UCRÂNIA: “A guerra destrói sempre”, diz Francisco mostrando o Novo Testamento de um jovem soldado morto em Avdïïvka

Chama-se Alexandre, tinha 23 anos, e morreu em Avdïïvka. Foi mais um soldado que perdeu a vida na guerra na Ucrânia. Este jovem trazia consigo um exemplar do Novo Testamento e do livro dos Salmos e um Rosário. Era assim que rezava. O livro e o Terço foram entregues ao Papa Francisco que os mostrou no final da Audiência-geral de quarta-feira, no Vaticano.

É um pequeno livro com a capa em tons de verde, tal como o uniforme camuflado dos soldados. Este livro, um exemplar do Novo Testamento, acompanhava Alexandre, um jovem militar de 23 anos que perdeu a vida em Avdïïka, e foi entregue ao Papa Francisco que o mostrou na passada quarta-feira no final da Audiência-geral no Vaticano.

O Papa mostrou o livro, mostrou o rosário que ele usava para rezar e denunciou, uma vez mais, a “loucura da guerra” que está a martirizar a Ucrânia.

Tenho em minhas mãos um rosário e um livro do Novo Testamento deixado por um soldado que morreu na guerra. O nome desse rapaz era Oleksandr-Alexandre: 23 anos de idade. Alexandre lia o Novo Testamento e os Salmos e havia sublinhado no Livro dos Salmos o Salmo 129: 'Das profundezas a ti clamo, ó Senhor; Senhor, ouve a minha voz'. Esse rapaz de 23 anos morreu em Avdiïvka, na guerra. Ele deixou uma vida pela frente. E este é seu rosário e seu Novo Testamento, que ele lia e rezava."

Segurando ambos os objectos na mão, pediu a todos os que encontravam na Praça de São Pedro para um momento de silêncio orante por este jovem soldado e todos os outros que perderam já a vida na “loucura” desta guerra na Ucrânia. “Gostaria que todos nós ficássemos em silêncio neste momento, pensando nesse jovem e em tantos outros como ele, que morreram nessa loucura de guerra. A guerra destrói sempre. Pensemos neles e rezemos.” Além da situação na Ucrânia, o Papa falou também na Faixa de Gaza e pediu um cessar-fogo “imediato”.

A AIS DE PORTUGAL NO APOIO À UCRÂNIA

A situação na Ucrânia está no centro das preocupações e da solidariedade da Fundação AIS a nível internacional, com a mobilização dos seus benfeitores e amigos para a oração e o auxílio concreto à Igreja deste país. Em Portugal, está em marcha uma grande campanha que visa ajudar a “curar as feridas da guerra” de uma população traumatizada “que carrega a sua cruz” desde o dia 24 de Fevereiro de 2022, quando começou a invasão do país pelas tropas russas.

A guerra, que já entrou no terceiro ano, tem sido devastadora. Cidades, vilas e aldeias foram destruídas, cerca de 10 milhões de ucranianos são hoje refugiados em diversos países ou deslocados internos, e calcula-se que aproximadamente 40 por cento da população depende de ajuda humanitária para sobreviver no dia-a-dia.

Desde a primeira hora, quando os soldados russos atravessaram a fronteira, que a Fundação AIS tem procurado auxiliar a Igreja ucraniana na sua missão de socorro junto dos que estão em maior necessidade. Como já explicou Catarina Bettencourt, directora do secretariado nacional da Fundação AIS, a Campanha tem como objectivo ajudar a “curar as feridas da guerra de uma população traumatizada”, e ser também “um sinal de solidariedade” para com “o trabalho concreto da Igreja que está a ajudar um povo exausto, mas determinado a não desistir”.

Num Boletim que foi enviado no mês passado para centenas de benfeitores da AIS em Portugal, a responsável do secretariado lembra a importância de toda a ajuda que possa ser canalizada para este país vítima de “irracionalidade humana e de destruição”.

Paulo Aido | Departamento de Comunicação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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Relatório da Liberdade Religiosa

O maior desafio à liberdade religiosa na Ucrânia é a situação nos territórios ocupados. Na área controlada pelas autoridades de Kiev, os casos de discriminação religiosa são, até à data, sobretudo incidentes perpetrados contra indivíduos, e não violações sistémicas da liberdade religiosa.
Tragicamente, a guerra parece ter-se enraizado cada vez mais. As violações dos direitos humanos, incluindo as violações da liberdade religiosa, não diminuirão. As perspectivas continuam a ser negativas.

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