PAPUA-NOVA GUINÉ: “As pessoas não têm nada”, diz Martín Prado, um padre argentino em missão na selva

PAPUA-NOVA GUINÉ: “As pessoas não têm nada”, diz Martín Prado, um padre argentino em missão na selva

É um país muito pobre, um dos mais pobres do mundo, mas também um dos mais ricos em diversidade cultural. Na Papua-Nova Guiné há mais de 840 línguas apesar de o país, situado na Oceânia, ter só cerca de 8 milhões de habitantes. A esmagadora maioria da população vive nas zonas rurais ou mesmo na selva. É aí que está também a grande maioria dos paroquianos do Padre Martín Prado.

É um país único. A Papua-Nova Guiné fica situada relativamente perto de Timor-Leste. Ocupa a parte oriental da ilha de Nova Guiné e algumas ilhotas mais pequenas da Melanésia. Mas o mais surpreendente neste país que ganhou em 1975 a sua independência da Austrália, é a diversidade cultural. Tem cerca de oito milhões de habitantes e 848 línguas. Infelizmente, outra imagem indissociável da Papua-Nova Guiné é a pobreza. Isso verifica-se em quase todo o lado, mas é particularmente perceptível junto das populações que vivem mais isoladas. Para cumprir com a sua missão, para chegar junto das pessoas da sua comunidade, e muitas vivem na selva, o Padre Martín Prado tem de arregaçar literalmente as mangas. Atravessar rios e montanhas, avançar por caminhos inexistentes dentro de florestas é algo que faz parte do dia-a-dia deste jovem sacerdote argentino.

A salvação em quatro rodas

A sua diocese, Vanimo, está situada no noroeste do país, numa zona remota. “Só se pode entrar e sair de Vanimo de avião”, explica o sacerdote que esteve de visita, recentemente, à sede internacional da Fundação AIS na Alemanha. “As únicas estradas que existem são para veículos todo-o-terreno, que podem andar através da selva e atravessar rios e montanhas. Sempre que viajo, levo alguns jovens comigo para me ajudarem quando o carro fica preso”, disse ainda, para agradecer a oferta de um carro novo para a sua diocese. “Tem sido a minha salvação”, diz, sorrindo. De facto, se há lugar na terra onde a Igreja precisa de um carro robusto sem temor de enfrentar a floresta ou o leito dos rios ou as escarpas das montanhas, é a Papua-Nova Guiné. E tudo isso está presente na diocese de Vanimo.

Pobreza e sofrimento

Mas o que mais preocupa o Padre Martín não são os socalcos do caminho mas a pobreza das pessoas que vivem no meio das densas florestas. “As pessoas sofrem muito na selva, não têm nada. As crianças dormem no chão, ajudam as suas mães a cozinhar sobre chamas abertas, banham-se no rio e andam descalças. Na minha paróquia estou a proclamar o Evangelho pela primeira vez, baptizando pessoas, e faladando-lhes de Jesus Cristo”, descreveu este sacerdote que pertence ao Instituto do Verbo Encarnado. A Papua-Nova Guiné é um país quase esquecido do resto do mundo, tal como as suas populações vivem quase esquecidas também. O facto de o país estar coberto ainda por uma densa floresta tropical é um tesouro, mas as pessoas sofrem com a falta de cuidados. Não há estradas, e quase não há escolas ou centros de saúde para quem vive fora dos centros urbanos. É por isso que o carro todo-o-terreno que a Fundação AIS ofereceu à diocese é tão importante e está a fazer toda a diferença.

Ambulância e carro funerário

Nas mãos do Padre Martín, o carro faz de ambulância, às vezes numa correria quando leva mulheres grávidas prestes a darem à luz, mas também faz de transporte público, carrega medicamentos e até materiais de construção, como por exemplo já aconteceu quando foi necessário fazer casas para quatro catequistas ou erguer uma nova capela. E também já foi carro funerário. “Graças a Deus tenho um carro, mas há padres que só visitam as suas comunidades uma vez por ano. Estou tão orgulhoso desta carrinha. Ajuda-me com o meu trabalho, e com a evangelização. Mudou realmente a minha vida”, disse ainda o Padre Martín Prado. E mesmo assim, o carro não chega a todo o lado. “Visito comunidades que só podem ser alcançadas a pé, de barco ou de canoa”, sublinhando o isolamento enorme em que vivem muitas das comunidades na Papua-Nova Guiné. Mas o pior de tudo é quando as pessoas são esquecidas. E é para combater isso que o Padre Martín se faz ao caminho. Ao volante de um carro que foi oferecido graças à generosidade dos benfeitores da Fundação AIS em Portugal e em todo o mundo…

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

O relatório da Fundação AIS analisa a situação da liberdade religiosa em 196 países. É um dos quatro relatórios sobre a situação da liberdade religiosa a nível mundial, sendo o único relatório não governamental na Europa que tem em conta a doutrina social católica.

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