EQUADOR: Missionário italiano transformou com dedicação e amor a vida de uma comunidade rural muito pobre

Há mais de meio século que o padre salesiano António Polo tem procurado resgatar da pobreza as populações rurais da Diocese de Guaranda. Onde antes se sobrevivia praticamente apenas com o trabalho nas minas de sal, existe agora uma economia diversificada em que pontua o já famoso queijo Salinerito. A vida deste sacerdote é uma aventura de amor e ele partilhou-a com a Fundação AIS.

Tem 86 anos, nasceu em Veneza, Itália, mas há muito que o seu coração se rendeu ao Equador. A sua história confunde-se já com a das gentes desta terra. Quando padre salesiano Antonio Polo chegou a Salinas, há mais de 50 anos, ficou impressionado pela beleza da paisagem e pelas condições precárias de vida dos moradores. “Não havia estradas, nem electricidade, e a população trabalhava arduamente nas minas de sal”, conta ele à Fundação AIS.

Nesse tempo, as minas de sal chamaram a atenção do sacerdote: eram montanhas brilhantes como catedrais brancas e espelhos de sal que reluziam ao sol. No entanto, esses cenários belos escondiam jornadas de trabalho intensas, duras, que prejudicavam a saúde dos trabalhadores e não rendiam o mínimo para os retirar da pobreza. Para ajudar a comunidade a se sustentar e reduzir a dependência de trabalhos tão pesados, o padre Antonio percebeu que era necessário fazer algumas mudanças. “Eu não queria que eles dependessem apenas de caridade, mas que fossem capazes de se sustentar sozinhos. Trabalhar nas minas de sal não era suficiente, então pensei no queijo”, recorda ele.

Foi assim, com o apoio de agricultores locais, que nasceu o projeto do Queijo Salinerito. O clima favorável, o gado e as habilidades da população permitiram a produção de queijos de alta qualidade, que já são comercializados no Equador há décadas. Hoje, Salinerito é mesmo uma marca amplamente reconhecida, vendida nas principais cidades do país.

Actualmente, a comunidade de Salinas não se limita à produção de queijo. Por lá também se fabrica chocolate, cosméticos naturais e outros produtos locais. A comunidade de San Miguel de Cañitas, que faz parte da paróquia de Salinas, é uma peça fundamental neste progresso. Com o apoio de voluntários estrangeiros e da missão salesiana, todos estes projectos ajudam a combater a pobreza e a marginalização.

UMA NOVA CAPELA

Apesar dos avanços, apesar do que já se conseguiu, os desafios ainda são muitos. Segundo o padre Jaime Chela, colega de longa data de padre Antonio, o acesso às várias comunidades existentes na região é difícil, já que não há autocarros para o transporte de passageiros. “E durante o inverno, com os rios a transbordar, fica ainda mais complicado chegar até lá”, explica o sacerdote.

As populações de San Miguel de Cañitas sentem a falta disso, mas também de um local adequado para as celebrações religiosas. “Reunimo-nos num salão escolar para celebrar os sacramentos”, diz o padre Antonio. Durante anos, os moradores sonharam em ter a sua própria capela e prometeram ajudar na construção. Graças ao apoio da Fundação AIS, a comunidade, ou seja, cerca de 70 famílias, muitas delas de origem indígena, está agora mais próxima de realizar esse sonho. “Fortalecer o trabalho pastoral da Igreja aqui pode ter impacto noutras comunidades, motivando-as a tornarem-se mais activas e ajudando a difundir a fé na região”, explica ainda o sacerdote.

Para o padre Antonio Polo, os desenvolvimentos espiritual e humano estão profundamente relacionados. “Existem três tipos de pão: o pão da Palavra e da evangelização, o pão da Eucaristia e o pão de cada dia, que é o nosso sustento. Sem esse pão, perderemos os jovens. Se não oferecermos trabalho, também perderemos a oportunidade de levar a eles os outros ‘pães’. Sem trabalho, não há vida.”

Outro foco da missão salesiana é a evangelização digital. “Hoje, não há limites para a comunicação. A mensagem de fé é como uma luz que queremos manter a brilhar. A evangelização digital é a chave”, assegura o padre Antonio. “Fui chamado para esta missão há 54 anos. O meu tempo está a acabar. Pensar no futuro dá-me novas forças”, reflecte o padre Antonio, terminando a sua mensagem com um agradecimento à Fundação AIS.

Somos profundamente gratos pelo apoio de todos vocês. Rezamos constantemente pela Fundação AIS e por todos os generosos benfeitores que tornam esse trabalho possível.

OUTROS PROJECTOS APOIADOS PELA FUNDAÇÃO AIS

A exemplo do que aconteceu com o padre Antonio Polo, a solidariedade dos benfeitores da AIS tem ajudado a Igreja do Equador a fazer-se próxima das populações, especialmente dos mais pobres e desamparados. Ainda na Diocese de Guaranda, a paróquia de San José de Quatro Esquinas – situada nos Andes, a mais de três mil metros de altitude – é constituída por cerca de 50 aldeias que se espalham por escarpas, rochedos e planaltos. A maioria da população é católica e muito activa. Mas o sacerdote tem dificuldade em visitar todas as aldeias, pois os caminhos são difíceis e o autocarro só passa por lá uma vez por dia.

Para ajudar o trabalho pastoral, a Fundação AIS fez chegar a este sacerdote um carro todo-o-terreno para que os caminhos não alcatroados não sejam um obstáculo para a sua presença junto dos fiéis. Outro exemplo é o da Arquidiocese de Guayaquil. De uma maneira geral, a violência tem vindo a crescer de modo alarmante na América Latina e o Equador não é excepção. Na cidade de Guayaquil, o índice de criminalidade é particularmente elevado e atinge sobretudo rapazes e jovens entre os 15 e os 27 anos de idade, que se deixam aliciar por gangues de criminosos.

Para combater esta chaga social, a Igreja está a desenvolver com o apoio da Fundação AIS um trabalho muito significativo no campo da pastoral das prisões. É um projecto – “Prisão Alpha” – em que se procura acompanhar os detidos, dando-lhes esperança, mobilizando-os para a oração e adoração, e oferecendo-lhes ferramentas laborais através de cursos de formação em arte, artesanato, metalurgia, padaria e carpintaria.

Para que tudo isto seja possível, a Arquidiocese teve de avançar com a preparação de voluntários leigos que dão apoio, com a ajuda da Fundação AIS, aos padres e missionários, que ajudam os sacerdotes ligados à pastoral das prisões. Tudo exemplos do compromisso permanente da Igreja na sua missão evangelizadora no Equador.

Lucia Ballester e Paulo Aido

Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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