SUDÃO: Reconquista de Cartum revela que a Catedral foi profanada, danificada e usada como arsenal de armas

O exército sudanês reconquistou no final da semana passada a capital do país, a cidade de Cartum, que estava ocupada praticamente desde o início da guerra, durante os últimos dois anos, pelo grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido. Com a entrada dos militares foram divulgadas imagens da Catedral de São Mateus, sede da Arquidiocese de Cartum, com danos consideráveis no edifício que chegou a ser usado como arsenal de armas. A Fundação AIS apela às orações de todos pela paz neste país que tanto tem sofrido devido a este conflito armado.

São imagens que impressionam. A Catedral de São Mateus, na cidade de Cartum, foi profundamente vandalizada durante o tempo em que a capital do Sudão esteve ocupada pelas Forças de Apoio Rápido (RSF), que nos últimos dois anos combatem o exército sudanês num dos mais violentos e trágicos conflitos da actualidade.

Com a reconquista, no final da semana passada, da capital pelo exército do Sudão, foram reveladas imagens que mostram como a Catedral, sede da Arquidiocese de Cartum, que chegou a ser utilizada como arsenal de armas pelas RSF, foi profundamente vandalizada e destruída.

Um vídeo, enviado para a Fundação AIS Internacional, mostra que nada foi poupado. Altares, capelas, o presbitério, tudo foi destruído. No meio do lixo, de cadeiras partidas e de outro mobiliário, no chão, perto do altar, sobressai uma imagem quebrada de Jesus que terá sido arrancada da cruz.

De acordo com fontes da Fundação AIS no país, a catedral terá sido usada como arsenal de armas pelos elementos das Forças de Apoio Rápido.

Maria Lozano, directora de comunicação da Fundação AIS Internacional, afirma que as imagens agora reveladas da Catedral de São Mateus reflectem “o impacto do conflito nos locais de culto e no património cultural do Sudão, no meio de um conflito devastador, que provocou uma crise humanitária maciça, com 12 milhões de pessoas deslocadas – a maior do mundo”. Perante esta situação, acrescenta Maria Lozano, “a Fundação AIS apela às orações da comunidade internacional e dos fiéis pela paz no Sudão, um país que tem sofrido tremendamente devido a este conflito armado e à instabilidade política”.

FUNDAÇÃO AIS APOIA REFUGIADOS

A guerra no Sudão, que teve início em 15 de Abril de 2023, há praticamente dois anos, pode ser explicada como uma dramática luta pelo poder entre dois generais, Abdel Fattah al-Burhan, o actual presidente, que tem o exército sob as suas ordens, e Mohammed Hamdan Daglo, o então vice-presidente, também conhecido por Hemedti, e que controla a RSF, as Forças de Apoio Rápido.

Além dos cerca de 12 milhões de deslocados, pessoas que foram forçadas a fugir de suas casas, um número superior à população de Portugal, as Nações Unidas calculam que a guerra do Sudão já terá causado dezenas de milhares de mortos. A crise humanitária causada por esta guerra está a alastrar também a alguns dos países da região, como é o caso do Sudão do Sul, para onde terão fugido pelo menos cerca de 1 milhão de sudaneses.

A Fundação AIS tem procurado apoiar activamente os esforços da igreja local no apoio a todos estes refugiados. Exemplo disso, na Diocese de Malakal, a Igreja criou uma estrutura de apoio às famílias, às pessoas que têm fugido da guerra. A Fundação AIS em Portugal lançou mesmo uma campanha, no ano passado, destina a auxiliar a sobrevivência de cerca de 500 famílias, ou seja, de aproximadamente três mil pessoas que estão agora a viver em Malakal e que são, na sua maioria, mulheres e crianças.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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Relatório da Liberdade Religiosa

Em Setembro de 2020, o Sudão, após 30 anos de regime islâmico, tornou-se um Estado constitucionalmente laico. O Pe. Peter Suleiman afirmou que o povo Sudanês pode agora “adorar e praticar as suas várias crenças religiosas sem medo”. Um ano mais tarde, o regime autoritário, e o medo, estavam de volta. Em 2022, as manifestações contra o regime militar intensificaram-se na grande Cartum, organizadas pelos comités de resistência.

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