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RD CONGO: Congregação pede orações pela libertação de irmã raptada na região do Kivu Norte
A religiosa tinha ido ao mercado “fazer compras e não regressou”, explicaram parceiros locais da Fundação AIS, acrescentando que, até ao momento, desconhece-se exctamente quem são os autores do sequestro, se bandidos ou membros de algum dos grupos ligados aos rebeldes e que lutam na República Democrática do Congo, apesar de a igreja local já ter sido contactada para o pagamento de um resgate.
A região oriental deste país africano tem sido palco de enorme instabilidade e violência por causa da actuação de milícias armadas num contexto muito complexo de conflitos étnicos mas também deslocamento de populações e acesso a matérias-primas. Num passado recente acrescentou-se a isto ainda um poderoso elemento islâmico radical.
Esta situação tem sido denunciada pela Igreja através dos bispos das seis dioceses que compõem a província eclesiástica de Bukavu. Ainda recentemente, numa conferência vídeo com Portugal e os outros secretariados internacionais da Ajuda à Igreja que sofre, D. Paluku Sekuli Melchisédech, referiu haver um “número de incidentes particularmente elevado na parte norte da diocese”, responsabilizando “grupos armados” que têm vindo “a destruir escolas e hospitais”.
O relato do Bispo ganhou dramatismo quando referiu a brutalidade dos atacantes. “Professores e alunos estão a ser mortos, até estão a matar os doentes enquanto se encontram deitados nas suas camas no hospital… Não passa um dia sem que pessoas sejam mortas…”
Sinal desta violência e instabilidade, ocorreu a explosão de uma bomba numa igreja em Beni no último domingo de Junho. Duas paroquianas que estavam a preparar o espaço para a missa ficaram feridas quando uma bomba com carácter artesanal explodiu destruindo bancos e alguns móveis. O facto de a bomba ter detonado cerca de uma hora antes do início da celebração terá evitado um número elevado de vítimas pois eram esperadas dezenas de crianças e seus familiares.
O sequestro, agora, da Irmã Francine, é mais um sinal da violência que tem vindo a atingir também a própria Igreja Católica nesta região da República Democrática do Congo.
Esta não é a primeira situação que afecta directamente esta congregação presente também nos Camarões, França e Brasil. Ao longo da última década, as Filhas da Ressurreição foram forçadas já a fechar vários conventos e cinco irmãs foram inclusivamente assassinadas com extrema violência em Busasamana, no Ruanda, em Janeiro de 1998.
A Fundação AIS está presente na República Democrática do Congo, apoiando a construção de igrejas e casas paroquiais bem como, por exemplo, programas de formação sacerdotal.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt