Está em marcha, com a inauguração de uma enorme estátua à Virgem Maria em Asiut, um ambicioso projecto turístico-religioso no Egipto. Trata-se do “Caminho da Sagrada Família”, em que se pretende ligar lugares que, segundo a tradição, foram percorridos por Maria, José e Jesus durante o tempo em que estiveram neste país tentando escapar à perseguição do rei Herodes.
Foi inaugurada, em Agosto, no Egipto, uma enorme estátua à Virgem Maria que se insere num ambicioso projecto governamental para a promoção dos lugares que, segundo a tradição, foram percorridos por Nossa Senhora, São José e o Menino Jesus quando procuravam escapar à ira do Rei Herodes.
A estátua, em bronze, com nove metros de altura e sob um pedestal de 15 metros, está colocada no topo igreja de Dronkaen, na província de Asiut. A imagem foi esculpida por Gerges Said al Gawli, professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Minia, que começou a trabalhar no projecto há cerca de um ano. “A estátua foi fundida em bronze e pesa dez toneladas, sendo considerada a maior estátua de bronze do Egipto”, disse o escultor aos meios de comunicação locais.
Dividida em 20 partes, a estátua foi transportada de uma fundição desde o Cairo até Asiut, tendo sido montada no local para assinalar o início, em 7 de Agosto, do Jejum Copta Ortodoxo da Virgem.
O “Caminho da Sagrada Família” é um projecto governamental, que tem a tutela de dois ministérios, o do Turismo e Antiguidades e o da Cultura, e abrange 25 lugares particularmente significativos para a memória dos cristãos egípcios, num itinerário que passa por 11 províncias e que se prolonga por mais de três mil quilómetros e que representará uma das maiores rotas de peregrinação religiosa do mundo.
Ataques e atentados
A inauguração da estátua a Nossa Senhora e a implementação do “Caminho da Sagrada Família” são importantes para a comunidade copta, até porque representam uma aposta governamental e o reconhecimento da importância dos cristãos até no plano cultural e turístico.
No entanto, nada disso faz esquecer os tempos duros de violência que os coptas têm enfrentado nos últimos anos. De facto, não tem sido fácil a vida dos cristãos no Egipto, com ataques e atentados contra esta comunidade religiosa que representa apenas cerca de 10 por cento de toda a população do país.
Apesar de ser tão minoritária é particularmente perseguida. Ninguém consegue esquecer, por exemplo, os ataques terroristas de Domingo de Ramos de 2017, que causaram 44 mortos e mais de 100 feridos, ou as emboscadas a peregrinos para o Mosteiro de São Samuel, o Confessor, em 2017 e 2018, e que causaram mais de três dezenas de vítimas mortais.
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