NIGÉRIA: Sacerdote da Diocese de Sokoto é libertado após cerca de duas semanas de cativeiro

O padre nigeriano Mikah Suleiman foi libertado no passado domingo, 7 de julho, após mais de duas semanas de cativeiro. Antes da sua libertação, foi divulgado um vídeo em que alertava para as ameaças de morte que estava a sofrer. O Bispo de Sokoto enviou, entretanto, uma mensagem a agradecer as orações da Fundação AIS em mais este caso de violência contra um elemento da Igreja na Nigéria.

Mikah Suleiman, pároco da igreja católica de St. Raymond, em Damba, diocese de Sokoto, no noroeste da Nigéria, foi libertado durante a noite do domingo passado, 7 de Julho, após cerca de duas semanas de cativeiro.

O rapto do sacerdote ocorreu na madrugada de sábado, 22 de junho e nos dias que se seguiram foram muitos os receios em relação à sua segurança em especial depois de ter sido divulgado um vídeo em que Suleiman alertava para as ameaças de morte que estava a sofrer. Esse terá sido o momento mais angustiante em todo este processo. No vídeo, e em pânico, o sacerdote alertava para a condição terrível em que se encontrava:

[Os bandidos] disseram-me que matar uma pessoa não é difícil para eles. Por favor, salvem a minha vida em nome de Deus. Olhem para a minha cabeça, olhem para as minhas pernas. Fui amarrado a uma [corda] e sou o único neste sítio. Normalmente, quando raptam alguém, não perdem tempo.”

Ao anunciar a sua libertação, o Bispo Matthew Kukah, de Sokoto, agradeceu à Fundação AIS toda a solidariedade em mais este acto de violência dirigido a um elemento da Igreja Católica na Nigéria. “Muito obrigado [a] toda a família AIS. O vosso amor e apoio significam muito”, referiu o prelado.

Entretanto, numa mensagem vídeo partilhada nas redes sociais, o Padre Suleiman garantiu estar de boa saúde, agradecendo também toda a corrente de orações pela sua libertação. “Quero agradecer-vos as vossas orações e o vosso apoio para o meu salvamento. Pela graça de Deus, estou fora das mãos dos bandidos. Muito obrigado”, referiu.

O director de comunicações da Diocese de Sokoto, Padre Pascal Salifu, também agradeceu toda a solidariedade para com a Igreja em mais este momento difícil e lembrou o papel das autoridades e de todos os que estiveram de alguma forma envolvidos na libertação do sacerdote. “Estendemos a nossa sincera gratidão a Deus pela sua protecção e a todos os que ofereceram orações e apoio durante este período difícil. Os nossos agradecimentos vão também para as autoridades e todos os envolvidos em assegurar a libertação do Padre Mikah.”

EPIDEMIA DE RAPTOS

A questão dos sequestros de sacerdote na Nigéria é um problema recorrente. Ainda em Maio, a Fundação AIS dava conta de que dois sacerdotes tinham sido sequestrados em diferentes dioceses e no curto espaço de menos de uma semana.

No entanto, apesar de normalmente acabarem por ser libertados, nem sempre isso acontece. De facto, pelo menos três padres ainda estão desaparecidos. São eles o Padre John Bako Shekwolo, desaparecido desde 2019, e os Padres Joseph Igweagu e Christopher Ogide, levados em 2022 e sobre os quais não houve mais qualquer informação.

A Nigéria sofre, efectivamente, com uma grave falha de segurança com os casos de sequestro para resgate a tornarem-se numa verdadeira epidemia. Em 2023, a Nigéria liderou mesmo a lista de países com mais casos de padres e religiosos sequestrados, com 28 ocorrências, incluindo três religiosas.

A Fundação AIS acompanha sempre com muita preocupação todas estas situações, pedindo sempre a libertação imediata e incondicional de todos, e junta-se aos muitos líderes católicos na Nigéria que exigem que o governo ponha fim a este problema de insegurança. Os benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre são convidados a lembrarem todas as vítimas de sequestros na Nigéria nas suas orações.

Paulo Aido e John Pontifex

Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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Relatório da Liberdade Religiosa

A liberdade religiosa na Nigéria está gravemente ameaçada. As vítimas são predominantemente cristãs, mas também muçulmanas e de religiões tradicionais, líderes religiosos e fiéis que sofrem às mãos dos terroristas, grupos armados jihadistas e criminosos nacionais e transnacionais.

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