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PAQUISTÃO: Tribunal anula casamento de menina cristã de 12 anos que a polícia encontrou acorrentada
“O nosso anjinho está de volta a casa.” Foi assim que Iftikhar Indryas comentou à Fundação AIS a decisão do tribunal de declarar inválido o casamento de Farah Shaheen, uma rapariga de apenas 12 anos de idade, com um homem muçulmano.
Foi em Dezembro, em casa desse homem, Khizar Ahmed Ali, de 45 anos, que a polícia iria encontrar a jovem acorrentada e algemada e com ferimentos nas mãos e pés, depois de ter sido raptada em Junho do ano passado e forçada a casar, em mais um caso dramático de sequestro de raparigas cristãs no Paquistão.
O caso chegou entretanto à Justiça, na sequência da queixa apresentada logo pela família, e o tribunal decidiu já este ano, a 16 de Fevereiro, em favor da jovem. Em tribunal, a menina afirmou que era obrigada a trabalhar num curral desde o amanhecer até ao pôr-do-sol.
O Bispo Iftikhar Indryas foi um dos principais obreiros da campanha que culminou na libertação desta jovem cristã. À Fundação AIS ele descreveu o encontro emotivo de Farah com a família. “A jovem desfez-se em lágrimas e escutaram-se gritos de ‘aleluia’.”
Para Farah, agora é tempo de recomeçar a vida depois de oito meses de pesadelo. A família não esconde a sua decepção pelo facto de as autoridades terem demorado tanto a agir. Quando a polícia a resgatou de casa de Khizar Ahmed Ali, a jovem estava tão traumatizada que durante algum tempo “nem conseguia falar”.
Calcula-se que todos os anos haverá cerca de mil raparigas cristãs e hindus raptadas por homens muçulmanos sendo que, quase sempre, são violentadas, forçadas a casar e a converterem-se ao Islão.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt