RD CONGO: Papa denuncia massacres no leste do país e evoca “mártires” cristãos vítimas de toda essa violência

O Santo Padre denunciou ontem os “confrontos e massacres” na região leste da República Democrática do Congo e alertou para o facto de, entre as vítimas, estarem cristãos que são mortos por ódio à fé. “Eles são mártires”, disse Francisco logo após a oração do Angelus. Estas palavras vêm reforçar a declaração, na semana passada, à Fundação AIS, do padre Marcelo Oliveira. O sacerdote comboniano em missão neste país africano falou mesmo em “mulheres massacradas, crianças torturadas e pessoas violadas…”

Ontem, domingo, 16 de Junho, logo após a oração do Angelus no Vaticano, o Papa Francisco lançou mais um veemente apelo à paz para a República Democrática do Congo, assim como para diversos outros países onde a violência e a guerra fazem parte do quotidiano, como é o caso da Ucrânia, Sudão, Mianmar e Terra Santa. Mas as suas palavras centraram-se principalmente na República Democrática do Congo onde, especialmente na região leste, se multiplicam os ataques extremamente violentos deixando as populações numa situação dramática. Para o Santo Padre, estes ataques definem-se com uma palavra: “massacres”. “Continuam a chegar notícias dolorosas de confrontos e massacres levados a cabo na parte oriental da República Democrática do Congo. Dirijo o meu apelo às autoridades nacionais e à comunidade internacional para que se façam todos os possíveis pelo fim da violência e a salvaguarda da vida dos civis”, disse Francisco desde a janela do apartamento pontifício. Mas o Papa fez questão de salientar que entre as inúmeras vítimas há cristãos que têm sido perseguidos e mortos por ódio à fé. “Entre as vítimas, muitos são cristãos, mortos por ódio à fé. São mártires. O seu sacrifício é uma semente que germina e dá fruto, ensinando-nos a testemunhar o Evangelho com coragem e coerência”, acrescentou o Sumo Pontífice.

Continuam a chegar notícias dolorosas de confrontos e massacres levados a cabo na parte oriental da República Democrática do Congo. Dirijo o meu apelo às autoridades nacionais e à comunidade internacional para que se façam todos os possíveis pelo fim da violência e a salvaguarda da vida dos civis"

A DENÚNCIA DO PADRE MARCELO

Estas palavras do Papa vêm dar um eco importante à mensagem que o Padre Marcelo Oliveira enviou na semana passada à Fundação AIS em Lisboa. O missionário comboniano, presente há vários anos na República Democrática do Congo, referiu-se também à situação extremamente delicada a nível de segurança que se vive na região leste do país e denunciou até a ocorrência constante de massacres e de atentados em campos de refugiados. “Falar de massacres ou de atentados a campos de refugiados é o pão nosso de cada dia”, explicou o sacerdote num vídeo enviado para a AIS.

“Todos os dias neste país há gente que morre, há mulheres que são massacradas, há crianças que são torturadas, há pessoas que são violadas, há militares que morrem, civis… todos os dias. E isto sobretudo na parte este do país, que é a mais rica, onde encontramos ouro, o cobalto, o coltan, matérias bem necessárias para que os nossos telefones possam funcionar e que são roubadas, que são levadas para fora do país de maneira fraudulenta”, acrescentou o missionário na mensagem enviada para Lisboa.

O sacerdote destacou também o facto de muita desta violência nunca chegar a ser conhecida. São notícias “que não saem, que ficam escondidas, ficam no silêncio, não interessam”. É um contraste terrível, lembra o padre Marcelo, com o que se passa com a guerra na Ucrânia – também denunciada ontem pelo Papa Francisco –, que “é página de abertura do telejornal”. “Mas a guerra no Congo é uma guerra silenciosa”, constata.

A República Democrática do Congo é um dos países de África onde a presença da solidariedade da Fundação AIS é mais visível. Em 2023, foram financiados 251 projectos para 42 das 48 dioceses do país. A fundação tem feito um esforço especial para fortalecer a presença da Igreja nas regiões mais abandonadas e esquecidas pelas autoridades. A formação religiosa foi o principal foco dessa ajuda que se destina não só ao clero mas também e de forma significativa para os seminários. O apoio à subsistência dos sacerdotes, através dos estipêndios de missa, é também relevante.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Adicione aqui o texto do seu título

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *


The reCAPTCHA verification period has expired. Please reload the page.

918 125 574

Multibanco

IBAN PT50 0269 0109 0020 0029 1608 8

Papa Francisco

“Convido-vos a todos, juntamente com a Fundação AIS, a fazer, por todo o mundo, uma obra de misericórdia.” 
PAPA FRANCISCO

© 2024 Fundação AIS | Todos os direitos reservados.