PORTUGAL: Com a celebração de Missas, benfeitores da AIS ajudam à sobrevivência de cerca de 40 mil sacerdotes

Com o simples gesto de mandar celebrar uma missa, os benfeitores da Fundação AIS em todo o mundo ajudaram à sobrevivência, só no ano passado, de cerca de 40 mil sacerdotes. Para o Padre Anton Lässer, Assistente Eclesiástico Internacional da AIS, “trata-se mesmo de ajudas de emergência…”

“Os estipêndios de Missa, que ofereceis pelos vossos entes queridos falecidos ou por intenções particulares, têm um efeito triplo”, explica o Padre Anton Lässer, Assistente Eclesiástico Internacional da Fundação AIS, numa mensagem publicada no Boletim da instituição distribuído aos benfeitores portugueses no passado mês de Outubro. Um dos efeitos referidos é, precisamente, o do “apoio material aos sacerdotes, nas suas necessidades, muitas vezes de sobrevivência”.

Na referida mensagem, o responsável agradece os estipêndios de Missa como “forma preferencial de ajudar os sacerdotes necessitados”. Só no ano passado, esclarece o Assistente Eclesiástico, foram auxiliados desta forma cerca de 40 mil padres em todo o mundo. Em algumas dioceses, esta ajuda tem-se revelado mesmo providencial.

De facto, pedir a celebração de Missas através da Fundação AIS é uma forma preciosa de se ajudar os sacerdotes que servem os mais necessitados nas regiões mais pobres e hostis do mundo, e tantas vezes mesmo com o risco da própria vida. Em muitos casos, eles são a única esperança para o seu povo no contexto de guerra, pobreza, discriminação ou perseguição religiosa em que se encontram.  

“GENEROSA AJUDA” PARA A UCRÂNIA

É o caso da Ucrânia. Desde que começou a invasão do país pelas tropas russas, a 24 de Fevereiro de 2022, as pessoas empobreceram, muitas perderam os seus empregos, enquanto a alimentação e o custo de vida subiram bastante. Em resultado disto, muitos padres ficaram também numa situação particularmente vulnerável, pois os fiéis deixaram de poder contribuir, pelo menos como faziam normalmente, para o seu sustento.

Mas, neste país, o trabalho dos sacerdotes ganhou uma importância ainda maior com a guerra, pois em muitos lugares a Igreja tem estado sempre na linha da frente no apoio aos refugiados e a todos os necessitados, despojando-se inúmeras vezes dos seus haveres em favor da comunidade. Por causa desta situação, o Arcebispo Volodymyr Viytyshyn, de Ivano-Frankivsk, escreveu uma carta à Fundação AIS em que pede e agradece esta ajuda que se tem revelado fundamenal para a Igreja na Ucrânia.

Ficar-vos-íamos imensamente gratos se pudessem apoiar os nossos padres diocesanos e os professores do seminário com estipêndios de Missa, porque isso seria uma grande ajuda para os nossos padres e dar-lhes-ia um enorme incentivo. Esperamos e rezamos para que queiram e possam ajudar os nossos padres com estes estipêndios de Missa e, desde já, vos agradecemos pela vossa compreensão e pela vossa ajuda generosa!”

Arcebispo Volodymyr Viytyshyn, juntamente com representantes da Fundação AIS, supervisiona a ajuda humanitária recebida

MISSÃO AMAZÓNIA, NO BRASIL

Muito longe da Ucrânia, na Diocese de Roraima, na Amazónia, no extremo norte do Brasil, também é possível encontrar sacerdotes cuja missão é sustentada através das Missas mandadas celebrar pelos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre.

Esta é uma diocese muito especial, pois abrange uma vasta área de cerca de 225 mil km², mas onde vivem apenas cerca de 600 mil habitantes. Destes, cerca de metade são católicos. Chegar a todos eles é uma tarefa hercúlea, por vezes mesmo uma verdadeira aventura.

A região é habitada por 14 tribos indígenas diferentes, e a maioria das comunidades encontra-se nas margens do rio. Por isso, só são acessíveis de barco. A Diocese de Roraima tem apenas oito sacerdotes diocesanos e 31 religiosos, sobretudo missionários de outras partes do Brasil e de Itália.

Como a população local é extremamente pobre, estes padres dependem quase exclusivamente dos estipêndios de Missa para a sua própria subsistência e para o apoio às muitas necessidades das suas paróquias.

UM PADRE FELIZ NA ETIÓPIA

Bem distante do Brasil, em África, também muitos sacerdotes só conseguem sobreviver graças às Missas mandadas celebrar pelos benfeitores da AIS. É o caso do Padre Kenneth Iwunna, que está na Etiópia e fala de si próprio como sendo “um homem feliz”.

Ele é nigeriano mas desde muito novo que sonhava com a possibilidade de ser missionário longe do seu país. Quando foi ordenado, deram-lhe a escolher três lugares no mundo para poder ser enviado em missão. Escolheu a Etiópia em primeiro lugar. Fizeram-lhe a vontade. Hoje está junto da tribo dos Borama, numa região quase sem estradas onde só se chega às aldeias a pé, de bicicleta ou de mota. As estradas praticamente não existem.

“As vezes tenho de viajar 25, 30 quilómetros”, conta. “Muito frequentemente, tenho de atravessar a floresta, onde há leopardos, cobras enormes e hienas…”

Porém, nada disto o assusta, nada dista rouba o sorriso ao Padre Kenneth. “Esta é a melhor experiência da minha vida, é a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo”, diz.

O Padre Kenneth está a revolucionar a vida dos Borama. Desde que chegou que tem ajudado os mais jovens, dando-lhes formação, incentivando as meninas a irem para a escola, evitando assim, por exemplo, os casamentos precoces.

Tal como na Ucrânia em guerra ou na vasta Amazónia brasileira, também na Etiópia a sobrevivência dos sacerdotes tem sido assegurada pelas Missas mandadas celebrar pelos benfeitores da Fundação AIS. Em cada 10 sacerdotes em todo o mundo, um foi apoiado no ano passado pela Ajuda à Igreja que Sofre. É um número impressionante que diz muito da importância da ajuda da AIS. E é assim em todos os quatro cantos do mundo.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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