Duas religiosas, as Irmãs Vincentia Nwankwo e Grace Okoli, foram raptadas na passada terça-feira, dia 7, quando regressavam de uma reunião no estado de Anambra. A congregação a que pertencem, as Irmãs do Imaculado Coração de Maria Mãe de Cristo, enviou um comunicado à Fundação AIS Internacional em que se apela às orações de todos os fiéis pela “libertação incondicional” das duas religiosas.
É mais um rapto a sobressaltar a comunidade cristã na Nigéria. Desta vez o alvo são duas mulheres, duas religiosas da congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria Mãe de Cristo. As duas Irmãs, que a congregação identifica num comunicado enviado para a Fundação AIS Internacional como sendo professoras, estavam de regresso de uma reunião quando foram raptadas.
Trata-se da Irmã Vincentia Maria, directora da Archbishop Charles Heerey Memorial Model Secondary School Ufuma, e Grace Mariette, que é professora na Immaculata Girls Model Secondary School Nnewi.
No comunicado, a secretária-geral da congregação, a Irmã Maria Sobenna Ikeotuonye, explica que “elas foram raptadas ao longo da estrada de Ufuma, quando regressavam da reunião da sua associação profissional em Ogboji”. A responsável identifica a zona como pertencente ao estado de Anambra, na região sudeste da Nigéria. Falando em “tristeza”, a Irmã Maria Ikeotuonye apela às orações de todos os fiéis pela libertação das duas religiosas vítimas de mais este acto de violência contra a Igreja Católica na Nigéria.
Encomendamos as nossas Irmãs Vincentia Maria e Grace Mariette à poderosa intercessão da nossa Mãe Maria Santíssima para que sejam rapidamente libertadas das mãos dos seus raptores. Pedimos as vossas fervorosas orações e petições a Deus para que sejam libertadas o mais rapidamente possível e para que regressem em segurança.
Irmã Maria Ikeotuonye
O comunicado termina reforçando o pedido de orações para que elas sejam “libertadas incondicionalmente”.
VIOLÊNCIA SEM FIM À VISTA
A Nigéria, que é o país mais populoso de África, tem assistido ao longo dos últimos anos, a uma onda de violência contra a Igreja com sucessivos casos de rapto de sacerdotes, religiosas e seminaristas. Mas pode dizer-se que toda a comunidade cristã vive de certa forma em sobressalto.
Ainda no passado Domingo, dia 5, foi celebrada uma Missa em Bokkos em memória das mais de 300 pessoas que foram massacradas em aldeias cristãs na véspera de Natal de 2023. Esse ataque, que gerou uma onda de comoção internacional, ocorreu em mais de 30 aldeias no estado de Plateau, e teve episódios de extrema violência, com disparos indiscriminados de metralhadoras contra as populações e com as casas a serem queimadas. Na Missa celebrada esta semana em memória de todas as vítimas, D. Michael Gobal Gokum, Bispo de Pankshin, alertou que as consequências destes ataques fazem-se sentir já ao nível da escassez de alimentos, que é uma consequência, por sua vez, do sentimento de “insegurança generalizada” que se vive na diocese.
Os cristãos da Nigéria enfrentam não só as consequências de episódios cada vez mais frequentes de sequestro – como agora ocorreu com as duas religiosas em Anambra –, por parte de gangues armados que espalham o terror entre as populações, mas também a violência dos pastores nómadas fulani, cada vez mais radicalizados, e a actuação de um dos mais temíveis grupos terroristas da actualidade, o Boko Haram.
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt