SÍRIA: Atentado terrorista à Igreja de Santo Elias, em Damasco, faz mais de oito dezenas de mortos e feridos

Um atentado suicida ontem à noite durante uma missa na Igreja Ortodoxa Grega de Santo Elias, em Damasco, na Síria, causou pelo menos 22 mortos e 63 feridos. O portal de notícias do Vaticano, que cita o governo sírio, afirma que se tratou de um ataque levado a cabo por terroristas do Estado Islâmico. A Fundação AIS está profundamente triste e alarmada com este acto de violência contra a comunidade cristã e a Irmã Maria Lúcia Ferreira, a única religiosa portuguesa que vive neste país, pede, em mensagem enviada para a AIS em Lisboa, “as orações de todos pelos cristãos da Síria”.

Um ataque terrorista provocou ontem, Domingo, 22 de Julho, pelo menos 22 mortos e 63 feridos na Igreja Ortodoxa Grega de Santo Elias, situada no bairro de Dweila, em Damasco, a capital da Síria. Segundo o portal de notícias do Vaticano, que cita o Ministério do Interior Sírio, tratou-se de um atentado suicida da responsabilidade da organização jihadista Estado Islâmico. O extremista “entrou na Igreja, disparou sobre as pessoas presentes antes de se detonar com um colete explosivo”, publicou o Vatican News.

Mal foi conhecido este grave atentado, Regina Lynch, presidente executiva da Fundação AIS Internacional, expressou a solidariedade total para com a comunidade cristã síria.

Estamos profundamente chocados com este acto de violência, trágico e sem sentido. Os nossos corações estão com as vítimas, as suas famílias e toda a comunidade cristã na Síria. Estamos em total solidariedade com os nossos irmãos e irmãs na fé e repetimos o apelo urgente de Sua Beatitude, o Patriarca João X, para proteger os locais de culto e pôr fim a qualquer ciclo de violência.”

Imagens entretanto divulgadas do interior da Igreja após o atentado mostram um ambiente de caos, com pessoas feridas, corpos no chão, o altar destruído, bancos partidos e cobertos de estilhaços e sangue espalhado por todo o lado.

EXPLOSÃO PROVOCOU “MUITOS MÁRTIRES”

O Patriarcado Greco-Ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente, parceiro de longa data da Fundação AIS em projectos de ajuda pastoral, humanitária e de reconstrução, emitiu uma declaração, ontem ainda, condenando o ataque nos termos mais veementes. “A mão traiçoeira do mal atacou esta noite, ceifando as nossas vidas e as vidas dos nossos entes queridos que hoje caíram como mártires durante a liturgia vespertina na Igreja de São Elias, em Dweila, Damasco.”

A declaração refere que a explosão provocou “muitos mártires” e deixou também feridas pessoas que estavam dentro e em redor da igreja. “Enquanto continuamos a contar os mártires e feridos e a recolher os restos mortais e os corpos dos nossos entes queridos martirizados — cujo número exacto ainda não foi determinado —, o Patriarcado Grego Ortodoxo de Antioquia e de todo o Oriente condena veementemente este acto hediondo e denuncia com a maior firmeza este crime horrível. O Patriarcado apela às autoridades para que assumam total responsabilidade pelo que ocorreu e continua a ocorrer em termos de violações da santidade das igrejas e para que garantam a protecção de todos os cidadãos”, pode ler-se ainda no referido comunicado.

“Rezamos pelo descanso das almas dos mártires, pela cura dos feridos e pelo conforto do nosso povo. Afirmamos também a nossa firmeza na fé e, através dessa firmeza, a nossa rejeição de todo o medo e terror. Pedimos a Cristo, nosso Deus, que guie o barco da nossa salvação no meio das tempestades deste mundo — Ele que é bendito para sempre”, conclui o texto.

APELO DE RELIGIOSA PORTUGUESA

A Irmã Maria Lúcia Ferreira, religiosa portuguesa que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, na Síria, referiu à Fundação AIS que os autores do atentado procuraram fazer um grande número de vítimas, pois, “ao Domingo, toda a gente vai à missa e a igreja estava cheia”, referindo que poderiam estar no templo, no momento em que o jihadista se fez explodir, “talvez umas 400 pessoas”.

Segundo a religiosa, que pertence à congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, a notícia do atentado provocou uma onda de solidariedade com “muitas pessoas a acorrer aos hospitais para darem sangue”. Na mensagem enviada para a Fundação AIS, Maria Lúcia Ferreira, que é a única religiosa portuguesa a viver na Síria e que é mais conhecida simplesmente como Irmã Myri, pediu as orações “aos irmãos do Ocidente”.

Os cristãos da Síria pedem o vosso apoio urgente com a oração e com aquilo que puderem fazer. Venham em auxílio dos cristãos da Síria, um dos últimos bastiões da cristandade no Médio Oriente, que guardam as raízes do cristianismo.”

A Fundação AIS exorta a comunidade internacional a não desviar o olhar e a trabalhar para garantir a protecção de todas as comunidades religiosas no Médio Oriente. Rezamos pelas almas dos falecidos, pela cura dos feridos e pela paz na Síria.

A Fundação AIS apoia actualmente diversos projectos na Síria que se destinam a apoiar os cristãos de várias denominações — incluindo a Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia — através de ajuda pastoral e ajuda de emergência. Podem ser feitos donativos para ajudar a sustentar a presença cristã na Síria e fornecer apoio vital a estas comunidades que tanto têm sofrido.

Maria Lozano e Paulo Aido

Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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