UCRÂNIA: A guerra continua a mobilizar a solidariedade de milhões

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UCRÂNIA: A guerra continua a mobilizar a solidariedade de milhões

Assinalou-se, no passado dia 24 de Fevereiro, um ano de guerra na Ucrânia.

Desde que soaram os alarmes de que a Ucrânia estava a ser invadida, na madrugada de 24 de Fevereiro de 2022, a Fundação AIS mobilizou-se de imediato, a nível internacional, para auxiliar o trabalho da Igreja no apoio às populações, na assistência aos civis. Foram 12 meses de trabalho constante que permitiu ajudar directamente dezenas de milhares de pessoas, muitas delas empenhadas também em acções de voluntariado junto das populações mais atingidas pelos ataques armados, pelos bombardeamentos. Mas a nossa missão junto deste povo que sofre continua…
As primeiras memórias são sempre muito impactantes. Muitas vezes, são as que nos perseguem mais ao longo da vida. Também é assim com o Bispo Vasylij. Logo no primeiro dia da invasão das tropas russas, a 24 de Fevereiro, ele acordou com o estrondo das explosões das primeiras bombas que caíram sobre a cidade de Kharkiv. Acordou no meio de um pesadelo que ainda não terminou e que, agora, com o desenrolar da guerra continua a revelar-se ainda muito doloroso.

Ajuda humanitária Ucrânia

Nesse primeiro dia, nessa primeira madrugada da guerra, D. Vasylij Tuchapets decidiu que precisava de ir para a catedral para aí organizar os primeiros socorros, para aí acudir às primeiras pessoas que pedissem ajuda.
Pelo caminho viu o pânico estampado nos rostos dos que procuravam fugir levando malas feitas à pressa, rumo à estação de comboios. Havia longas filas de carros também. A cidade parecia que estava a esvaziar-se. Todos queriam sair dali. Mas muitos ficaram, por serem muito pobres, por estarem doentes, por serem idosos, por não quererem abandonar as suas casas, os seus pertences, os seus animais.

O Bispo decidiu que todos os padres iriam ficar nas suas paróquias, como soldados da paz que não abandonam os seus postos.

Em conversa com a Fundação AIS, D. Vasylij diz que esta foi a decisão certa, que foi a única decisão que poderia ter sido tomada. E, desde então, tem recebido sinais de apreço por parte daspessoas, dos fiéis, dos habitantes de Kharkiv que nunca deixaram de se sentir confortados sabendo da presença, dos padres, das irmãs, dos responsáveis pelo trabalho assistencial nas igrejas.
Uma noite, após a Missa, quando deixava a catedral, o Bispo foi abordado por um grupo de jovens que nunca tinha visto por ali. O que escutou dificilmente esquecerá. “Obrigado por ter ficado connosco”, disseram os jovens. Foi mais do que um agradecimento. Foi o reconhecimento pela coragem, pela disponibilidade no serviço aos outros, pela ousadia de quem, ao ficar numa cidade em guerra, está também a fintar o medo, a esconjurar todos os medos. “Se um padre foge, todos perdem”, diz o Bispo, em jeito de explicação.
E, agora, todos os padres vão ser mais precisos do que nunca!

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Ajuda humanitária Ucrânia

FALTA TUDO MENOS A ESPERANÇA
Conventos, seminários e outros edifícios da Igreja abriram as suas portas às famílias que fugiam do conflito e a Fundação AIS ajudou também esse esforço de acolhimento. Respondendo aos pedidos mais prementes, foram enviados geradores, aquecedores, fornos portáteis, automóveis e minibus – indispensáveis, por exemplo, para a distribuição da ajuda de emergência –, mas também equipamentos para a renovação de cozinhas, nomeadamente em mosteiros e paróquias que passaram a acolher, por vezes, centenas de pessoas. Nada faltou.
Através da solidariedade dos benfeitores da Fundação AIS foi possível realizar um conjunto enorme de acções. Desde a aquisição de cobertores por causa do frio extremo que se sente no Inverno, à organização de colónias de férias para que crianças e adolescentes conseguissem ter uma pausa na violência da guerra, passando pela construção de espaços de culto e locais de abrigo, houve inúmeras actividades que tiveram o “selo” da Fundação AIS.
Numa primeira fase, a Fundação AIS enviou 1,3 milhões de euros para ajuda de emergência. As primeiras cidades a receber ajuda imediata foram: Kiev, Kharkiv, Zaporíjia, Odessa e outras na região de Donetsk. Com esta ajuda inicial permitimos a continuidade da presença de sacerdotes e religiosas junto do seu povo, com os refugiados, nas suas paróquias e conventos, nos orfanatos e em lares para mães solteiras, idosos e doentes, para garantir que conseguissem ajudar os mais necessitados.
Depois, lançámos um segundo pacote de ajuda no valor de 8,2 milhões de euros, para continuar a apoiar directamente os padres, os seminaristas e as religiosas, que acolhem e cuidam dos milhares de ucranianos deslocados.

A ajuda humanitária da Fundação AIS chegou a dezenas de milhares de pessoas, de refugiados a crianças, passando por jovens e idosos a seminaristas. Foram centenas de famílias.
Os números são eloquentes. Foram apoiados directamente 7.447 padres, religiosos e religiosas e colaboradores diocesanos e isso reflectiu-se no auxílio prestado pela Igreja às suas comunidades. Através das várias instituições da Igreja na Ucrânia foram apoiados directamente milhares de refugiados.
Estes números parecem enormes, mas são apenas uma gota nas necessidades brutais de um povo que, de um dia para o outro, viu cidades inteiras reduzidas a escombros, destruídas por bombardeamentos sucessivos.

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Ajuda concreta Ucrânia

HÁ FALTA DE PÃO, HÁ FALTA DE ÁGUA…
Há ainda muito a fazer. Até porque a guerra não parou, os bombardeamentos prosseguem e a destruição e morte continuam a fazer parte do quotidiano dos Ucranianos.
Recentemente, a Fundação AIS organizou uma conferência ‘online’ sobre os maiores problemas e desafios que se colocam à Igreja na Ucrânia. D. Sviatoslav Shevtchuk, Arcebispo primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana, e D. Visvaldas Kulbokas, o Núncio Apostólico, falaram de um país onde falta quase tudo menos a esperança. E destacaram a importância da ajuda de instituições como a Fundação AIS. O núncio deu o exemplo de que há muitas pessoas, especialmente nas zonas mais flageladas pelos combates, que passam fome. A Igreja tem voluntários que procuram auxiliar todas estas famílias.
“Quase metade do território ocupado foi libertado, mas encontrámos cidades destruídas e infra-estruturas inexistentes. Muitas pessoas estão a regressar às suas casas, mas não têm nada para sobreviver… Quando levamos pão, as pessoas começam a comer logo ali. Há falta de pão, há falta de água…” E há falta de electricidade. A Rússia tem usado como táctica de guerra a “destruição metódica de infra-estruturas, 50% da rede eléctrica está destruída”. Muitas cidades, vilas e aldeias passaram a estar muitas horas, por vezes mesmo dias, sem luz, às escuras. É por isso que os 283 geradores e aquecedores que a Fundação AIS fez chegar à Ucrânia foram tão essenciais…
Neste contexto, explica D. Visvaldas, a ajuda prestada às pessoas necessitadas, com o apoio da Fundação AIS, é particularmente agradecida.

Durante uma guerra como esta, tudo o que os benfeitores da Fundação AIS fazem, bem como os colaboradores, que comunicam a nossa situação, é muito importante, tanto do ponto de vista material como espiritual. Significa proximidade, empatia e amor. Isto é oração através de actos. Obrigado a todos os que nos ajudam e rezam por nós.”

Apesar da bestialidade da guerra, é sempre possível encontrar sinais de amor, de entrega aos outros, de solidariedade. A Igreja está na linha da frente dessa ajuda de primeira necessidade. É um trabalho incansável que começou na madrugada de 24 de Fevereiro, quando as primeiras bombas caíram em solo ucraniano.

Ajuda para 128 religiosas da Arquidiocese de Lviv, que têm a seu cargo várias famílias de refugiados

» 64.000€

Ajuda de emergência para a Igreja e deslocados na Diocese de Kamyantes-Podilakyi

» 120.300€

Envio de Estipêndios de Missa para 375 sacerdotes na Diocase de Odessa-Simferopol

» 48.000€

AJUDAR A SARAR AS FERIDAS
A Igreja Católica na Ucrânia quer ajudar a população a superar os traumas causados por quase nove anos de guerra no Leste, e um ano de invasão e ataques em grande escala contra a nação. D. Sviatoslav Shevchuk, contou-nos o seu maior sonho de formar padres para reconhecer e lidar com problemas psicológicos e físicos.
“Da Igreja o povo espera comida, roupas, mas também uma palavra de esperança. A prioridade é a assistência pastoral para ajudar a sarar as feridas das pessoas. Quase 80% das pessoas na Ucrânia precisam de algum tipo de reabilitação, precisam de ajuda para superarem os seus traumas psicológicos, físicos ou outros. A nossa missão como Igreja é ajudar a curar as feridas da nossa nação”, disse D. Sviatoslav Shevchuk.
Ao fim de um ano, sobreviver num país em guerra, com uma brutalidade por vezes inimaginável, é já um feito assinalável. D. Sviatoslav disse-o também. “Não sei como sobrevivemos a um ano de guerra. É um milagre ainda estarmos vivos…” Mas quando foi questionado se acredita que a paz pode chegar já este ano, apenas sorriu e disse: “Será realista? Talvez não, mas os milagres acontecem…”
“Sentimos a vossa presença, a vossa proximidade. As vossas orações estão a produzir verdadeiros milagres. Todas as semanas ouço histórias de milagres em zonas difíceis. A oração e a vossa ajuda são muito preciosas. Obrigado a todos vós!”, afirma o Núncio Apostólico, D. Visvaldas Kulbokas.

D. Shevchuk

“A Ucrânia pode já não estar tanto nas notícias, mas, por favor, não se esqueçam de nós! Sem a vossa ajuda não sobreviveremos.”

D. Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo da Igreja Greco-Católica da Ucrânia

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O maior desafio à liberdade religiosa na Ucrânia é a situação nos territórios ocupados. Na área controlada pelas autoridades de Kiev, os casos de discriminação religiosa são, até à data, sobretudo incidentes perpetrados contra indivíduos, e não violações sistémicas da liberdade religiosa.
Tragicamente, a guerra parece ter-se enraizado cada vez mais. As violações dos direitos humanos, incluindo as violações da liberdade religiosa, não diminuirão. As perspectivas continuam a ser negativas.

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