SÍRIA: Comunidade cristã não esquece os dois arcebispos raptados em 2013 e que continuam desaparecidos

SÍRIA: Comunidade cristã não esquece os dois arcebispos raptados em 2013 e que continuam desaparecidos

Uma década depois de terem sido raptados, quando procuravam negociar a libertação de dois sacerdotes, os arcebispos greco-ortodoxo Boulos Yazigi e siríaco-ortodoxo Gregorios Yohanna Ibrahim continuam desaparecidos, mas a comunidade cristã não os esquece. A data em que os dois prelados foram raptados, 22 de Abril, vai passar ser um “dia ecuménico” para lembrar todos os sequestrados.

A memória não prescreve. Principalmente dos que são amados e respeitados. É isso que acontece ainda hoje na Síria, em que a comunidade cristã continua a evocar e a respeitar a memória de dois arcebispos – o Metropolita Greco-Ortodoxo Boulos Yazigi e o Metropolita Siríaco-Ortodoxo Gregorios Yohanna Ibrahim – raptados a 22 de Abril de 2013, num dos períodos mais intensos da guerra civil na Síria. Para assinalar a memória dos dois prelados e de todos os que foram sequestrados e estão desaparecidos, o Conselho de Igrejas do Médio Oriente decidiu criar o “dia ecuménico pelos sequestrados e desaparecidos forçados”, efeméride que vai passar a ser assinalada todos os anos a 22 de Abril. O Metropolita Ephrem Maalouli, da Igreja Greco-Ortodoxa, que foi nomeado sucessor do Metropolita Yazigi pelo Sínodo Greco-Ortodoxo de Antioquia, disse que a comunidade ainda tem esperança de que os dois prelados regressem.

Resta a esperança
Em mensagem enviada à Fundação AIS, Maalouli reconheceu, no entanto, que não há qualquer informação sobre eles. “Não temos informações, nem positivas nem negativas, por isso só nos resta a esperança. As pessoas vivem na esperança de que os dois bispos regressem, porque os amam.” E acrescentou: “A questão do sequestro não é agora uma questão de uma Igreja ou de outra – é uma questão não só para as Igrejas, mas para todos os cristãos, porque não é pessoal, [tem] a ver com os dois, mas [está] relacionada com os direitos dos seres humanos, ou dos cristãos, no Médio Oriente e em todo o mundo”.
Por seu lado, o Metropolita Siríaco-Ortodoxo Boutros Kassis – sucessor do Metropolita Ibrahim – enfatizou a necessidade de se continuar a rezar por todos os cristãos que estão cativos. “Os nossos arcebispos e sacerdotes desaparecidos e todos aqueles que foram raptados são, para nós, uma referência para seguir em frente perante as dificuldades. Vamos estender a mão a todos eles e rezar com o coração cheio de esperança”, disse também em declarações à Fundação AIS.

O rapto na zona de Alepo
No dia 22 de Abril de 2013, o Metropolita Greco-Ortodoxo Boulos Yazigi e o Metropolita Siríaco-Ortodoxo Gregorios Yohanna Ibrahim foram detidos por elementos de uma milícia jihadista na zona entre Alepo e a fronteira com a Turquia. Ambos viajavam para procurar negociar a libertação de dois sacerdotes, o católico arménio Michael Kayyal e o greco-ortodoxo Maher Mahfouz, que tinham sido raptados por jihadistas. A estrada em que seguiam foi bloqueada pelos raptores e o seu motorista, o diácono Fatha’ Allah Kabboud, foi baleado na cabeça e morto. Desde então não houve mais nenhuma informação credível sobre os dois prelados e ninguém reivindicou a responsabilidade pelos raptos.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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Mais de 11 anos após o início da guerra na Síria, o país continua a ser fortemente afectado. Embora os combates tenham diminuído significativamente e o autoproclamado Estado Islâmico tenha sido expulso como força territorial, a Síria continua dividida a nível regional, o que afecta profundamente a liberdade religiosa.

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