PORTUGAL: Fundação AIS apoia missão da Igreja na África lusófona através das rádios católicas

PORTUGAL: Fundação AIS apoia missão da Igreja na África lusófona através das rádios católicas

Ulrich Kny, um dos responsáveis de projectos da Fundação AIS para África, trocou, no início de Julho, algumas mensagens com Casimiro Cajucam, da rádio católica da Diocese de Bafatá, na Guiné-Bissau. A troca de correspondência foi motivada pela notícia, preocupante, do ataque e vandalização da Igreja de Santa Isabel de Gabú, e do sobressalto que isso causou na comunidade cristã deste país africano de língua oficial portuguesa.

A troca de mensagens permitiu a Ulrich Kny dar, no entanto, uma boa notícia aos responsáveis da rádio de Bafatá: “Aproveito esta oportunidade para informar que o projecto da viatura para a Rádio Sol Mansi foi aprovado…” A notícia não podia ser melhor. A viatura todo-o-terreno tão necessária para o trabalho dos profissionais da rádio estava a caminho. “Agradeço do fundo do coração a sua aprovação, que em muito vai ajudar-nos no nosso trabalho de sensibilização, sobretudo neste momento mais exigente”, respondeu Cajucam, logo de seguida.

A ajuda às rádios católicas poderá ser uma das áreas menos conhecidas do trabalho desenvolvido pela Fundação AIS junto da Igreja em África. Mas é algo de muito relevante, pois num continente onde as estradas muitas vezes nem existem ou estão intransitáveis, ou onde há inúmeras povoações sem electricidade, a comunicação mais eficaz faz-se ainda através dos velhinhos aparelhos de telefonia a pilhas.

A ajuda ao trabalho das equipas de rádio das várias dioceses materializa-se de muitas formas. A entrega de carros robustos, para que os jornalistas e os sacerdotes possam enfrentar as picadas africanas é apenas um exemplo disso. Mas não é o único.

Ainda em Março, foi notícia também a inauguração da central de energia solar e das novas instalações da Rádio Jubilar, em São Tomé e Príncipe. A Fundação AIS patrocinou o equipamento para a central que, agora, com 26 painéis e 24 baterias, garante a total autonomia energética da estação radiofónica, permitindo que as emissões estejam asseguradas vinte quatro horas sobre vinte e quatro horas, todos os dias da semana.

Parece pouco? Para o Padre Rafael Bruno Ferreira, de 32 anos, natural de Minas Gerais, no Brasil, e actual director da rádio são-tomense, significou o fim dos pesadelos… “Às vezes, nem conseguia dormir”, diz o Padre Rafael, lembrando os inúmeros problemas e dificuldades que se colocavam todos os dias para que a emissora diocesana funcionasse de forma ininterrupta.

A ajuda da Fundação AIS foi providencial O Padre Bruno recorda como tudo se processou. “Foi feito um pedido ainda no ano de 2019, porque aqui, em São Tomé, temos muita falta de energia…”, explica o sacerdote numa mensagem enviada para Lisboa. O sacerdote brasileiro não se cansa de agradecer o apoio recebido pela instituição pontifícia. “Hoje, a Rádio Jubilar funciona 24 por 24 horas. Antes, em qualquer momento em que a energia pública fosse desligada, a rádio também deixava de funcionar. Passámos várias vezes por vários constrangimentos… uma missa estando a ocorrer na Igreja da Sé e a a ser interrompida devido à falta de energia… Agora não. Seja durante o dia, seja durante a noite, graças à energia solar patrocinada pela AIS nós temos energia 24 por 24 horas.”

São várias as rádios católicas na África lusófona cuja missão é apoiada directamente pela Fundação AIS. A recente pandemia do coronavírus, que obrigou ao confinamento das populações em muitos países, veio dar um relevo especial a este meio de comunicação social. Além da Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, também em Angola, Cabo Verde e Moçambique existem rádios da Igreja que têm vindo a receber apoio a nível logístico e até na produção de conteúdos por parte da Ajuda à Igreja que Sofre.

Moçambique é um dos países onde essa colaboração é mais extensa. São várias as rádios que beneficiam já da parceria com a Fundação AIS. O caso da Rádio Sem Fronteiras, na Diocese de Pemba, região fustigada pela violência terrorista, é um exemplo. Mas são várias as emissoras radiofónicas da Igreja em Moçambique que, de alguma forma, contam com a ajuda da AIS.

Há dois anos, o Bispo de Tete esteve mesmo na sede da Fundação AIS em Lisboa para apresentar um pedido de ajuda para a criação de uma emissora diocesana: a Rádio Muadia e para que os programas de informação produzidos semanalmente pela AIS em Portugal pudessem ser retransmitidos na emissora moçambicana, a exemplo do que já acontece com a Rádio Encontro, da Diocese de Nampula.

De facto, o programa “Igreja no Mundo”, produzido todas as semanas pela Fundação AIS em Portugal, é partilhado desde há vários anos com diversas rádios em Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

PA| Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

No período em análise não se registaram casos significativos de discriminação por motivos religiosos nem abusos da liberdade religiosa que pudessem ser imputáveis ao Estado ou a outras entidades governamentais. Além disso, certos fenómenos nas sociedades ocidentais chegaram a Portugal, nomeadamente a progressiva marginalização da religião na vida pública e a legalização de certas práticas, como a eutanásia, que são contrárias aos princípios de várias religiões.

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