HAITI: Aumentam receios sobre degradação da segurança no país, após presidente ter sido assassinado em casa

HAITI: Aumentam receios sobre degradação da segurança no país, após presidente ter sido assassinado em casa

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HAITI: Aumentam receios sobre degradação da segurança no país, após presidente ter sido assassinado em casa

Quinta-feira · 8 Julho, 2021
Jovenel Moïse, Presidente do Haiti, foi assassinado durante a madrugada desta quarta-feira, 7 de Julho, na sua residência privada situada nos arredores da capital haitiana, Port-au-Prince.

Segundo a notícia divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro, o crime ocorreu de madrugada e o presidente terá sido morto por um grupo de homens armados cuja identidade não foi ainda divulgada. A mulher do presidente ficou ferida no ataque tendo sido encaminhada para um hospital.

Claude Joseph, o actual primeiro-ministro interino, classificou o crime como um acto “odioso, desumano e bárbaro”, e apelou à calma da população.

A morte de Jovenel Möise pode provocar uma onda de violência no Haiti, agravando as já muito débeis condições de segurança. Ainda na semana passada, confrontos entre grupos criminosos provocaram a morte a cerca de duas dezenas de pessoas na capital haitiana.
HAITI: Aumentam receios sobre degradação da segurança no país, após presidente ter sido assassinado em casa
Jovenel Moïse, Presidente do Haiti, foi assassinado durante a madrugada desta quarta-feira.

A Igreja tem alertado para esta situação, pedindo às autoridades para zelarem pela segurança dos cidadãos. Recentemente, a Comissão Nacional de Justiça e Paz do Haiti publicou um relatório sobre o crime e a violência em Port-au-Prince durante os primeiros três meses deste ano. O relatório indica que, entre Janeiro e Março registaram-se 131 casos de mortes violentas na região metropolitana da capital, das quais, 34 vítimas não foram sequer identificadas.

Estes dados ajudam a explicar o sentimento de medo e de insegurança das populações, pois além dos assassinatos o Haiti está a viver também uma onda dramática de sequestros que não têm poupado nenhum sector da sociedade. Nem a Igreja.

No segundo fim-de-semana de Abril, ocorreu o rapto de cinco sacerdotes e de duas irmãs. Apesar do desfecho positivo – foram todos libertados dias mais tarde – este caso mereceu duros comentários por parte do Bispo de Hinche. Em declarações à Fundação AIS, o prelado perguntava: “Quem será o próximo? Serei eu ou um padre ou um irmão? Os padres e as religiosas correm o risco de psicose. Vivemos num medo constante”.

O Haiti, um dos países mais pobres do mundo, atravessa de facto uma crise sem precedentes. Em Março, o governo decretou o estado de emergência durante um mês procurando assim restaurar a autoridade do Estado em algumas áreas que estão praticamente sob controlo de gangues, inclusivamente na região da capital, Port-au-Prince.

O Bispo reconheceu, nessas declarações à Fundação AIS, que a própria classe política está mergulhada na crise. “Toda a gente sabe que os nossos políticos usam gangues criminosos para controlar certas áreas. A fronteira entre o crime organizado e a política é bastante fluida”, denunciou o prelado, agradecendo também a ajuda que a AIS tem dado ao povo haitiano “Obrigado pela vossa solidariedade e generosidade. A AIS está ao nosso lado neste momento difícil da nossa história…”

De facto, a Fundação AIS tem vindo a ajudar, desde há anos, a Igreja do Haiti na sua missão pastoral e humanitária. Só no decorrer do ano passado foram apoiados mais de 30 projectos diferentes, num valor superior a 550 mil euros, valor que serviu, por exemplo, para a aquisição e manutenção de veículos para o transporte pastoral, ajuda de emergência relacionada com o coronavírus e programas de formação para leigos, catequistas e seminaristas.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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