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R.D. CONGO: Arcebispo de Bukavu denuncia perseguição à igreja por parte de grupos armados
“Só este ano, houve cerca de dez ataques por homens armados às nossas paróquias, capelas e conventos.” A declaração é de D. Christophe Munzihirwa Mwene Ngabo, Arcebispo de Bukavu, na República Democrática do Congo.
Segundo o Arcebispo, sete paróquias, uma escola, um centro de saúde e um convento foram atacados entre Março e Outubro deste ano nas cidades de Karhale, Ciherano, Burhiba, Cahi, Nyamugo, Kadutu, Kanyamulande, Mugogo e Cirirri. Os ataques mais recentes, confirma o prelado em mensagem que enviou para a Fundação AIS, ocorreram já “no dia 6 de Outubro”.
Esta onda de violência está a ter consequências gravíssimas para as populações. D. Christophe fala em “traumas e cicatrizes físicas e psicológicas”. Na génese destes ataques está a actuação, em especial na região oriental do país, de milícias armadas que buscam o acesso a recursos minerais e também o crescimento da influência do islão radical, a que se soma a pobreza, o desemprego, e a falta de expectativas de vida.
Na região de Bukavu, a Igreja Católica é praticamente a única instituição presente a quem as populações podem recorrer, dada a ausência quase completa de estruturas do Estado.
Os ataques à Igreja podem assim ser vistos também como uma tentativa de silenciamento de quem tem sempre ousado denunciar ao mundo os atropelos aos direitos humanos neste país. “É esta uma tentativa de amordaçar a Igreja, dado que ela é uma das poucas entidades que ainda levanta a voz para defender a causa desta população que sofre? Também não devemos esquecer que, falando da Igreja, estamos a falar de Deus, que não é bem recebido pelas autoridades políticas e económicas seculares”, afirmou ainda o Arcebispo.
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