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IRAQUE: Irmãs Dominicanas abrem escola secundária em Qaraqosh com o apoio da Fundação AIS
O Domingo, dia 1 de Maio, passou a ser um marco na vida da comunidade cristã de Qaraqosh, na Planície de Nínive. Depois da destruição causada na cidade pelos jihadistas do Daesh, o grupo terrorista ‘Estado Islâmico’, as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Siena conseguiram que a sua escola abrisse oficialmente as portas para a comunidade.
A região foi particularmente fustigada pelos terroristas que ocuparam aquelas terras cristãs desde o início de Agosto de 2014 até meados de 2016. Foi um tempo de violência e de trauma. Igrejas, mosteiros e casas dos cristãos foram alvo de destruição e profanação, como se houvesse o intuito de varrer da região qualquer vestígio desta comunidade religiosa.
Cerca de 120 mil cristãos foram forçados a abandonar as suas terras, num exílio forçado para a zona de Erbil, no Curdistão iraquiano. Também as Irmãs de Santa Catarina de Siena tiveram de abandonar a região. No entanto, as religiosas foram das primeiras pessoas a retornar.
A abertura oficial da escola, que aconteceu neste fim-de-semana, é um sinal importantíssimo de esperança para toda a comunidade. Com capacidade de 625 estudantes, dos 13 aos 18 anos, a Escola Secundária Al-Tahira é também um exemplo do compromisso da Fundação AIS para com os cristãos iraquianos. Embora muitos dos projectos apoiados na região estejam relacionados com a reconstrução de edifícios danificados pelos terroristas, a escola foi construída de raiz onde outrora funcionou o recreio de um estabelecimento de ensino primário também dirigido pelas Irmãs Dominicanas.
A Escola Secundária Al-Tahira permite que a comunidade estudantil local possa agora usufruir de instalações modernas distribuídas por três andares, incluindo três laboratórios científicos, um centro de informática, uma sala de conferências, biblioteca e uma capela. Após cerca de cinco anos de construção, a escola transformou-se já num dos maiores projectos da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre no Iraque.
Antes de participar na cerimónia, Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da organização, fez questão de sublinhar o envolvimento da Fundação AIS, dizendo que foi “um privilégio” ter trabalhado “com tantas pessoas e organizações” empenhadas em tornar realidade este projecto, nomeadamente a Conferência Episcopal Austríaca. A AIS esteve envolvida na angariação de mais de 80% dos quase três milhões de euros que foram necessários para a construção da escola.
“Gostaria de prestar homenagem à Irmã Clara Nas, às outras Irmãs Dominicanas e a todos aqueles que trabalharam incansavelmente para tornar este sonho realidade”, disse ainda Thomas Heine-Geldern, lembrando que, nos dias negros da ocupação da região pelos jihadistas do Daesh, seria quase impossível imaginar a existência, ali, de uma nova escola cristã…
A escola é essencial também para ajudar a comunidade cristã a permanecer na região. As estatísticas apontam para um declínio quase inexorável dessa presença. Mas só para a construção do edifício estiveram envolvidas cerca de duas centenas de pessoas, desde operários a engenheiros, e agora, como estabelecimento de ensino, vai dar emprego a professores, educadoras e funcionários administrativos.
A Irmã Clara, superiora das Dominicanas de Santa Catarina de Siena, faz questão de agradecer também todo o incentivo dado pela Fundação AIS para a concretização do projecto. “Estamos profundamente gratas pela vossa solidariedade”, disse a Irmã Clara numa mensagem aos benfeitores da instituição em todo o mundo. “Agradecemos muito o vosso apoio moral e financeiro, que nos permite permanecer no nosso país”, acrescentou. A nova escola, agora oficialmente inaugurada, é um sinal de que o futuro dos Cristãos continua a passar por Qaraqosh e continua a ser possível no Iraque.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt