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COREIA NORTE: Prefeito da Congregação para o Clero ficou “comovido” ao saber que o Papa deseja visitar Pyongyang
“O Papa respondeu então que estava disposto a visitar a Coreia do Norte a partir do momento que recebesse um convite formal das autoridades de Pyongyang”, recorda o prelado em entrevista publicada recentemente pela agência Fides.
A situação de tensão militar na península coreana é permanente, sendo a fronteira entre os dois países considerada como o lugar mais militarizado do mundo. Na entrevista, o Bispo de Daejon referiu-se a isso e à importância do diálogo entre as duas Coreias. “Estou convencido de que uma eventual visita a Pyongyang poderia ser um ponto de inflexão, que nos permitiria dialogar entre coreanos para nos entendermos melhor, começando pelas pequenas coisas e terminando pelas maiores, para chegar talvez à reunificação entre sul e norte”, disse o prelado.
Na entrevista, o Bispo referiu que, mal soube do convite para o Papa visitar a Coreia do Norte, tem rezado “constantemente para que a visita se concretize”. Segundo D. Lazzaro You Heung-sik, “a mediação do Santo Padre poderia ser uma ocasião propícia para pôr fim ao conflito, fruto da desconfiança mútua entre as duas partes da península e que já dura há demasiadas décadas”.
Sinal da importância que a Igreja dá a este país, a cidade de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, foi consagrada a Nossa Senhora de Fátima no ano passado. Isso aconteceu no dia 25 de Junho, data em que se assinalaram os 70 anos do início da guerra entre os dois países.
O Vaticano segue com particular atenção tudo o que diz respeito à Coreia do Norte, considerado como o país mais fechado do mundo e onde não há liberdade religiosa.
O mais recente Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado pela Fundação AIS, refere que os cristãos são perseguidos e estão numa situação “especialmente vulnerável porque o Partido dos Trabalhadores no poder os vê como agentes estrangeiros e a prática do Cristianismo é tratada como um crime político”. A propaganda norte-coreana até tem comparado os missionários a vampiros”
O documento afirma ainda que “para além das poucas Igrejas organizadas controladas pelo Estado, os Cristãos estão proibidos de praticar a sua religião e são perseguidos”. “As pessoas apanhadas a praticar o Cristianismo estão sujeitas a severas punições, em violação do direito à liberdade religiosa e à proibição de discriminação religiosa”.
Em 2020, a Open Doors, uma outra organização que monitoriza a questão da liberdade religiosa, declarava que “cerca de 50 mil a 70 mil norte-coreanos foram presos por serem cristãos”, acrescentando que os que fossem descobertos não só seriam “deportados para campos de trabalho como criminosos políticos ou mesmo mortos no local, como as suas famílias também partilharão o seu destino”.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt