NIGÉRIA: “Não há segurança em lugar nenhum”, denuncia sacerdote em mensagem enviada para a Fundação AIS

NIGÉRIA: "Não há segurança em lugar nenhum”, denuncia sacerdote em mensagem enviada para a Fundação AIS

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NIGÉRIA: "Não há segurança em lugar nenhum”, denuncia sacerdote em mensagem enviada para a Fundação AIS

Terça-feira · 26 Outubro, 2021

“Não há segurança em lugar nenhum” na Nigéria, diz o Padre Simon Okechukwu Ayogu, de 44 anos, a viver em Portugal há década e meia. Numa declaração enviada para a Fundação AIS, o sacerdote refere que é cada vez mais comum ouvir falar em “situações de sequestro, onde as pessoas são simplesmente raptadas, quer em casa, quer no trabalho, quer nas ruas, quer nas estradas…”

A denúncia deste sacerdote, actuamente pároco em Lomar e Nogueira, na Arquidiocese de Braga, ocorre na sequência do ataque ao Seminário Maior do Cristo Rei, em Fayat, na Diocese de Kafanchan, na Nigéria, na noite de 11 de Outubro. Na ocasião, como a Fundação AIS noticiou, três jovens estudantes foram raptados tendo sido libertados cerca de 48 horas depois.

Para o Padre Simon, este caso demonstra a inoperância e cumplicidade das autoridades nigerianas face a uma onda de violência da responsabilidade de grupos terroristas ligados ao Boko Haram, mas também de malfeitores apenas movidos pelo lucro dos resgates, e de pastores muçulmanos Fulani, que têm vindo a atacar cada vez com mais frequência as comunidades cristãs nas regiões centro e sul do país.

NIGÉRIA: "Não há segurança em lugar nenhum”, denuncia sacerdote em mensagem enviada para a Fundação AIS
A denúncia deste sacerdote ocorre na sequência do ataque ao Seminário Maior do Cristo Rei.

“Parece que o governo no mínimo está a par”, diz o Padre Simon Ayogu, chamando a atenção para o facto de muitos dos autores dos ataques usarem armas proibidas no país. “Estes pastores Fulani têm armas… armas que não se podem licenciar na Nigéria. Como é que se pode explicar que alguém ande com uma arma que não se pode legalizar e capturem as pessoas como se fossem animais e depois peçam resgates e resgates de valor avultado?”

Apesar da distância entre Portugal e o seu país, o Padre Simon já sentiu a violência dos raptos de forma directa. “Tenho alguém que eu conheço e que foi raptado ontem…”, desabafou durante a gravação da mensagem vídeo que enviou para a Fundação AIS. “Estão a pedir um ‘balúrdio’ de dinheiro para resgatar o homem”, acrescentou.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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