aumentar.”
Exemplo disso, Joel Amir Sohatra lembra o caso de duas enfermeiras cristãs que se viram no centro de uma polémica por causa do uso indevido desta lei que foi criada, recorde-se, para punir quem se manifeste de forma inapropriada ofendendo o Corão ou insultando o profeta Maomé.
“As duas enfermeiras cristãs, que cumpriam os seus deveres da melhor maneira possível em hospitais públicos de Faisalabad, foram acusadas de blasfémia.” Para este dirigente da comunidade cristã, “é muito fácil usar a lei de blasfémia, que é muito controversa e muito perigosa para as minorias religiosas, como vingança pessoal”.
Sinal também do ambiente cada vez mais difícil que as minorias religiosas têm de enfrentar, Amir Sohatra lembra que “as conversões forçadas crescem diariamente entre as raparigas cristãs e hindus”. Por causa disso, diz ainda, “temos hoje de nos unir para pôr fim a todas estas discriminações religiosas com a ajuda da União Europeia e de todos os nossos amigos do Ocidente, aqueles que fazem o seu melhor para nos ajudar no Paquistão. Um muito obrigado desde o Paquistão!”
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt