Desde há várias semanas que o estado de Chhattisgarh, com cerca de 29 milhões de habitantes e situado na região central da Índia, tem vindo a registar sucessivos ataques contra a comunidade cristã.
O caso mais recente ocorreu na segunda-feira, dia 2 de Janeiro, quando uma multidão atacou a Igreja do Sagrado Coração, em Bastar, onde há uma significativa população de origem tribal, atirando pedras contra o edifício, arrombando a porta de entrada e destruindo tudo o que se encontrava no interior, incluindo uma estátua de Jesus Cristo.
“A situação é muito tensa”, descreveu o pároco local, Jomon Devasia, em declarações à agência AsiaNews. “A igreja, que tem mais de 50 anos, foi reconstruída há cinco anos e agora está tudo destruído”, acrescenta o sacerdote.
Com mais este ataque, que causou ferimentos também num graduado da polícia que tentou impedir a entada dos manifestantes no templo, está a deixar alarmada a comunidade cristã face à violência organizada que está a acontecer.
De facto, desde há várias semanas que há uma crescente tensão com grupos radicais hindus a mobilizarem as populações instigando-as contra os cristãos. Em causa está a acusação de conversões forçadas por parte dos cristãos e a prática do que classificam como sendo uma “religião estrangeira”.
Exemplo destes ataques, no início do mês de Dezembro houve incidentes contra os cristãos em dezenas de aldeias no estado de Chhattisgarh, com a destruição de três igrejas Mais recentemente, no dia 27 de Dezembro, ocorreu um outro ataque, desta vez à Igreja de Santa Maria, mas na cidade de Mysuru, no estado de Karnataka. O interior deste templo foi vandalizado, roubaram a caixa de esmolas e uma estátua do Menino Jesus foi destruída.
No mais recente Relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, elaborado pela Fundação AIS sobre a perseguição aos cristãos no mundo e publicado em Novembro do ano passado, é referido que a vitória do partido nacionalista Bharatiya Janata (BJP) reforçou e encorajou “um clima no qual as minorias são marginalizadas”, constatando-se que, no período em análise, 2020 a 2022, houve “mais de 800 ataques a cristãos”, o que significou “um aumento recorde” face ao relatório anterior.