REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA: 50 anos depois de terem chegado ao país, Carmelitas pedem ajuda para construir um novo mosteiro

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA: 50 anos depois de terem chegado ao país, Carmelitas pedem ajuda para construir um novo mosteiro

Nos arredores de Bangui, a capital da República Centro-Africana é difícil não encontrar algum sinal da presença dos carmelitas. Além do mosteiro de Nossa Senhora do Carmo, fundado em 2006, há um bairro que até é conhecido como “Carmelo”. E aos domingos, a igreja enche-se sempre com centenas de fiéis. A tal ponto está a crescer o interesse pelo trabalho destes frades que foi tomada a decisão de se avançar com a construção de um novo mosteiro e centro espiritual.

Os primeiros quatro missionários carmelitas chegaram à República Centro-Africana há meio século. Foi no dia 16 de Dezembro de 1971. Chegaram a Bozoum, beijaram o solo e assumiram o compromisso de ficar para sempre neste país de África. Foi o começo de uma aventura missionária que haveria de crescer por várias localidades, em várias regiões. No princípio eram apenas quatro frades. Hoje são já 15, além de 32 jovens locais que estão em formação. No princípio, estavam apenas em Bozoum. Agora há mosteiros carmelitas em Baoro, Bangui e Bouar. Não tem sido fácil a vida destes frades nos últimos anos. O país tem vindo a mergulhar no caos e na violência, especialmente desde 2013, quando o então presidente Bozizé foi afastado do poder pelos Seleka. Em resposta aos inúmeros ataques perpetrados por esses grupos armados maioritariamente muçulmanos, surgiram um pouco por todo o país grupos de auto-defesa, os anti-Balaka, tendo o país mergulhado no caos e terror. Apesar do clima de insegurança, ou talvez até por causa dele, as várias missões carmelitas têm visto crescer o número de fiéis, especialmente aos domingos. É o caso de Bangui.

O acidente com uma mina
O país é muito pobre e isso acentua-se por causa da guerra, dos ataques, da violência que atormenta as populações. A igreja tem procurado cuidar de todos, especialmente dos mais desprotegidos, prestando cuidados pastorais mesmo nas aldeias mais remotas e isoladas, mas também oferecendo escolarização e educação às crianças e jovens, promovendo o desenvolvimento e trabalhando incansavelmente pela paz e reconciliação, em muitos casos à custa da sua própria segurança pessoal. Ainda recentemente, um sacerdote carmelita italiano ficou gravemente ferido quando o carro em que circulava passou por uma mina que rebentou. O Padre Norberto Pozzi, de 71 anos de idade, foi o único ferido grave desse acidente, no dia 10 de Fevereiro, quando viajava entre a Missão Católica de Bozoum para Bocaranga. Os médicos viram-se forçados a amputar-lhe o pé esquerdo.

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Dez mil pessoas no mosteiro
A mais recente missão carmelita na República Centro-Africana é em Bangui. O mosteiro de Nossa Senhora do Carmo, nos arredores da capital, foi fundado em 2006 na periferia da cidade, originalmente como base de apoio e abastecimento para os carmelitas na capital e fora dela, e para oferecer alojamento aos missionários e outras pessoas que estivessem por ali de passagem. Porém, poucos anos depois, quando o país esteve mergulhado numa verdadeira guerra civil, entre 2013 e 2014, chegou a albergar cerca de 10 mil pessoas. Foram tempos de caos, mas também de generosidade e de partilha. Os terrenos do mosteiro foram transformados em campo de refugiados e até o refeitório dos frades foi convertido em centro de maternidade. A casa capitular virou o lar para as mãos que amamentavam e no meio da confusão, a vida continuou. O mosteiro foi uma espécie de ilha de segurança numa cidade tomada pela violência e terror. As coisas acalmaram e a esmagadora maioria destes refugiados regressou a suas casas, às suas aldeias, mas o Carmelo nunca deixou de ser esse ponto de encontro, esse lugar de refúgio, esse espaço de acolhimento. E a verdade é que a casa original ficou pequena.

Um Carmelo novo para Bangui
Os carmelitas falam um “florescimento rápido e inesperado”. As palavras são do Padre Frederico Trincheiro, o responsável provincial. Este crescimento da comunidade, que poderia ser visto como um problema, foi encarado antes como um desafio. De facto, o mosteiro passou a ser mais do que um simples mosteiro. É um centro de acolhimento, um referencial para toda a região, um ponto de encontro para as multidões que vivem ao redor da grande cidade. Até há um bairro, nos arredores de Bangui, que é conhecido como o “bairro Carmelo”. Aos domingos, a Missa tem normalmente centenas de fiéis, às vezes meio milhar, e nos dias de festa, o número duplica…. Há todo um ambiente de contágio pela presença dos frades carmelitas. Foram surgindo movimentos, grupos infantis, grupos de jovens, até uma comunidade carmelita leiga. O edifício do mosteiro foi ficando escasso para tanta gente e para tanto fervilhar de acção e de oração e os responsáveis da comunidade decidiram iniciar uma nova aventura: a construção de um novo Carmelo e de um centro de espiritualidade. Até já lançaram a primeira pedra. Foi a 16 de Julho de 2021, numa cerimónia presidida pelo Cardeal Dieudonné Nzapalainga. Eles têm tudo. Os projectos, as ideias e a energia. Mas para concluírem a obra falta-lhes o apoio financeiro. E para isso, pedem a nossa ajuda.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

Alegações de discriminação e violência contra os Muçulmanos reforçam um sentimento de impunidade e suscitam receios de que alguns líderes oportunistas possam tirar partido de sentimentos de estigmatização e alienação em grupos muçulmanos para fomentar o extremismo. O pleno gozo da liberdade religiosa pelos cidadãos da RCA é novamente posto em causa e deve ser mantido sob observação.

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