SRI LANKA: Quatro anos depois do brutal atentado da Páscoa, Cardeal Ranjith exige saber toda a verdade

SRI LANKA: Quatro anos depois do brutal atentado da Páscoa, Cardeal Ranjith exige saber toda a verdade

No dia 21 de Abril de 2019, Domingo de Páscoa, um ataque terrorista em três igrejas e quatro hotéis provocou mais de 250 mortos e muitas dezenas de feridos no Sri Lanka. Quatro anos depois, o Cardeal Ranjith exige saber toda a verdade, até porque um antigo procurador já veio afirmar que “houve uma grande conspiração”.

O Arcebispo de Colombo, Cardeal Malcolm Ranjith, quer saber toda a verdade sobre os terríveis atentados terroristas do Domingo de Páscoa de 2019. Numa conferência de Imprensa esta segunda-feira, dia 17 – em que lançou um apelo aos fiéis e a toda a população para fazer um “cordão humano” entre a Igreja de Santo António, em Kochchikade, e a Igreja de São Sebastião, em Katuwapitiya, dois dos edifícios que foram alvo dos ataques –, o prelado voltou a questionar as autoridades sobre os inquéritos entretanto realizados e o eventual encobrimento de responsáveis, lembrando as dúvidas entretanto levantadas por um antigo procurador. “Recordamos bem a declaração do antigo procurador-geral de que houve uma grande conspiração por detrás destes ataques.” Uma posição que, acrescentou, também está plasmada no relatório da Comissão Parlamentar nomeada pelo governo. “Para o bem e o futuro do país, os cidadãos devem saber o que aconteceu durante o massacre”, disse ainda.

Cultura política corrupta
Nestas declarações, citado pela agência de notícias AsiaNews, o Cardeal Ranjith acusa ainda as autoridades de promoverem uma “cultura política corrupta”, que adopta como estratégia “fazer com que as pessoas esqueçam todos estes crimes”. O responsável sublinhou o compromisso da Igreja Católica em denunciar “estes métodos perversos”, sendo que, para isso, “é necessário desvendar a verdade por detrás dos ataques da Páscoa e trazer à justiça os autores e os criminosos que os apoiam.” E concluiu, constatando que, ao fim de quatro anos “ainda não foi possível identificar os perpetradores e trazer os responsáveis à justiça”…

Lembrar as vítimas
Esta luta pela verdade começou logo no próprio dia dos atentados. Em Abril do ano passado, em entrevista a Mark von Riedmann, director de Relações Internacionais da Fundação AIS, o Arcebispo de Colombo, então de visita à sede da instituição, na Alemanha, referiu a importância de as investigações chegarem mesmo a bom porto. “Houve 47 mortos de 14 países e 82 crianças. O sangue de todas essas pessoas clama aos céus por justiça. E como pastor dessas pessoas, eu represento Deus. Eu tenho que ficar do lado de Jesus Cristo e do lado dos pobres e dos sem voz pela justiça, e é por isso que estou pedindo a todos que rezem por nós e estejam connosco em solidariedade.” Para lembrar todas as vítimas dos atentados terroristas de Domingo de Páscoa de 2019, a Igreja Católica convocou toda a população para um cordão humano a unir hoje, dia 21, na estrada principal, a Igreja de Santo António, em Kochchikade, com a Igreja de São Sebastião, em Katuwapitiya, dois dos edifícios que ficaram manchados de sangue há quatro anos. Todos os participantes são convidados também a fazer dois minutos de silêncio em homenagem às vítimas.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

Embora a falta de democracia no Sri Lanka acrescente as suas próprias complexidades, os casos de violência inter-religiosa representam a ameaça mais dramática à liberdade religiosa no Sri Lanka. No entanto, esses ataques não ocorrem num vazio, mas são efectuados no contexto de tensões inter-religiosas profundas e crescentes na sociedade do Sri Lanka.

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