PORTUGAL: Fundação AIS lança campanha de Natal em apoio aos catequistas, os “Missionários da Fé”

“Catequistas – Missionários da Fé”, é o nome da campanha que a Fundação AIS lançou em Portugal com o objectivo de sensibilizar a opinião pública para o trabalho destes homens e mulheres que chegam a arriscar a vida na sua missão evangelizadora junto de crianças, jovens e adultos. Muitas vezes, em muitos lugares, em diversos países, na ausência de sacerdotes ou de religiosas, os catequistas são mesmo a única presença visível da Igreja.

A Fundação AIS apoia estes heróis da fé, oferecendo formação, meios de subsistência e de transporte, Bíblias e material catequético…

George era muçulmano até que um dia descobriu Jesus. Foi de tal forma arrebatador que hoje em dia é catequista. Mas não foi fácil. Chegou mesmo a ser doloroso. George é tanzaniano. Quando a família e vizinhos descobriram que ele se tinha convertido ao cristianismo, expulsaram-no da aldeia. Foi perseguido, insultado e até ridicularizado. Mas nunca desistiu e a sua história é inspiradora.

George é exemplo também da coragem dos catequistas que em tantos países e regiões do mundo levam até ao fim a sua missão apesar das ameaças, da violência, apesar de arriscarem até a própria vida. Apoiar os catequistas e sensibilizar a opinião pública para o trabalho destes “missionários da fé”, é o objectivo principal da Campanha de Natal que a Fundação AIS acaba de lançar em Portugal, e a nível internacional.

A história de George, um catequista da Tanzânia, é apresentada num Boletim, editado pela Ajuda à Igreja que Sofre e que ao longo dos próximos dias vai chegar a casa de milhares de benfeitores e amigos da fundação pontifícia no nosso país. “A Fundação AIS apoia estes heróis da fé, oferecendo formação, meios de subsistência, transportes, Bíblias e material catequético”, escreve a directora da AIS no referido Boletim, explicando que os portugueses são convidados não só a rezar mas também a manifestarem a sua solidariedade para com os catequistas, especialmente os que realizam a sua missão em situações muito difíceis.

“Em contextos de pobreza, perseguição ou isolamento, os catequistas são a âncora espiritual de milhares de famílias”, afirma Catarina Martins de Bettencourt. “Com enorme dedicação, oferecem fé, consolo e acompanhamento espiritual”, acrescenta, sublinhando que “estes homens e mulheres preparam crianças e adultos para os sacramentos, evangelizam aldeias esquecidas e fortalecem comunidades com uma fidelidade silenciosa e heróica” e que, por tudo isso, “são os alicerces vivos da Igreja nos lugares mais vulneráveis do mundo”.

Histórias de amor no meio da miséria

Tal como George, também Peter Jurwel sabe bem como é duro, difícil e muito exigente a missão de catequista. Peter vive no Sudão do Sul e pertence à tribo Dinka. No seu mundo rural, os campos são ainda trabalhados a golpes de enxada e ele sabe bem o que significam as mãos calejadas que largam as sementes na terra na esperança de que depois, se cair alguma chuva, elas se transformem em promessas de verde, em vida.

Homem simples, sem vaidades, ele procura tirar do ventre da terra o sustento para o dia-a-dia da sua família dividindo o tempo com o trabalho de catequista. “Tornei-me catequista para que o nosso povo conhecesse a Palavra de Deus e abandonasse tradições como a bruxaria”, explica num depoimento que pode ser lido no Boletim da Fundação AIS. “Quando tenho dificuldades, espero que alguém me ajude a continuar”, diz.

Precisamos da vossa ajuda, da ajuda dos benfeitores da AIS. As vossas orações e apoio irão trazer a Palavra de Deus ao Sudão do Sul.”

À falta de instalações, a sombra de uma árvore generosa é suficiente para se improvisar uma sala de aulas. Algumas cadeiras de plástico emprestam alguma solenidade e é assim, com várias crianças, jovens e adultos sentados à sua frente que Peter vai semeando a Palavra de Deus.

Tal como Peter e George, também Babu Patras sabe o que significa ser catequista no meio dos mais pobres, no meio dos desfavorecidos da sociedade. A história de Patras é também exemplar. Ele vive no Paquistão e já o seu bisavô era catequista, tal como os seus pais. Há, na família, a nobreza do legado do serviço à comunidade.

Patras é ainda novo. Atrás das lentes grossas dos seus óculos vê um mundo duro com ruas de terra batida, casas de tijolo cru, carroças ainda puxadas por animais, crianças e homens a amassar barro para a construção. São todos pobres. São os seus eleitos. Babu é catequista não só pelo contágio do exemplo do bisavô e dos seus pais mas também porque recebeu, entretanto, uma bolsa de formação da Fundação AIS, oferecida pelos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre.

Num país onde os Cristãos são confundidos com os mais pobres dos pobres, os catequistas estão presentes junto das populações mesmo nos bairros mais miseráveis, mesmo nos subúrbios onde ninguém vai. Babu Patras agradece toda a ajuda recebida e pede que a AIS possa apoiar na formação de mais catequistas. “O vosso apoio é necessário para que uma nova geração de catequistas também possa servir a Palavra de Deus”, afirma.

Campanha de Natal da Fundação AIS

A Campanha de Natal da Fundação AIS dá a conhecer outras histórias de catequistas exemplares, que não desistem da sua missão apesar das dificuldades e até das ameaças. É o caso, ainda de Mathieu Sawadogo e da mulher, Pauline, do Burquina Fasso, que foram raptados na casa onde viviam, numa aldeia relativamente perto do Mali por terroristas islâmicos.

Passaram quatro meses no deserto, um tempo de cativeiro que nunca mais conseguirão esquecer, até porque Pauline estava grávida. Nesses intermináveis dias e noites refugiaram-se na oração. “Pensei que me iam matar – confessa Mathieu à Fundação AIS, num testemunho que é publicado no Boletim –, mas não senti medo. Perdi a esperança de viver mas nunca renunciei à fé. Optei por morrer como mártir. Usámos pedrinhas em vez de contas e todas as noites rezávamos 700 contas do Terço”, relata.

Foram libertados, depois de os terroristas terem perdido a esperança de que os conseguiriam converter ao Islão. O bebé morreu, mas a fé deste casal ficou ainda mais forte, mais resiliente.

“Pedimos a vossa ajuda para o Burquina Fasso”, diz Mathieu, sabendo da Campanha de Natal da Fundação AIS que se destina a ajudar catequistas como ele e a sua mulher. “O nosso fardo é pesado, mas a vossa generosidade irá reconstruir a nossa vida de fé, que outrora já foi tão bela no nosso país”, acrescenta.

“Apoie um Catequista e leve luz a toda a comunidade”, é o lema da Campanha de Natal da Fundação AIS. Entre os exemplos do que a ajuda dos benfeitores e amigos da AIS pode significar em concreto, é referido o apoio alimentar a 359 catequistas da Diocese de Rumbek, no Sudão do Sul, assim como a oferta de 16 motocicletas para que a missão destes heróis da fé se possa cumprir em Rollo, no Burquina Fasso, numa região onde vivem mais de 3 mil cristãos e famílias deslocadas pela violência terrorista. No Paquistão, a ajuda da AIS permitirá a reconstrução do Centro Catequético de São Mathias Mulumba, em Lindi, na Tanzânia, assim como o financiamento de diversos programas de formação para crianças e jovens em Jaranwala, no Paquistão.

Como recorda o Papa Leão XIV, “os catequistas são a vida da Igreja nas periferias da fé; eles levam a luz de Cristo a todos os recantos, com paciência e amor, tornando visível o coração da Igreja para aqueles que mais necessitam”.

A Campanha de Natal da Fundação AIS tem como objectivo precisamente dar condições para que eles catequistas, estes homens e mulheres de coragem possam continuar com a sua missão, apesar de todas as dificuldades que têm de enfrentar. “Que nunca falte à Igreja a coragem destes missionários da fé e que, através de cada um de nós, Deus possa continuar a chegar a regiões que o mundo ignora”, afirma Catarina Martins de Bettencourt. “É também graças a si – afirma a directora da AIS de Portugal, dirigindo-se a todos os benfeitores e amigos da fundação pontifícia – que esta missão continuará!”

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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